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The Banner Saga – Review

Qual seria o resultado duma combinação de Game of Thrones com Final Fantasy Tactics, The Organ Trail e temperada com o folclore nórdico? São esses os elementos que compõem The Banner Saga, um jogo que vai te despertar o interesse aos poucos e te fazer ficar grudado na frente do PC.

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The Banner Saga conta a história de uma caravana de vikings (compostas por humanos e por Varl, uma raça de humanos gigantes que vive em relativa paz com os humanos de estatura normal) que estão fugindo de uma invasão de criaturas demoníacas, os Dredge. No jogo, você vai percorrer por uma série de paisagens que se alternam entre um inverno de congelar os ossos e a desolação deixada por esses demônios e ter que tomar decisões importantes entre uma batalha e outra.

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A exemplo de RPGs táticos recentes, The Banner Saga é um jogo cujo foco não está apenas numa luta após a outra, aqui, você vai ter que tomar decisões em conversas, decisões de direção para levar sua caravana e, um dos meus modos favoritos, decisões de batalha. Como você carrega uma caravana com pelo menos 500 pessoas e está sendo perseguido por uma horda de demônios, volta e meia você tem que enfrentá-los em combates de exército, onde você escolhe que tipo de formação vai usar e batalha contra os monstros dentro do campo de batalha e por meio de decisões.

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Apesar dessas batalhas não serem animadas, cada decisão que você toma pode impactar no tamanho do seu exército de alguma forma, e te forçar a enfrentar mais ou menos inimigos no campo de batalha, não sendo apenas um modo de “clicar pra passar logo”, e tendo certa profundidade, apesar de bem simples.

Outro ponto interessante aqui no “mapa”, é que você deve manejar os suprimentos da sua caravana. A cada dia que você viaja, mais suprimentos são consumidos, então, além de ter que cuidar da ameaça dos Dredge, você ainda tem que evitar que a sua caravana morra de fome, um perigo que pode ser muito real em diversas etapas do jogo.

Por ser um RPG tático, The Banner Saga também tem obviamente um modo de combate. Ele funciona mais ou menos como em Final Fantasy Tactics, mas infelizmente não tem um terço da profundidade que o jogo da Square Enix tem. Aqui, você controla seus personagens, ataca ou usa alguma das técnicas dos personagens.

Como você pode usar tanto humanos quanto gigantes, há uma diferença no tamanho de cada raça. Cada humano ocupa um quadrado no mapa, já os gigantes, ocupam quatro quadrados. Considerando que nem todo mapa permite muita liberdade de movimento, isso acaba adicionando mais uma camada de estratégia ao jogo, já que nem sempre é mais aconselhável usar apenas os gigantes no cenário.

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O combate do jogo ainda tem um sistema um pouco diferente do qual estamos habituados. Ao invés de HP, MP e afins, cada personagem tem uma barra de pontos de vida e uma de escudo. O dano causado pelo seu soldado é o resultado da subtração dos seus pontos de vida pelos de escudo do adversário. Caso o seu personagem apanhe muito na batalha, ele começa a ficar mais fraco e tirar menos vida dos inimigos. Além de poder tirar vida dos seus adversários, você ainda pode atacar as defesas do seu inimigo, causando reduções permanentes no escudo deles.

Esse sistema é interessante porque não adianta muito ter um personagem todo bombado que sai metendo a porrada em todo mundo no campo de batalha, já que ele pode acabar sendo derrotado com certa facilidade caso a estratégia certa seja usada. Aliás, falando em personagens bombadões, esqueça isso, em The Banner Saga, a maioria esmagadora dos seus soldados são normais ou fracos, poucos despontam, fazendo você sentir a dificuldade na alma nas primeiras batalhas.

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Ao vencer uma batalha, você ganha pontos de renome, que podem ser trocados por mercadorias (como acessórios ou até comida para a sua caravana) nos mercados das cidades que ainda não foram devastadas ou serem gastos para dar level up nos seus personagens. Como esses pontos são bem escassos, é importante saber administrá-los e não gastar tudo em comida ou bombando seus personagens.

Outro ponto que chama a atenção do jogo são os gráficos dele. The Banner Saga conta com animações muito bem desenhadas, e que lembram alguns clássicos da Disney dos anos 60, apesar do sangue e das porradas rolando na tela. O jogo ainda conta com uma bela trilha sonora, elaborada por Austin Wintory, o mesmo compositor da trilha sonora de Journey. Por ser um jogo que se passa no mundo viking, prepare-se para ouvir várias músicas desse estilo, que ajudam você a entrar ainda mais no clima.

Apesar de belo, desafiante e bem viciante, The Banner Saga também tem seus problemas. Eu achei o começo do jogo um tanto maçante, já que há muito diálogo e pouca ação. Outro problema que talvez seja mais pertinente aqui no Brasil é o estilo de inglês que é usado no jogo. Por ser um pouco mais arcaico do que o inglês moderno, o jogo pode acabar sendo um desafio, mesmo para quem sabe um pouco do idioma.

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Resumo para os preguiçosos

The Banner Saga é um jogo que promete ser uma mistura de Game of Thrones com Final Fantasy Tactics e um tempero nórdico. Apesar de um terço dessa combinação ser um tanto desconhecido para nós, esse é um jogo que vai te cativar pela abordagem crua que o jogo dá à história e por um combate bem desafiador, ainda que simples.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Combate desafiante, focado mais na estratégia do que na força bruta
  • Gráficos bonitos e bem animados
  • História bastante interessante, que vai te fazer ficar grudado na frente do computador

Contras

  • Começo um tanto maçante
  • O idioma usado pelo jogo pode ser um tanto difícil de compreender às vezes
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.