Vengeful Guardian: Moonrider é o mais novo jogo da Joymasher, uma produtora brasileira que fez seu nome graças a ótimos jogos como Odallus e Blazing Chrome. Nesse novo jogo, a desenvolvedora resolveu homenagear os jogos clássicos de ação e plataforma, além de trazer uma estrutura para a história inspirada nos tokusatsu dos anos 80. Será que o jogo consegue atender às expectativas colocadas nele?
Em Vengeful Guardian: Moonrider, você controla Moonrider, um guerreiro ninja que foi criado inicialmente como uma ferramenta para preservar um estado totalitário, mas que acaba se voltando contra seus criadores.
Agora, Moonrider parte numa missão para acabar com essa ditadura, destruindo as bases dela e seus antigos companheiros de luta, num esquema de jogo que lembra de cara como os jogos da série Mega Man se apresentam, ou seja, em fases onde você começa enfrentando inimigos normais, passa por um subchefe ou mais em algum momento da fase (geralmente na metade dela) e depois no final, enfrenta o seu rival num combate de um contra um.
As fases de Moonrider são bem criativas, e costumam apresentar um bom nível de desafio nelas. Vale ressaltar, entretanto, que eu recomendo fortemente que você faça o tutorial do jogo antes de começá-lo de fato, pois o jogo apresenta diversas mecânicas que não vão ser explicadas durante ele, apenas no tutorial.
Algumas delas facilitam bastante a vida, como o ataque no ar. Já outras, como o salto na parede (walljump) são obrigatórias para que você consiga passar de certas partes do jogo. Esse pulo na parede, inclusive, foi onde eu tive a maior parte da minha dificuldade no começo do jogo, pois eu estava complicando ele bem mais do que eu deveria, é só pular na parede e apertar o botão de pulo quando encostar nela novamente, não precisa trocar a direção do personagem nem nada do tipo, inclusive, se você tentar fazer isso, o seu personagem vai cancelar o pulo e cair reto, algo que foi pensado para o combate, mas que pode acabar sacaneando você nas principais partes de plataforma do jogo.
No mais, as fases do jogo apresentam uma boa quantidade e de variação de inimigos, mas eu não sei se eu peguei o jogo fácil demais ou o quê, mas sinceramente senti bem pouca dificuldade nessas fases. Há diversos pontos onde você pega itens para recuperar a sua vida e os checkpoints costumam não ser muito longe de onde você morre, exceto por uma ou duas fases onde você precisa percorrer alguma parte ou enfrentar algum inimigo antes do chefe de meio de caminho.
Além das fases normais de plataforma, o jogo tem algumas fases de moto também. Nessas fases, você tem que mirar nos inimigos que vêm pela tela e desviar de obstáculos que vêm na sua direção enquanto você avança. Essas fases são bem divertidas e dão uma boa quebrada no que poderia se tornar só uma grande sucessão de fases na horizontal.
Como eu havia comentado anteriormente, ao final de cada fase, você enfrenta um inimigo num duelo individual. Esses combates são muito divertidos, mas eu não sei se eu fui agressivo demais nos combates ou o quê, eles duravam muito pouco tempo na maioria dos casos, exceto pelo chefe final do jogo, que é uma pedreira gigantesca de se passar e que me fez suar frio.
A cada chefe derrotado, você ganha uma nova habilidade dele que pode ser usada contra os próximos inimigos. Apesar disso, a quantidade de usos dessa nova arma é limitada, e quando eu digo limitada, você tem uns 5 ou 6 usos no máximo antes de ficar sem munição e ter que usar novamente a sua espada.
Além das armas dos inimigos, Moonrider ainda tem upgrades nos chips que ele pode equipar e que desbloqueiam habilidades novas, como um ataque mais longo, pulo duplo e assim por diante. Esses chips estão espalhados pelas fases do jogo, e ao final de cada fase, ele te diz quantos haviam e se você pegou todos. Eu confesso que passei a maior parte do jogo sem encontrar nada, mas depois que você acaba encontrando o Radar de chips, fica bem mais fácil, pois o jogo literalmente te mostra onde ele está quando você se aproxima dele.
