Uncharted: The Nathan Drake Collection – Review

A franquia Uncharted é um dos ícones do PlayStation 3, e uma série extremamente importante para a história, afinal de contas, ela chegou bem na época em que Tomb Raider estava em declínio, e provou que o gênero “Indiana Jones” era viável sim, o que faltava eram bons jogos do gênero. O principal problema da série, se é que isso era um problema, era que ela foi lançada para o PS3, e uma boa parcela dos jogadores americanos tinha um Xbox 360, ou seja, tem muita gente por aí que não aproveitou Uncharted. Aproveitando o anúncio de Uncharted 4, a Sony decidiu lançar essa coletânea para quem não jogou nada da série, se atualizar. A pergunta é: vale a pena? É o que vamos descobrir.

Uncharted: The Nathan Drake Collection traz os três jogos principais da série Uncharted (lembrando que há um Spin Off meia boca pro PS Vita) em versão remasterizada a 1080p e a 60 frames por segundo. Essas melhorias gráficas são evidentes logo de cara, já que os jogos são de 2007, 2009 e 2011, respectivamente, ou seja, são jogos já “antigos” e é possível notar que a própria Naughty Dog foi aprendendo a como mexer no PS3 conforme os jogos foram lançados. Uncharted: Drake’s Fortune não é um jogo bonito, já Among Thieves melhora bastante, e Drake’s Deception é realmente bonito. Cada jogo teve seus visuais atualizados para essa coletânea de maneira diferente, e essa aula de história do desenvolvimento do PS3 é uma das características mais interessantes dessa coletânea.

Falar sobre os três jogos num review só é complicado, já que seria necessário fazer três reviews, um para cada jogo, então eu vou dedicar um parágrafo ou dois para cada.

Eu não gosto de Uncharted: Drake’s Fortune. Eu acho que o jogo envelheceu mal e, ok, ele tem uma história muito boa, mas o gameplay dele é realmente chato no sentido de que as cenas de tiroteio são meio forçadas e a Naughty Dog infelizmente comete o pecado capital de traduzir mais dificuldade em mais inimigos na tela nesse jogo. Pode ser que a minha opinião sobre o game seja enviesada por causa da porcaria do controle do PS3, que tornava as coisas mais difíceis ainda (elas melhoraram sensivelmente com o controle do PS4), mas eu realmente acho que esse jogo envelheceu bem pior do que os outros.

Ainda assim, com essa atualização, e como ele está incluído no pacote, eu acho que vale sim a pena jogar Drake’s Fortune. O jogo conta onde tudo começou, e a história dele realmente vale os problemas de gameplay que o jogo tem. Não tenha vergonha de procurar pela internet como passar de algumas partes, já que o jogo nem sempre é muito claro em te dizer o que ele quer de você. Ainda assim, eu insisto, vale a pena pela história.

Uncharted 2: Among Thieves é um clássico. O jogo realmente é o ponto alto da franquia, tanto do ponto de vista da narrativa quanto do ponto de vista quanto do gameplay. Há uma miríade de cenas de ação e o combate felizmente foi melhorado, tanto na jogabilidade quanto no design de enfrentamentos. Ok, ainda há uma ou duas áreas em que você vai achar que o jogo realmente não quer que você avance, mas, novamente, a vida melhora muito só de não ter que usar a porcaria do controle do PS3 (sério mesmo, eu odeio ele).

É difícil dizer com precisão o que torna Unchared 2 tão especial, mas a verdade é que o jogo combina muito bem as cenas de ação com as narrativas e os puzzles, e o ritmo de avanço do jogo realmente faz você querer mais e mais. É realmente difícil ficar cansado de jogar Uncharted 2, de tão bom que ele é.

Fechando com Uncharted 3: Drake’s Deception, aqui conhecemos mais sobre o passado de Drake. O jogo é muito bom também, e a Naughty Dog acertou a mão na combinação entre elementos de narrativa e de tiroteio. além disso, é possível ver que a Naughty Dog foi bem mais ambiciosa com a franquia nesse capítulo do que nos jogos passados, ainda que hajam menos explosões e pedras querendo te esmagar.

Basicamente, é isso o que você encontra em Nathan Drake Collection: três jogos, dois excelentes, um nem tanto assim, mas ainda muito bom. Poucas (ou melhor, praticamente nenhuma) adições foram feitas aos jogos. A jogabilidade foi refinada em Uncharted: Drake’s Fortune, é verdade, mas quase nada além disso foi feito, ou seja, a Sony sabe muito bem o que quer com essa coletânea: vender Uncharted pra quem quer se atualizar pro quarto capítulo.

Se você nunca jogou nenhum dos jogos da franquia e está curioso pelo quarto capítulo dela, aqui é um bom lugar por onde começar. Se esse não é o seu caso, há pouca novidade a ser encontrada aqui. No fim das contas, esse jogo é mais um dos que caem no principal problema de uma remasterização, é apenas o jogo (ou os jogos no caso) antigo “mais bonito”. Ele foi lançado para quem não jogou ainda, ou para quem quer comprar o jogo novamente, e mais ninguém. Se você se enquadra dentro desse público alvo, vá sem nenhuma dúvida, caso contrário, gaste seu dinheiro em outros jogos.