Nos anos 90, poucos brinquedos fizeram tanto sucesso quanto os Tamagotchis. Os pequenos dispositivos portáteis conquistaram o mundo com sua proposta simples, mas viciante: cuidar de uma criaturinha digital dia após dia. Décadas depois, a Bandai Nanco decidiu trazer esse universo de volta, mas será que Tamagotchi Plaza realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
Gameplay e Mecânicas

Diferente do formato tradicional em que o jogador precisa cuidar de um único Tamagotchi, aqui somos levados a uma cidade cheia de vida, lojas e personagens para interagir. A proposta é administrar e trabalhar em diferentes estabelecimentos ao redor da praça principal, cumprindo tarefas variadas e atendendo aos pedidos de diversos Tamagotchis. O jogo deixa claro desde o início que seu foco está na diversão leve e criativa, e não em uma experiência profunda ou cheia de história.
Não há um enredo elaborado. Na verdade, a narrativa é quase inexistente. O jogo aposta mais na ambientação e no carisma dos personagens para envolver o jogador. Para quem já conhece a franquia, é fácil se sentir em casa: rostos conhecidos e elementos familiares estão espalhados por toda a cidade.
Já os novatos podem se sentir um pouco perdidos com tantos nomes e referências jogados sem muita explicação. Ainda assim, o estilo acessível e a simplicidade ajudam a manter tudo compreensível após algum tempo de jogo.
A estrutura central do jogo gira em torno das lojas que cercam a praça. São doze no Switch original e quinze no Switch 2, aproveitando os recursos extras do novo console. Cada loja traz um minigame próprio, e é lá que você vai passar a maior parte do tempo. As atividades são variadas: desde cuidar de dentes em um consultório odontológico até preparar óculos comestíveis em uma confeitaria. Outras profissões incluem desenhista de mangá, técnico de bicicletas e até optometrista.

Os minigames, de forma geral, são leves e curtos. A dificuldade não é alta, o que é ótimo para crianças, mas há um pouco de profundidade em alguns desafios. Por exemplo, o jogo de batalha de rap exige que você siga o ritmo corretamente, enquanto o minigame de mangá pede que você escolha os painéis certos de acordo com a personalidade do cliente, o que pode ser um pouco mais complicado se você não conhecer o personagem em questão.
Apesar da variedade, a qualidade dos minigames é um tanto irregular. Alguns são realmente divertidos e bem executados, mas outros como os treinos na academia ou os duelos de rap, parecem simplórios demais ou carecem de um objetivo claro. Além disso, um dos problemas mais recorrentes é a limitação da interface: você não pode acessar a lista de Tamagotchis conhecidos enquanto está dentro de um minigame, o que dificulta certas tarefas específicas.
Outro ponto importante é que o jogo assume que o jogador já tem familiaridade com o universo Tamagotchi. Isso pode ser um obstáculo para quem está conhecendo a franquia agora, principalmente em minigames que exigem entender traços de personalidade de personagens específicos.
Ao invés de pontos de experiência ou níveis tradicionais, o progresso em Tamagotchi Plaza se dá pelo acúmulo de Gotchi (a moeda do jogo) e pelas melhorias nas lojas. Com o dinheiro obtido nos minigames, é possível expandir os estabelecimentos e melhorar o visual da praça.
Existe um leve elemento de repetição para quem quiser maximizar todas as lojas, mas não chega a ser cansativo. O jogador pode alternar entre as atividades disponíveis, o que ajuda a manter a experiência fresca.
Audiovisual

No quesito estético, Tamagotchi Plaza brilha. O visual é vibrante, com cores alegres e personagens cheios de personalidade. O estilo gráfico mistura o moderno com o nostálgico, lembrando os jogos clássicos da franquia, mas com uma resolução e fluidez dignas das plataformas atuais.
As animações são outro ponto alto. Mesmo tarefas simples, como servir um chá ou consertar uma bicicleta, ganham vida com pequenas cutscenes engraçadas e exageradas, que reforçam o charme do jogo. O som segue a mesma linha. As músicas são leves, animadas e acompanham bem o ritmo descontraído do gameplay. Cada minigame tem sua trilha própria, o que evita a repetição.
Infelizmente o jogo não conta com localização em português e é preciso jogar completamente em inglês, o que limita bastante o alcance do jogo aqui no Brasil.
Mas e aí, Tamagotchi Plaza vale a pena?

Tamagotchi Plaza não é um jogo revolucionário, nem tenta ser. Sua proposta é clara: oferecer uma experiência leve, criativa e charmosa, voltada principalmente para o público infantil e fãs da franquia. Ele acerta em cheio na ambientação, nos visuais e na variedade de atividades. Os minigames podem não ser todos memoráveis, mas formam um conjunto divertido e acessível.
Para quem cresceu com Tamagotchis, o jogo é uma carta de amor nostálgica. Para os pequenos que estão conhecendo agora, é uma ótima porta de entrada para o mundo da série.
Análise feita com chave para Nintendo Switch 2 cedida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Tamagotchi Plaza reinventa o clássico dos anos 90 com uma proposta leve e acessível de gerenciamento de cidade e minigames variados, onde o jogador interage com diferentes lojas e personagens carismáticos. Apesar de não ter uma história elaborada e alguns minigames inconsistentes, o jogo se destaca pelo visual vibrante, charme nostálgico e foco no público infantil e fãs da franquia, oferecendo uma experiência divertida e acolhedora — ainda que limitada para quem não entende inglês.
Prós
- Visual
- Variedade de minigames
- Jogabilidade simples
- Atmosfera
Contras
- Mecânicas inconsistentes
- Interface limitada
-
Pode confundir jogadores que não conhecem a franquia
- Sem PTBR