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Total War: Warhammer – Review

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A série Total War sempre teve como principal premissa, oferecer a oportunidade de o jogador comandar exércitos gigantescos em batalhas épicas contra os mais variados inimigos. Até então, a franquia vinha se baseando em episódios históricos reais que abordavam desde as campanhas romanas até as empreitadas de Napoleão pela Europa. A proposta sempre pareceu interessante, mas nos últimos anos, parecia que a ideia começava a minguar. Eis então que a Sega e a Creative Assembly resolveram adquirir os direitos sobre a IP Warhammer durante o processo de falência da finada THQ. Lembro-me de ter me empolgado bastante com a notícia, esperando que em breve fossemos brindados com algo parecido com Medieval 2: Total War, só que com a temática fantástica recém adquirida. Apesar da lógica me fazer acreditar que esse seria o caminho mais fácil a ser seguido pela desenvolvedora, não foi isso que aconteceu.

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Total War: Warhammer é de longe o jogo mais diferente a utilizar as mesmas mecânicas lançado pela Sega nos últimos tempos. A engine é praticamente a mesma vista de Rome 2: Total War e pouca alteração foi feita nas mecânicas básicas do game. Entretanto, é impressionante como a mistura com Warhammer foi capaz de produzir bons resultados, em todos os sentidos.

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A primeira grande diferença a ser percebida pelo jogador é a existência de outras facções com características nada humanas, o que é de se espantar num primeiro momento. Qualquer jogador mais veterano da franquia sabe que por maior que seja a variedade de facções oferecidas nos jogos anteriores, o maior diferença entre elas resumia-se sempre a cor da roupa, as armas utilizadas ou ao estilo de batalha. Portanto, é de se estranhar a presença súbita de outras raças durante o processo de seleção, mas tão logo essa novidade é assimilada, que só de pensar em voltar aos antigos padrões soa estranho.

Em suma, as civilizações iniciais disponíveis para escolha são bem diferentes entre si. O Império é a única facção humana jogável e abusa de unidades montadas e feitiços disponíveis durante as batalhas. Os Dwarfs oferecem uma economia inicial robusta, mas não fazem uso de cavalaria nem de magia. Os Mortos-Vivos como é de se esperar, oferecem a possibilidade de controlar uma quantidade imensa de monstros e aberrações, mas seu principal defeito e não contar com unidades capazes de causar dano a distância, e, por fim, os Orcs possuem uma mistura de todos os elementos de jogabilidade citados acima, mas são fracos na diplomacia e nas lideranças entre as unidades. Cada uma destas facções possui características únicas e que podem parecer simples num primeiro momento, mas o conhecimento delas pode mudar o curso de uma batalha. Jogos da franquia Total War são geralmente comparados ao tradicional “pedra, papel e tesoura”, mas eu ouso dizer que Total War: Warhammer possui uma mecânica mais parecida com a criação Sheldônica “pedra, papel, tesoura, lagarto, Spock”.

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Como em todo jogo da franquia Total War, podemos dividir o game em dois momentos distintos: 1) Mapa de campanha e 2) Mapa de Batalha. No mapa de campanha o jogador pode controlar suas cidades e gerenciar suas construções a fim de garantir a produção de recursos para o mantenimento da economia, ordem, influência e exércitos. Além disso, a adição de uma série de elementos visuais fantásticos proporcionam uma imersão mais profunda no universo fantástico de Warhammer e tornam a exploração muito mais interessante. As facções dos anões e dos orcs também podem aproveitar para explorar o mapa por caminhos subterrâneos, podendo dessa forma interceptar tropas e levar a batalha para debaixo da terra. Essa vantagem apesar de parecer simples, faz uma tremenda diferença na moral das tropas inimigas e pode fazer com que uma fuga em massa ocorra logo nos primeiros momentos do conflito.

Talvez a maior mudança na jogabilidade durante o mapa de campanha seja a impossibilidade de recrutar tropas sem a presença de um herói. Anteriormente, era possível recrutar soldados para defender postos avançados ou cidades sem a necessidade de um general, o que alterava drasticamente a forma como se manejava a expansão das civilizações e os métodos de defesa empregados pelo jogador a fim de defender seu território. Agora, somente os heróis podem recrutar soldados e a defesa de territórios fica por conta das guarnições instaladas em cada cidade, que podem ser melhoradas através da construção de muralhas e outras estruturas de defesa. Com a inclusão dos elementos mágicos ao jogo, as facções que fazem uso dessa novidade podem se aproveitar dos ventos da magia. Estes vão mudando de lugar conforme o passar do tempo, mas um exército posicionado em um local atingido por estes ventos pode ter uma tremenda vantagem durante a batalha.

