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TRON: Catalyst – Análise – Vale a Pena – Review

Desenvolvido pela Bithell Games, Tron: Catalyst é o mais novo título ambientado no universo da famosa franquia da Disney. Neste review, analisamos nossa experiência com o jogo e discutimos se ele realmente vale a pena.

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Em Tron: Catalyst, acompanhamos a história de Exo, uma programa que atua como entregadora no mundo digital alternativo conhecido como Arq. Logo no início, um pacote misterioso que ela carrega provoca uma explosão catastrófica — da qual ela milagrosamente sobrevive. Esse evento desperta nela uma habilidade rara: a capacidade de voltar no tempo e repetir ciclos anteriores. Essa é a premissa central do jogo e sua principal mecânica — o loop temporal.

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Reprodução: TRON: Catalyst

A proposta do loop temporal é, sem dúvida, o aspecto mais promissor de Tron: Catalyst. A possibilidade de revisitar eventos com novas informações, alterar resultados e explorar ramificações narrativas cria uma expectativa forte. No entanto, essa mecânica acaba sendo usada de forma extremamente limitada e pré-determinada.

O jogo decide quando você deve voltar no tempo — não há liberdade para experimentar ou testar diferentes decisões fora dos momentos roteirizados. A repetição do ciclo, que poderia ser uma ferramenta estratégica e aberta, se resume a uma engrenagem do enredo, usada apenas para “consertar” situações pré-estabelecidas.

Essa limitação torna o uso do loop superficial, prejudicando uma mecânica que tinha potencial para redefinir a maneira como interagimos com a narrativa. Em vez de um recurso inovador, o loop é tratado como um atalho funcional — interessante no conceito, mas mal explorado na prática.

Reprodução: TRON: Catalyst

A progressão do jogo reforça a sensação de linearidade. Cada missão é baseada em cumprir um objetivo claro — conversar com personagens, buscar itens ou derrotar inimigos — com marcadores constantes que guiam o jogador do início ao fim. Essa estrutura acaba tornando a experiência bastante repetitiva, com pouca margem para descoberta ou decisão.

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Mesmo com cinco capítulos e diferentes ambientes, o ritmo da aventura é o mesmo: avançar por objetivos enquanto segue o caminho marcado. A falta de impacto das suas ações, somada ao uso restrito do loop, reduz bastante a sensação de agência do jogador.

Reprodução: TRON: Catalyst

O combate está presente em boa parte da campanha e, embora funcional, carece de profundidade. O jogador conta com o clássico Disco de Identidade, que pode ser usado em combos curtos, ataques carregados ou arremessos. Existe uma árvore de habilidades com melhorias como ricochete do disco ou aumento na janela de parry, mas nada disso altera verdadeiramente a experiência de combate.

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O destaque vai para a possibilidade de assumir as armas dos inimigos enfraquecidos, o que traz alguma variedade e diversão. No entanto, essa mecânica também é pouco aproveitada — em determinado ponto da campanha, meu maior incentivo nos combates era simplesmente buscar armas novas para quebrar a monotonia.

Em alguns momentos, principalmente quando estamos no cenário aberto, podemos fazer uso da Moto Luz, com perseguições e deslocamentos pela cidade. Esses momentos oferecem uma pausa na repetição do combate tradicional, mas ainda assim não chegam a inovar ou surpreender.

Reprodução: TRON: Catalyst
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A ambientação de Tron: Catalyst é o aspecto mais marcante do jogo. Os cenários iluminados por luzes de néon criam uma atmosfera imersiva, com um visual que traduz bem a identidade do universo Tron. Mesmo com limitações técnicas, a representação da Arq Grid é estilizada, consistente e repleta de detalhes que reforçam sua personalidade própria.

Em contraste, a trilha sonora não acompanha esse nível de capricho. Diante da herança musical que a série carrega, o jogo apresenta composições sem identidade, que mal se integram às cenas de ação ou aos momentos dramáticos. As faixas se mantêm apagadas, repetitivas e pouco inspiradas, deixando um vazio onde deveria haver intensidade.

O jogo não conta com cutscenes animadas. Em vez disso, aposta em imagens estáticas com dublagem em inglês, o que pode parecer simples, mas o elenco entrega boas atuações. Todos os textos estão traduzidos para o português, e o glossário interno ajuda a compreender melhor o vocabulário e os conceitos do universo Tron.

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Mas e aí, TRON: Catalyst vale a pena?

Tron: Catalyst acerta ao construir um mundo visualmente impactante e uma narrativa baseada em viagem no tempo com potencial. No entanto, o fraco aproveitamento do loop temporal, aliado à progressão repetitiva e ao combate limitado, impede o jogo de alcançar voos mais altos. É uma experiência que começa com grandes ideias, mas que tropeça na execução e entrega um produto modesto, mais funcional do que memorável. Fãs da franquia podem encontrar valor no estilo e na ambientação, mas devem ajustar as expectativas quanto à profundidade do sistema de jogo.

Análise feita com uma chave para PC cedida pela Publisher.

Resumo para os preguiçosos

Tron: Catalyst é uma experiência que começa com grandes ideias, mas que tropeça na execução e entrega um produto modesto, mais funcional do que memorável. Fãs da franquia podem encontrar valor no estilo e na ambientação, mas devem ajustar as expectativas quanto à profundidade do sistema de jogo.

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Nota final

60
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ambientação e visuais marcantes
  • Localizado para o português

Contras

  • Trilha sonora sem identidade
  • Combate superficial
  • Loop temporal mal aproveitado
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Giácomo
Giácomo
Apaixonado por Counter-Strike e Souls-Like, escrevo sobre games e animes no Critical Hits. No meu tempo livre, gosto de assistir séries e jogar basquete.