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The Cat Lady – Review

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A linha que separa os games dos filmes vem se tornando cada vez mais tênue. Bons exemplos disso são títulos como The Last of Us, The Vanishing of Ethan Carter (que eu já fiz um review), Heavy Rain, The Walking Dead, entre outros. Jogos como esses têm uma atmosfera muito similar às de obras cinematográficas, fazendo com que haja uma verdadeira empatia com relação a seus personagens, fugindo do tradicional “personagem que só é uma ferramenta para matar outros”.

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The Cat Lady, um jogo adventure de terror psicológico lançado em 2012 pela Harvester Games, pode muito bem ser incluso nessa categoria de jogos. O jogo conta a história de Susan Ashworth, uma mulher com cerca de 40 anos apaixonada por gatos e que sofre de uma depressão profunda. E da Mitzi Hunt, uma jovem que possui um segredo obscuro e tem uma aparência melancólica, a qual surge mais adiante no jogo e se envolve com Susan.

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Susan morre através de um suicídio, e não, isso não é um Spoiler, é apenas como o jogo começa. Isso já dá uma ideia do clima melancólico que permeia o jogo como um todo. Logo após o suicídio Susan acorda em uma espécie de sonho/pesadelo, onde, após explorar o lugar, ela encontra a Rainha dos Vermes (algo similar à Morte), uma velha com aparência sombria que conta a Susan que possui um plano especial para ela, no qual ela voltará a vida e se encontrará com 5 Parasitas – seres humanos desprezíveis – e terá que matá-los para deixar de ser imortal, o que é algo péssimo para um suicida.

Susan tem depressão, que é uma doença séria, ainda que muitos achem que é “frescura”. Eu mesmo já fui diagnosticado como depressivo, mas isso não vem ao caso. O enredo se desenvolve de uma forma em que a visão que Susan tem sobre o mundo dá uma ideia clara sobre como uma pessoa que sofre desse problema realmente se sente, é incrível. Mitzi também não é a pessoa mais feliz do mundo, mas falar mais sobre ela seria dar spoilers.

O jogo é point-and-click, ainda que você não precise usar o mouse para jogá-lo. Quanto a jogabilidade, você usa apenas as setas e o Enter para se movimentar e/ou interagir com objetos, porém, ainda que simples, os comandos nem sempre respondem corretamente. Os gráficos do jogo são terríveis, mesmo, a produção parece ter sido feita de forma “caseira”, o que explica a qualidade gráfica. Porém, ainda que os gráficos não sejam bons, os desenvolvedores conseguem dar um clima único ao jogo, principalmente no “mundo dos sonhos”. O áudio também não é dos melhores, a dublagem em si não é ruim, mas parece ter sido feito em momentos diferentes, fazendo com que uma fala, ainda que próxima uma da outra, soe completamente diferente da anterior. Isso sem contar com a trilha sonora e os efeitos sonoros, que às vezes combinam mas outras vezes confundem e destoam completamente.

Mas o melhor vem agora, o enredo do jogo, onde você percebe a semelhança com os filmes. Nisso sim ele se destaca e compensa por todas suas falhas. Os personagens são muito bem desenvolvidos, fazendo com que você se envolva e se identifique com eles. O jogo ainda te dá a opção de escolha, o que leva a diversos finais e maneiras em que a história se desenvolve, onde você sente que as escolhas realmente importam e não mudam apenas alguns detalhes. The Cat Lady também está repleto de puzzles, alguns muito bons, aliás, e difíceis. Prepare seu cérebro caso você resolva encará-lo.

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Eu fiquei impressionado com a história do jogo e como ela fica na sua mente por muito tempo após terminá-lo. The Cat Lady ainda serve para conscientizar as pessoas com relação a depressão, além de mostrar para quem sofre com esse problema que a vida ainda tem muito a oferecer. Um jogo com uma mensagem – feito TLoU quanto a homossexualidade – não é algo que se vê com frequência.

Resumo para os preguiçosos

The Cat Lady, ainda que tenha ganho diversos prêmios por conta de seu enredo profundo, não recebeu a atenção que merecia em um mercado saturado de jogos “sem graça”. Isso se deve muito ao fato de o jogo pecar em aspectos básicos de um jogo, como jogabilidade, gráficos e áudio. Por fim, The Cat Lady é um jogo que, caso recebesse melhoria em seus aspectos técnicos, poderia se tornar um dos maiores clássicos de horror do mundo dos jogos.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Enredo
  • Possui uma mensagem
  • Personagens marcantes

Contras

  • Áudio
  • Gráficos
  • Jogabilidade
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