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E por falar em heróis, eles são com certeza os grandes protagonistas do jogo. Assim como nas versões de tabuleiro da Série Warhammer, conforme o jogador vence batalhas pode ir aprimorando as habilidades do seu herói a fim de melhorar o seu desempenho. Em algumas situações, mesmo sem guarda costas, um herói sozinho pode dizimar uma tropa adversária na força bruta ou com o auxílio de feitiços. Outra mudança interessante é a utilização de equipamentos mágicos e de seguidores, que melhoram atributos como defesa, liderança, produção de recursos e outros tantos mais, fazendo com que os personagens não só desempenhem um papel importante na hora do quebra pau, mas também sejam fundamentais no mapa de campanha.

O mapa de batalha não sofreu grandes alterações visuais se comparado aos outros jogos da série. As mecânicas de esconder tropas e utilizar a disposição de elementos naturais para obter vantagem continuam as mesmas, mas a grande novidade é com certeza os feitiços e as unidades voadoras. Os feitiços são utilizados pelos heróis e sua força depende das suas habilidades e dos ventos da magia que agem sobre o mapa no momento da batalha. O mais legal disso tudo é que alguns feitiços simples podem proporcionar somente um aumento temporário da velocidade das unidades e etc, enquanto outros mais elaborados podem causar o aparecimento de imensas bolas de fogo ou até mesmo a ressuscitação de unidades. Isso faz com que a presença de um herói no campo de batalha seja tão importante, que dificilmente você verá qualquer um deles retirado da peleja. Já as unidades voadoras são novidade já que nenhum outro jogo da franquia fez uso delas até agora. Mas também pudera, ninguém jamais ouviu falar de Napoleão utilizando Girocópteros para lutar contra a Prússia, certo?

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Eu poderia escrever linhas e mais linhas sobre todas as possibilidades e alterações que podem acontecer durante uma batalha, mas é tanta coisa que não cabe falar sobre tudo neste review. Talvez a última grande melhoria que mereça ser citada é o aprimoramento gráfico implementado no jogo. Por se tratar de algo mais fantástico, a Sega e a Creative Assembly não economizaram recursos na criação de novas texturas e animações que são um verdadeiro deleite durante as batalhas. Pequenos detalhes como unidades cobertas de flechas, escudos, labaredas de fogo e monstros enormes oferecem muito mais emoção aos conflitos e tornam as batalhas muito, mas muito mais interessantes.

Entretanto, em alguns momentos o jogo dá a impressão de ter sido lançado “incompleto”, principalmente se comprado a títulos anteriores. A quantidade de facções iniciais é pequena se comparada a qualquer outro título da franquia, e pelo que se sabe, a desenvolvedora pretende explorar a adição de novas civilizações através do lançamento de DLC’s. Outro ponto negativo diz respeito a dependência do jogo a mods para o conserto de alguns problemas que foram detectados logo no lançamento, como a câmera de jogo e indicadores de seleção dos personagens. Apesar das críticas feitas pelos jogadores, a Sega pareceu se contentar com as correções criadas pela própria comunidade e disponibilizadas via Steam Workshop, dando a entender que não deu tanta atenção a isso anteriormente justamente por saber que tais mudanças seriam feitas pelos próprios jogadores.

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Por fim, vale a pena dizer que a mistura entre as duas franquias gerou um resultado muito melhor do que o esperado, mesmo que o jogo ainda insista em apostar em algumas mecânicas de gerenciamento bastante criticadas. Mesmo tendo sido o título mais diferente lançado até agora, Total War: Warhammer conseguiu tornar-se o meu preferido de toda a franquia e eu mal posso esperar pra ver o que a Sega pretende fazer com a série nos próximos anos. A adição de elementos fantásticos a uma série conhecida por seu realismo e carga história rendeu um jogo digno de ser lembrado como referência no gênero. É claro que você não verá elementos de gerenciamento muito aprofundados, mas o grande ponto positivo da série é saber equilibrar os elementos de gerenciamento e de batalha, a fim de que você tenha que adaptá-los ao seu modo de jogo para obter o melhor resultado possível. Se você, assim como eu, gosta de jogos de gerenciamento e aprecia a ação oferecida pelo combate já característico dessa série, esse jogo é definitivamente pra você.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC comprada pelo avaliador.

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Resumo para os preguiçosos

Total War: Warhammer consegue misturar muito bem o que as duas franquias tem de melhor. A incrementação fantástica de Warhammer na mecânica realista e focada no combate da série Total War concebeu um jogo bonito, divertido e imprevisível no sentido de que o jogo pode virar de acordo com as decisões do jogador e as aleatoriedades do cenário. As pontos fortes e fracos de cada civilização foram construídos para que possam ser explorados amplamente pelo jogador através das habilidades dos heróis. Apesar de alguns pequenos problemas e otimização e de controle de interface, o game garante satisfação para quem aprecia o estilo.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bons gráficos
  • Jogabilidade dinâmica e imprevisível
  • Balanceamento entre as facções

Contras

  • Poucas facções inicais
  • Possível dependência de DLC’s e mods
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.