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The Stanley Parable – Review

A parábola do Stanley é um jogo onde tu é o Stanley…não, pera, na verdade tu não é o Stanley. O foco do jogo é o narrador. Mas na verdade tu pode nem dar bola pro narrador. O jogo é interativo. Mas na verdade ele já tá todo pré-decidido, sem tu poder escolher como as coisas vão ser. Ou será que não?

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É mais ou menos assim que a desenvolvedora indie Galactic Cafe descreve o próprio jogo, The Stanley Parable, que anda nas últimas semanas entre os mais vendidos da Steam. Mas porque ele é um dos mais vendidos? Porque está só 25 reais? Bom, essa pode ser uma das razões, mas…não tem como descrever o jogo, só jogando pra falar dele sem dar spoiler. A experiência é única.

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  • Nome: The Stanley Parable
  • Plataforma: PC
  • Desenvolvedor/Publisher: Galactic Cafe 
  • Lançamento: 17 de Outubro de 2013

Conheci esse jogo por causa do meu irmão. Ele comprou, jogou e eu resolvi ir atrás. Joguei e tive um nó cerebral instantâneo. Então ele disse pra eu jogar a demo. Pensei “mas que diabos, por que jogar a demo de um jogo que já tem na biblioteca?”. E não é que a demo é uma OUTRA experiência, TOTALMENTE diferente do jogo completo?

Bom, pode ter uma explicação pra isso. Descobri há pouco que esse jogo é uma espécie de remake. Ele já havia sido lançado em 2011 com a famosa Source Engine (sim, a do Counter Strike. Não adianta dizer que é a do Half Life 2, É A DO CS E PONTO.), porém só agora com esse remake foi pra Steam. Mas isso não importa, a demo é fantástica!

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“Tá, cara, já entendi, mas tu tá só me enrolando e ainda não falou da porcaria do jogo!”. Eu sei, amiguinho, mas é que é difícil falar do jogo. Ele não tem gráficos bonitos, ele não tem trilha sonora, é em primeira pessoa, tu não atira em ninguém, só interage com botões (apesar de dar pra pular e se abaixar), não conversa com ninguém. Só pode apertar alguns botões e abrir algumas portas.E reiniciar o jogo. Muitas vezes.

Stanley é um cara bem legal (pena que não pode ver mulher), que trabalha numa empresa, na frente de um computador, dentro da sala 427, e só faz o que está escrito no computador pra ele fazer. Até que um dia não tem mais nada no computador nem ninguém no escritório e uma voz na cabeça dele começa a narrar tudo que está/vai acontecendo. O Narrador diz pra Stanley abrir a porta e aí que começa o jogo.

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O Narrador é o dono do jogo, a grande estrela. Sabe aquele humor de Saints Row, Deadpool e outros jogos sarcásticos? Tá no Narrador. Sabe a irritação de ter que seguir tudo que diz no tutorial, como Mario & Luigi: Partners in Time? Tá no Narrador. O Narrador irrita. O Narrador te entristece. O Narrador te assusta.

Considerei a experiência do jogo parecida com Super Meat Boy e Tony Hawk. Quem acompanha meus reviews já deve saber que uso esses jogos pra um tipo de exemplo: irritação por ter de recomeçar toda hora. O jogo me irrita por eu ter que recomeçar tantas vezes pra conseguir descobrir coisas novas e mostrar pro Narrador que ele tá errado.

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Ao mesmo tempo me lembra um Rogue Legacy ou The Binding of Isaac, pois traz algo de novo, de diferente, sempre que eu começo, como as folhas espalhadas pelo chão, algumas portas abertas e a tela de alguns computadores.

Vou dar um exemplo de gameplay: saímos da sala e vamos até outra sala que tem duas portas. O Narrador te manda ir pra direita. Se tu for pela direita, ele debocha de tu só seguir ordens. Se tu for pela esquerda, ele se decepciona por tu estar indo pelo caminho “errado”. Depois de terminar esse jogo, tu recomeça, e vai pelo outro caminho. Depois recomeça e assim vai indo.

Dica do meu irmão: aperta em todas as portas e em todos os computadores que o Narrador vai dizer coisas diferentes e o final do jogo vai se alterar (assim como o caminho pra chegar até ele) de uma forma bem legal.

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Conforme tu vai avançando no jogo, várias questões filosóficas são levantadas, e nenhuma delas é realmente respondida. Por que a gente segue sempre o que nos é ordenado? Sabemos pensar pela gente, ou estamos sempre sendo instruídos? E se todos desaparecessem de repente, o que a gente faria? O que acontece nos outros lugares enquanto a gente não tá vendo? Estamos sendo constantemente observados?

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O jogo tem apenas um objetivo: te emocionar. Tu pode achar engraçado que o Narrador te diz o quanto tu é burro por ir por um lado e não por outro. Tu pode te entristecer em não saber se Stanley afinal tem ou não tem uma família e uma vida fora do trabalho. Tu pode te enraivecer com o Narrador te dizendo pra todo lugar que tu tem que ir. Tu pode te assustar com o modo como o Narrador observa tudo que tu está fazendo, como sair clicando em tudo.

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Dá pra achar engraçada as piadas nos gráficos da sala de reuniões da empresa, mas também dá pra parar e pensar: “poxa, é verdade, a vida é realmente uma rotina sem graça. Como eu nunca tinha me dado conta disso?”. Dá pra achar engraçado a empresa não ter ninguém e o Stanley não ter se dado conta até abrir a porta, ou dá pra se entristecer ao notar que várias vezes tu não notou o que tava acontecendo na tua volta, igual ao Stanley. E as pessoas que não tem nome, são apenas números?

O Zangado explica no vídeo dele sobre o jogo, que o jogo se chama A Parábola de Stanley porque parábola significa um modo de contar uma história com uma lição de moral pra ser tirada no fim. Porém eu acredito que seja uma ambiguidade: o jogo começa e recomeça e recomeça de novo, seguindo sempre um ciclo, ou uma parábola, indo e voltando sempre pro mesmo lugar.

The Stanley Parable não é um mais do mesmo, faz sátira com muita coisa, como Matrix e Minecraft, mas principalmente faz sátira com a vida. Apesar de ser curtinho (mesmo tendo que recomeçar várias vezes) vale muito a pena pela experiência verdadeiramente única que o jogo proporciona. E joguem também a demo. É sério.

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Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

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Contras

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