Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 – Análise – Review – Vale a Pena

A franquia Tony Hawk’s Pro Skater continua sendo uma das mais marcantes dos videogames, especialmente para quem viveu a era do PlayStation e do PS2. Agora, duas décadas depois, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 chega em uma coletânea refeita, combinando os dois títulos que marcaram o ápice e o início da mudança da série, mas será que esse pacote, sequência direta de Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2, vale a pena?

Em Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4, estão presentes todas as fases clássicas dos dois jogos lançados originalmente em 2001 e 2002. Do aeroporto ao colégio, passando por pistas urbanas e praças públicas, tudo está aqui como você lembra — ou melhor, como você acha que lembra. Isso porque os gráficos foram totalmente atualizados, mas com uma fidelidade tão bem executada que parecem saídos diretamente das memórias da época. Ao entrar na primeira fase, a nostalgia bate forte, mas não é só visualmente que isso acontece — a jogabilidade continua fluida, precisa e desafiadora, como aconteceu lá atrás nos anos 2000.

No entanto, o conteúdo da coletânea passa por algumas mudanças importantes. THPS 4, que na época marcou o início de uma nova fase da franquia com mapas mais abertos e missões sem limite de tempo, foi reformulado para se encaixar melhor ao estilo mais direto dos três primeiros jogos. Isso significa que a estrutura de objetivos em dois minutos volta com tudo, e embora torne a experiência mais coesa com a propsta desses remakes, também apaga a identidade do quarto jogo, que era justamente o que o diferenciava. No fim das contas, jogar THPS 4 hoje parece mais uma expansão de THPS 3 do que um jogo com sua própria proposta.

Ainda assim, a coletânea não deixa de ser divertida. Os objetivos rápidos continuam sendo o coração do jogo, e com novos itens colecionáveis, melhorias escondidas e até três fases inéditas feitas especialmente para esse relançamento, há bastante conteúdo para explorar. O progresso do seu skatista criado também é bem integrado, com dinheiro e pontos influenciando diretamente nas habilidades.

Os modos adicionais também merecem destaque. O multiplayer oferece partidas competitivas online com regras variadas, ainda que faltem opções como votação de fases ou criação de playlists. Há também o modo Free Skate, o divertido H-A-W-K (em que jogadores escondem letras para os outros encontrarem) e um robusto criador de pistas, que deve ganhar mais relevância com o tempo conforme a comunidade contribui. Para completar, novos skatistas foram adicionados ao elenco do jogo, como a brasileira Rayssa Leal.

Graficamente, o jogo está ótimo. Tudo roda bem, as fases foram redesenhadas com atenção aos detalhes e o visual é moderno sem perder o charme original. A única ressalva fica para os NPCs, que continuam com visuais caricatos e destoantes do resto do jogo. A trilha sonora segue como um ponto alto, mesclando músicas clássicas com faixas novas, embora algumas escolhas pareçam mais motivadas por acordos comerciais do que por afinidade com o espírito da série.

O ponto fraco mais notável de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 é a falta de contexto. Se você não viveu a época ou não conhece o impacto que esses jogos tiveram na cultura jovem dos anos 2000, o remake não faz esforço para te explicar.

Apesar das adições modernas e da tentativa de dialogar com 2025, o jogo se apoia na nostalgia e não resgata com profundidade a revolução estética e musical que a franquia provocou. Para os veteranos, isso passa despercebido, mas os novos jogadores podem sentir que estão apenas diante de um ótimo jogo de skate, sem entender o porquê dele ser tão marcante.

Mas e aí, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 vale a pena?

Se você jogou THPS 3 ou 4 na adolescência, vai se sentir em casa. A jogabilidade continua afiada, os visuais foram atualizados com bom gosto e o conteúdo é vasto o suficiente para manter seu interesse por muitas horas. O que falta em contexto cultural, sobra em diversão. Para quem busca um jogo sólido de manobras e desafios rápidos, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 entrega exatamente isso.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch 2 fornecida pela publisher