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The Walking Dead: A New Frontier – Review

A Telltale ganhou o mundo dos games com a sua adaptação das histórias em quadrinhos de The Walking Dead em sua primeira temporada, mas a segunda deixou um gosto tão ruim na boca dos jogadores que a companhia demorou um bom tempo até anunciar e efetivamente lançar a terceira temporada do jogo. Será que The Walking Dead: A New Frontier consegue retornar a série ao seu auge?

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Em The Walking Dead: A New Frontier, você não joga mais com Clementine, como aconteceu na segunda temporada do jogo. Agora, você controla Javier Garcia, um ex-jogador de baseball famoso que acabou encerrando sua carreira prematuramente por causa de envolvimento com o jogo e com apostas. Ao invés de analisar capítulo por capítulo, eu vou analisar o jogo como um todo, tanto para facilitar a vida dos jogadores quanto para facilitar a minha, assim, você não precisará ler análises de cada um dos capítulos, e sim uma opinião geral sobre o jogo.

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O game começa de uma forma interessante, com um flashback que mostra a família de Javi enfrentando os primeiros dias do apocalipse que acabou com a civilização como a conhecíamos. Os flashbacks, aliás, são um dos grandes artifícios do jogo para avançar e retroceder na história a todo momento e para dar um desenvolvimento nas relações entre os Garcia. Você começa o jogo no núcleo de Javier, com ele, Kate – a cunhada de Javier, Mariana e Gabriel Garcia, os sobrinhos dele. David Garcia, irmão de Javi, separou-se deles logo no começo do apocalipse, e eles presumiram que ele estava morto, afinal, os eventos principais do jogo acontecem cerca de 3 anos após o apocalipse começar.

Algum tempo depois do começo do game, você encontra Clementine pela primeira vez e começa a descobrir o que a jovem fez entre a Season 2 e a Season 3 de The Walking Dead, e a história da jovem não é a história principal do jogo, ainda que ela seja uma aliada valiosa durante vários momentos, além de ter uma certa relação com alguns personagens conhecidos pelos veteranos da série.

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Um dos melhores pontos da série, e um ponto onde ela não caiu nos clichês do Governador e de Negan, foi o como o jogo lidou com a relação dos protagonistas com Richmond, a “cidade do mal” do jogo, que não é tão do mal assim após alguns capítulos. Eu não vou adiantar o que acontece durante a aventura pois a ideia é dar uma avaliação sem spoilers aqui, mas é importante ressaltar que a Telltale tratou de apresentar uma história mais original do que as que estamos acostumados dentro de The Walking Dead, e isso é um ponto positivo.

Outro ponto positivo são os personagens do jogo. Todo mundo é bem trabalhado e tem seus traços únicos. Javi é o irmão mais novo que fez uma cagada na vida e acabou com ela, e agora tenta reerguer-se e manter a própria família inteira. Kate talvez seja a personagem mais rasa do jogo, mas ainda é uma personagem interessante. Mariana é uma jovem doce, e Gabriel é o clássico adolescente que a gente quer encher de porrada.

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Além deles, ainda temos Clementine, que cresceu bastante desde o jogo anterior. Há momentos do jogo em que a história principal dá lado a o que Clem fez entre a Season 2 e a Season 3, e esses são alguns dos melhores momentos do jogo, além do relacionamento dela com os personagens da Season 2, Kenny ou Jane, dependendo de quem você salvou no final dela, e AJ, o bebê que ela salva e cria no final do segundo jogo da franquia.

A história toda da Terceira Temporada é bem escrita e interessante, mas ainda vale ressaltar um pequeno problema que parece existir em todos os jogos da Telltale: os personagens são muito inconstantes. Num momento, eles concordam com você e fariam o que você acabou de fazer, dois segundos depois, eles estão te condenando por causa disso, e isso acontece em muitos momentos do jogo, chegando a irritar um pouco.

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Afora a história do jogo, ainda temos que comentar sobre a jogabilidade dele. O jogo funciona basicamente como os outros jogos da Telltale, com as escolhas das falas baseadas nos botões, quick time events onde você tem que apertar botões na hora certa e um detalhe muito bem-vindo: eles finalmente adicionaram um botão de andar mais rápido pelo cenário. Como ele fez falta.

Graficamente, o jogo está mais bonito do que nas outras temporadas, apesar de eu ter encontrado problemas de otimização e lentidão durante alguns dos episódios inicias do jogo, mas no geral, ele começou a funcionar de maneira bem melhor a partir do quarto capítulo, então parece que a Telltale conseguiu corrigir esse problema antes do fim da temporada. A trilha sonora do jogo é muito boa, e a dublagem também faz bem o papel de ajudar a contar o jogo, e ele ainda vem com legendas em português. Sempre um ponto positivo.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One fornecida pela Telltale.

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Resumo para os preguiçosos

The Walking Dead: A New Frontier é um bom jogo, ainda que não esteja no nível do primeiro game da série. A história é bem apresentada e Javier Garcia é um ótimo protagonista, além de sabermos o que aconteceu com Clementine entre a Season 2 e a Season 3. Outro ponto positivo do jogo é como a Telltale lidou com o novo “assentamento do mal” do game, mas o jogo ainda tem problemas clássicos de jogos da Telltale, como personagens com personalidades inconstantes.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bons personagens e boa trama
  • Finalmente adicionaram um botão de andar rápido no jogo
  • Os flashbacks são muito bem usados para contar a história dos personagens do game
  • Legendado em português

Contras

  • Personalidades inconstantes prejudicam um pouco a narrativa do jogo
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.