Além disso, depois de você morrer uma vez, o jogo te dá acesso ao chip de Armadura, que aumenta a sua defesa significativamente, então se você estiver com dificuldade de bater os chefes do jogo, esse chip acaba facilitando bem a vida.
No fim das contas, Moonrider é um jogo bem divertido e coeso, e que pode ser terminado em umas 2 ou 3 horas tranquilamente. Talvez você possa levar uma hora a mais caso empaque em algum chefe, mas ele não deve levar mais tempo do que isso. O problema é depois que você termina o jogo, pois ele infelizmente não desbloqueia nada para você fazer no final.
No jogo anterior da Joymasher, Blazing Chorme, havia um modo Boss Rush além de um modo de speedrun também. Infelizmente, Vengeful Guardian: Moonrider não conta com nenhum dos dois modos, tudo o que você tem a fazer quando termina o jogo é voltar nas fases para fazer um escore melhor e encontrar os itens que deixou pra trás. Além disso, o jogo também é 100% single player, não dando a opção de jogar com outra pessoa.
Dessa forma, a impressão que fica é que Vengeful Guardian: Moonrider é um retrocesso em relação a Blazing Chrome. Não que o jogo seja ruim, muito pelo contrário, eu me diverti bastante nas fases e os chefes são bem desafiantes, mas o jogo é um projeto menos completo, que se tivesse mais alguns meses de desenvolvimento talvez pudesse ter esse acabamento que acabou faltando.
Graficamente, Vengeful Guardian: Moonrider é mais um belo trabalho de pixel art da Joy Masher. Os sprites são muito bonitos e bem animados, assim como os cenários, além das fases de moto que também ficaram muito legais.
Para completar, a trilha sonora do jogo é excelente, com algumas músicas que poderiam muito bem ir para a sua playlist de músicas de jogos no Spotify.
Mas e aí, Vengeful Guardian: Moonrider vale a pena?
Vengeful Guardian: Moonrider é mais um excelente jogo da Joymasher. Ele combina ótimas fases e chefes, pixel art nota 10 e uma trilha sonora matadora. O que ficou faltando no jogo, infelizmente, foi acabamento, pois há pouco incentivo para continuar jogando o jogo após você terminá-lo pela primeira vez. Modos como Boss Rush e Speed Run, presentes no jogo anterior da desenvolvedora, acabaram não dando as caras aqui, e seriam uma ótima maneira de remediar esse problema do jogo. É comprar, jogar, terminar e partir pro próximo desafio.
Observação: o avaliador do jogo tem uma relação pessoal com Danilo Dias, artista que trabalhou em Vengeful Guardian: Moonrider. Obviamente, essa relação não foi considerada na hora de avaliar o jogo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher. Jogo disponível nas plataformas PC, PS4, PS5, Nintendo Switch.
Resumo para os preguiçosos
Vengeful Guardian: Moonrider é mais um excelente jogo da Joymasher. Ele combina ótimas fases e chefes, pixel art nota 10 e uma trilha sonora matadora. O que ficou faltando no jogo, infelizmente, foi acabamento, pois há pouco incentivo para continuar jogando o jogo após você terminá-lo pela primeira vez. Modos como Boss Rush e Speed Run, presentes no jogo anterior da desenvolvedora, acabaram não dando as caras aqui, e seriam uma ótima maneira de remediar esse problema do jogo. É comprar, jogar, terminar e partir pro próximo desafio.
Prós
- Excelente pixel art
- Fases muito bem construídas e divertidas
- Bons duelos contra os chefes
- Trilha sonora muito bem feita
Contras
- Sem nenhum conteúdo pós-jogo como desafios ou boss rush