Na minha passagem pela Gamescom desse ano tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas interessantes. Entre elas, Mathias, um programador sueco muito talentoso que vem trabalhando há anos em um jogo indie point-n-click dividido em três episódios, chamado The Journey Down.
A história de desenvolvimento do jogo começa em 2010, quando uma versão low-res do primeiro episódio foi produzida e lançada pelo estúdio Skygoblin, com o nome de The Journey Down: Over the Edge. Dois anos mais tarde, uma versão otimizada do mesmo episódio foi lançada, e foi a essa versão que tive acesso.
O jogo começa com uma cena onde dois mafiosos invadem uma universidade a procura de um professor, mas acabam não o encontrando lá, eles só acham uma pista que os leva a um posto de gasolina chamado de Gas ‘n’ Charter. Enquanto isso, no posto trabalham Bwana e Kito, o “herói” do jogo e seu fiel amigo, respectivamente. Os dois acabam conhecendo Lina, uma mulher misteriosa que parece estar envolvida de alguma forma com o professor que está sendo procurado pelos mafiosos. Lina está à procura de um livro que pode leva-los a um lugar conhecido como Underland (numa tradução livre, Submundo), mas, para isso, Bwana e Kito precisam fazer com que um antigo avião volte a funcionar.
O jogo, como um bom point-n-click, tem influências claras dos trabalhos da LucasArts, como Grim Fandango e Monkey Island, destacando-se principalmente no quesito humor e estilo de gameplay, repleto de puzzles. Mas nem só de influências o jogo é feito, ele também é repleto de originalidade. Por exemplo, a aparência dos personagens é baseada em máscaras de origem africana, entretanto, o clima do jogo é rastafári. Bwana usa dreads e tem um sotaque jamaicano característico, só para exemplificar. O enredo também não deixa a desejar, os personagens são marcantes e bem desenvolvidos.
Os pontos fortes do jogo são dublagem, arte e música. E se você levar em conta que o jogo foi basicamente feito apenas por três pessoas (quatro se contarmos com o responsável pela trilha sonora) isso se torna ainda mais impressionante. Mas claro, por conta de ela ser uma produção independente, sente-se falta de algumas coisas que provavelmente seriam corrigidas em produções de maior porte, como a sincronia entre a fala e movimentação da boca dos personagens, além disso, o jogo não possui legendas nem dublagem em português.
Por fim, eu gostei muito do jogo e me surpreendi positivamente. Além disso, senti vontade de ajudar na divulgação de The Journey Down para de alguma forma ajudar no desenvolvimento dele, visto que até agora apenas dois capítulos foram lançados e os desenvolvedores vão criar em breve uma campanha no KickStarter para poderem finalmente finalizar o título.
Quando eu terminar o próximo capítulo eu faço um review para vocês. Caso você tenha se interessado pelo jogo, não deixe de compra-lo. E não, não estou recebendo um centavo sequer pela indicação, só acho válido aproveitar o espaço para divulgar um trabalho tão promissor quanto esse.
Resumo para os preguiçosos
The Journey Down: Chapter One é um jogo que deve ser comprador por fãs de jogos point-n-click, mais especificamente por fãs dos títulos da LucasArts. O jogo sofre um pouco por conta do seu baixo orçamento, mas compensa nos aspectos que realmente importam.
Prós
- Trilha sonora
- Arte
- Dublagem
- Humor
Contras
- Movimentação dos personagens
- Ausência de legenda/dublagem em português
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