Desenvolvido pela Awaken Realms, um estúdio polonês conhecido pelo trabalho com jogos de tabuleiro, Tainted Grail: The Fall of Avalon é uma adaptação ambiciosa de um desses títulos. Seguindo a fórmula clássica dos RPGs de mundo aberto, especialmente inspirado pela série The Elder Scrolls, o jogo propõe uma experiência única e desafiadora. Mas será que vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
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História
Tainted Grail: The Fall of Avalon conta uma história baseada na clássica lenda do Rei Arthur, porém com várias liberdades criativas. O cenário é Avalon, uma ilha originalmente habitada por criaturas mágicas que foram expulsas pela ambição do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda, que utilizaram o poder do Santo Graal para estabelecer domínio humano sobre a região. Séculos depois, Avalon enfrenta um mal misterioso: a “Aberração”, uma névoa obscura que espalha uma doença mortal conhecida como a Peste Vermelha.
Na história, você encarna um prisioneiro anônimo, contaminado por essa doença, que logo no início consegue escapar de uma masmorra com a ajuda de um estranho misterioso. Durante a fuga, seu personagem é possuído pelo espírito do próprio Rei Arthur, dando início a uma jornada para desvendar os mistérios da ilha e buscar uma cura para a maldição.
A história é legal e bem desenvolvida, combinando personagens familiares do folclore arturiano com novos elementos que garantem frescor e originalidade ao enredo. As decisões tomadas pelo jogador têm peso significativo na evolução da história, criando uma experiência personalizada e profunda.
Combate

O sistema de combate em Tainted Grail apresenta claras influências da franquia The Elder Scrolls, especialmente de Oblivion. Você pode escolher iniciar com um arquétipo pré-definido como guerreiro, mago ou arqueiro, ou optar por uma build totalmente personalizada do personagem, evoluindo conforme suas ações no jogo.
O combate é tático e exige planejamento cuidadoso, já que inimigos não acompanham seu nível e podem facilmente derrotá-lo se você explorar regiões avançadas cedo demais. Há três barras essenciais na interface: saúde, mana e stamina. Bloquear ataques reduz tanto a stamina quanto a saúde, forçando uma abordagem mais estratégica durante as batalhas.
Apesar da lentidão na progressão do personagem, cada vitória é recompensadora graças ao bom feedback dos ataques, que tornam os confrontos empolgantes e desafiadores. O jogo encoraja ainda o uso criativo de alquimia e culinária para criar poções e alimentos que ajudam a regenerar saúde e energia durante as jornadas perigosas em Avalon.
Exploração
A exploração é um dos pontos altos de Tainted Grail: The Fall of Avalon. O mundo aberto do jogo é vasto, repleto de segredos, missões secundárias, locais interessantes e inimigos variados. Cada região explora temáticas únicas, desde áreas infestadas por criaturas macabras até vilarejos abandonados e ruínas arcanas.
Desviar-se do caminho principal é extremamente gratificante, pois frequentemente você descobrirá novas armas, equipamentos especiais e até chefes opcionais, adicionando mais camadas à experiência. No entanto, é importante ficar atento, já que entrar em áreas inadequadas para o seu nível pode resultar em derrotas frequentes e frustrantes.
A liberdade oferecida pelo jogo é imensa, permitindo que você explore Avalon em seu próprio ritmo, sem pressões. Além disso, a atmosfera sombria e misteriosa torna cada descoberta intrigante, mantendo a sensação constante de que há algo novo e surpreendente à espreita.
Gráficos e Audiovisual

Visualmente, Tainted Grail não é um título revolucionário. Em muitos momentos, seus gráficos podem parecer um pouco datados, especialmente por causa da resolução em 1080p no PS5, que certamente poderia ser melhor.
Por outro lado, o design artístico compensa bastante esse aspecto técnico mais modesto. A direção de arte mistura elementos medievais com detalhes arcanos, resultando em cenários imponentes como enormes estátuas de pedra e arquiteturas intrigantes espalhadas pela ilha de Avalon.
A trilha sonora é competente e atmosférica, com temas tribais e sombrios que complementam perfeitamente a ambientação lúgubre e ameaçadora do jogo. O trabalho de dublagem em inglês é satisfatório, embora não se destaque particularmente, e o jogo conta com legendas em português, ajudando na imersão.
Os problemas técnicos
Por fim, o que realmente limita o jogo no PS5 é os diversos problemas técnicos no lançamento e bugs capazes de limpar seu inventário no jogo e até mesmo corromper o save.
O jogo é extremamente serrilhado devido a baixa resolução e falta polimento de forma geral, além de quedas bruscas de FPS que acontecem a todo momento.
A desenvolvedora prometeu melhorias, principalmente em relação aos bugs capazes de quebrar a progressão do jogo, mas é importante lembrar que joguei desta forma e torcer para que o patch day one tenha corrigido esses problemas no Playstation 5.
Mas e aí, Tainted Grail: The Fall of Avalon vale a pena?
Tainted Grail: The Fall of Avalon é uma excelente opção para fãs de RPGs de mundo aberto, especialmente aqueles que apreciam a fórmula popularizada por The Elder Scrolls. Embora não reinvente o gênero, o jogo estabelece uma identidade própria graças à sua narrativa original inspirada nas lendas arturianas, ao sistema de combate satisfatório e à exploração rica em detalhes.
Os aspectos técnicos menos refinados, especialmente nos gráficos e desempenho, são compensados pela excelente atmosfera e pela profundidade das mecânicas de RPG. Se você estiver disposto a relevar algumas limitações técnicas e uma progressão mais lenta, certamente terá uma experiência gratificante e imersiva.
Análise feita com uma chave para PS5 cedida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Tainted Grail: The Fall of Avalon é um RPG de mundo aberto inspirado nas lendas arturianas e influenciado por jogos como The Elder Scrolls, trazendo uma narrativa envolvente e original. O jogador controla um prisioneiro possuído pelo espírito do Rei Arthur, explorando a ilha de Avalon em busca de respostas sobre uma misteriosa maldição. O combate é tático e desafiador, exigindo planejamento cuidadoso e uso estratégico de alquimia e culinária para sobrevivência.
Apesar dos gráficos datados e problemas técnicos significativos, como quedas frequentes de FPS e bugs graves no lançamento, o jogo se destaca pela exploração imersiva, cheia de segredos e locais intrigantes. Com uma atmosfera sombria bem construída e mecânicas profundas, é uma experiência recompensadora para fãs do gênero que estejam dispostos a relevar essas limitações técnicas iniciais.
Prós
- História
- Exploração
- Atmosfera
Contras
- Gráficos
- Problemas técnicos
- Falta de polimento
- Progressão meio lenta