Desde que surgiram as primeiras notícias sobre o lançamento de um novo DLC para The Talos Principle, eu já comecei a me empolgar, afinal, um DLC que dá mais sobrevida ainda a um dos melhores games do ano passado, e, sem dúvida, o melhor Puzzle. E a espera enfim valeu a pena como deveria ser. A nova historia traz novamente o mensageiro robótico de Elohim, Uriel em quatro novos capítulos que adicionam muitas horas extras de jogo, tudo muito relativo a habilidade de cada jogador de conseguir resolver os Puzzles, e que puzzles difíceis, hein.
Sem muita balela e nem tempo a perder, o jogo já lhe atira novamente no mesmo cenário do jogo original com uma nova quest da endeusada voz de Elohim: você deverá partir para uma nova aventura, desta vez em uma tentativa para resgatar almas perdidas, segundo o próprio deus. De cara o cenário é o mesmo, mas após alguns minutos de jogo fica claro que há algo muito errado quando você é atirado em um novo ponto do simulador. Uma area até aqui não explorada por você, um ser robótico.
O jogo continua com a mesma dialeta filosófica, e os mesmos conflitos, tanto do personagem principal quanto de você, jogador, ao questionar a legitimidade da liberdade tanto física, quanto emocional de um robô no meio de uma aventura entre os mais diversos cenários dos berços da filosofia que se passa em um simulador, e isso tudo já dá um nó danado na cabeça. A nova história, novamente assinada por Tom Jubert (FTL, The Swapper) e Jonas Kyratzes (The Sea Will Claim Everything) não foge dos critérios do jogo original.
Cercada de mistério do começo ao fim, recheado de muitos tons filosóficos. A história apesar de boa, diferentemente do jogo original perde um tanto do foco frente aos outros elementos, quando os puzzles em certos pontos são mais interessantes e intrigantes do que se focar na historia em si. Um ponto negativo nesta parte é que o jogo foi lançado sem tradução em português, nem ao menos legendas, diferente do lançamento do original que era competentemente dublado.
A jogabilidade e o estilo gráfico do cenário se manteve intacto. Os lindos gráficos e a estranha movimentação do personagem (como já havia reclamado no ultimo review) continuam lá, porém o jogo da uma certa avançada no tempo adicionando alguns cenários com um tom mais medieval, como castelos, e também grandes espaços futurísticos que lembram estufas modernas, revitalizando assim o cenário como um todo.
O grande trunfo do jogo, seus puzzles, não mudaram nada. Não há absolutamente nenhum novo elemento que traga algo de diferente nos desafios, a não ser sua dificuldade. Se você é um real aficcionado por puzzles, esse DLC é a cereja no bolo na sua coleção de games. A dificuldade dos desafios é completamente linear, ou seja, do começo ao fim você vai fritar cada neurônio para resolver os desafios que são extremamente difíceis. Eu demorei mais de 40 minutos para resolver apenas o primeiro puzzle. Cogitar desvendar cada desafio do jogo então seria elevar o meu nível cerebral por exemplo a um novo conceito… quântico talvez. Ou talvez eu simplesmente seja muito ruim nisso.
Mas ainda assim, não existem razões para desqualificar o DLC, afinal ele traz uma nova infinidade de desafios extremamente difíceis, que facilmente punem o jogador por usa dificuldade, e apesar do alto custo (R$25,00 para uma expansão) vale investir uma grana e um bom tempo curtindo os novos cenários, a nova historia e fritar a cabeça resolvendo os problemas. Mas aqui fica a ressalva: se você apenas curtiu o primeiro e não é um fã aficcionado por puzzles, não invista tanto assim, espere por uma sale e compre com desconto. Mas se você ainda ou é fã do gênero, ou quer colocar sua mente em prova, o título é um “Must Have” dos DLC’s do gênero.
Review elaborado numa versão para PC do jogo. Código de review fornecido pela produtora.
Resumo para os preguiçosos
The Talos Principle está de volta com seu protagonista robótico e novos desafios neste DLC que dá uma longa sobrevida ao jogo, com um sideplay com quatro novos capítulos não lineares a história principal. A história como sempre bem escrita, não prende o jogador em todos os momentos, ficando de lado por conta dos excelentes e difíceis puzzles, ainda mais que o jogo foi lançado sem absolutamente nenhuma tradução. A dificuldade excessivamente alta dos desafios pune os jogadores menos experientes e coloca os fãs do genero em prova. Se você joga este estilo de jogo apenas por esporte, este título não é para você, mas se curte um grande desafio ou quer colocar sua mente em prova (e até mesmo em risco de queimar todos os neurônios) Road to Gehenna é um “Must Have” em sua biblioteca.
Prós
- Os gráficos continuam belíssimos
- Boa dificuldade, ainda que excessivamente elevada em alguns momentos
Contras
- Não recomendado para iniciantes, jogue o jogo principal primeiro
- A história não é tão boa quanto a do jogo principal
- Barreiras do idioma