Tales of Xilia Remastered – Análise – Vale a Pena – Review

Lançado em 2013 no Ocidente, Tales of Xilia chegou ao PlayStation 3 em um momento de transformação para a série e para o mundo dos games. Mesmo tendo mantido algumas das forças da franquia, como seus combates em tempo real e os bons personagens, o RPG foi criticado por abandonar o mundo aberto de seus antecessores e por seus visuais considerados datados para a época.

Critical Hits
Entre nos canais oficiais do Critical Hits e acompanhe as últimas notícias, guias e novidades sobre games, animes e cultura pop

Mais de uma década depois, o game ganhou um tratamento de remasterização semelhante ao que a Bandai Namco vem dando a outros títulos da série. Enquanto isso permite que o título brilhe sem alguns dos pesos do passado, ele não se livra daqueles que são defeitos reais que carrega desde seu lançamento original.

PUBLICIDADE

Tales of Xilia conta a mesma história sob dois pontos de vista

Critical Hits
Entre nos grupos de promoções do Critical Hits e receba as melhores ofertas de games, tecnologia e cultura geek

Tales of Xilia Remastered – Análise – Vale a Pena – Review

No mundo de Tales of Xilia, os espíritos garantiram à humanidade o acesso a diferentes tipos de magia e a um grande avanço científico. No entanto, a ciência avançou a um ponto em que está conflitando contra o próprio planeta, fazendo com que seu guardião decida agir para restaurar a ordem natural.

Nesse contexto, o game apresenta dois protagonistas: o estudante Rieze Maxia e Milla Maxwell, que é justamente a forma corpórea do grande guardião dos espíritos. Os dois são unidos pelo destino no momento em que Rieze descobre que a escola para a qual trabalha é responsável por construir uma arma mortal — o que inclusive custa a vida de seu mentor.

Assim como outros RPGs que possuem duas opções de protagonista (vide Star Ocean: the Second Story), Tales of Xilia não demora a unir seus dois personagens principais na mesma missão principal. O que muda é que, dependendo do caminho escolhido, você vai perder algumas cenas específicas, enquanto vai poder participar de outras exclusivas.

Enquanto o roteiro em geral segue a mesma base de outros RPGs japoneses — um grupo de figuras diferentes se une em prol de uma causa comum e acaba salvando o mundo —, o título se destaca por seus personagens. Apesar de a dublagem em inglês não ser das melhores, os diálogos são bem construídos e ajudam a dar uma boa dinâmica entre as pessoas que vão entrando para o grupo.

Também ajuda o fato de que Tales of Xilia é surpreendentemente adulto para o gênero em que pertence. Enquanto há as falas-padrão sobre aventura e amizade, também sobra espaço para discussões envolvendo desde o propósito da vida até comentários sobre algumas práticas sexuais que envolvem cordas e certa dose de dominância — o que foi bastante inesperado.

Um capítulo que desviou da série

O que muda em Tales of Xilia em relação aos capítulos anteriores da série é que ele abandona totalmente qualquer ideia de mundo aberto. A progressão da história é bastante linear, e ajustes foram feitos para garantir que você sempre vai saber exatamente qual caminho progride uma missão ou em qual ponto pode finalizar uma tarefa secundária.

De forma semelhante, os inimigos do jogo são visíveis em seu mapa, tornando bem descobrir saber como evitá-los. Enquanto esses elementos ajudam quem procura por uma aventura mais direta, eles também podem decepcionar quem gostaria de uma dose maior de desafio ou descoberta.

Em nossa análise, só não desviamos muito dos monstros devido ao fato de que o combate de Tales of Xilia é muito rápido e divertido. A maioria das batalhas, com exceção dos chefes, dura poucos segundos e geralmente envolve muitos comandos feitos em sinergia com seus companheiros e o uso generoso de habilidades especiais.

Também ajuda que o sistema de evolução do jogo, baseado num quadro onde escolhemos quais status aumentar, garante a sensação de que sempre estamos ficando mais fortes. Até mesmo por isso, é preciso tomar cuidado com os aceleradores de experiência disponíveis no Remaster — com eles, fica fácil demais ter um grupo com níveis muito grandes, o que tira boa parte do desafio do título.

Outro ponto em que Tales of Xilia inova é em seu sistema de equipamentos e itens, que não evoluem de forma automática conforme você visita novas cidades. Vendedores aumentam sua disponibilidade de estoque e reduzem preços conforme você compra ou faz doações de recursos — a maioria deles obtidos em batalha. Assim, fugir demais de confrontos inevitavelmente faz com que seu grupo fique mais fraco no médio e longo prazo.

Mas Tales of Xilia Remastered vale a pena?

Tales of Xilia Remastered – Análise – Vale a Pena – Review

Falando da remasterização em si, a Bandai Namco fez um trabalho básico, mas eficiente em Tales of Xilia Remastered. Os visuais receberam um upscale muito bem-vindo e, ao menos na versão PlayStation 5, os loadings foram reduzidos a quase 0, o que ajuda muito no ritmo das batalhas e da exploração.

O único aspecto polêmico do game pode ser justamente seu sistema de facilitadores, que podem efetivamente quebrar a aventura. Enquanto é interessante poder trabalhar com aceleradores de experiência e de dinheiro, apelar demais para essas soluções torna inútil o sistema de combates — que é justamente uma das melhores partes do game, quando a experiência original é mantida. E, claro, não ajuda nada o fato de que o game não possui uma tradução para português.

Em geral, Tales of Xilia Remastered pode ser considerado um título que reflete bem a sua época e um momento no qual os RPGs japoneses passavam por um momento de queda de popularidade. Felizmente, mais de 10 anos depois, o título sobreviveu bem ao tempo e é uma bela aventura que, se tem seus defeitos, consegue se sustentar por um elenco muito carismático.

Jogamos Tales of Xilia Remastered no PS5 com uma chave fornecida pela Bandai Namco.

Resumo para os preguiçosos

Tales of Xilia Remastered atualiza um dos capítulos que mais experimentou na série, nem sempre com sucesso. Bem adaptado a plataformas atuais, o game mostra que a narrativa criada pela Bandai Namco sobreviveu bem ao tempo, mas sua linearidade excessiva ainda pode incomodar os fãs de RPG mais puristas.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Sistema de combate divertido e ágil
  • Bom elenco de personagens
  • Parte da narrativa toca em temas surpreendentemente adulto
  • Sistema de evolução de equipamentos é uma ideia interessante

Contras

  • Dublagens mecânicas e pouco inspiradas
  • Facilitadores podem estragar com facilidade o equilíbrio do game
  • Aventura bastante linear e que não estimula a exploração
  • Faltou a tradução para o português
Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.