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Sunset Overdrive – Review

O mundo dos jogos sandbox nunca esteve numa fase tão consolidada quanto a atual. Quer andar numa cidade cheia de zumbis? Você pode. Quer andar numa cidade e ser um super herói salvando as pessoas? Você também pode! Quer cometer crimes numa cidade? Você também pode! Quer fazer isso tudo ao mesmo tempo enquanto você desliza por cabos de energia e ouve músicas de três acordes? Você também pode e é exatamente isso o que SunsetOverdrive traz.

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Em Sunset Overdrive, você controla um protagonista sem nome que trabalha como faxineiro de eventos. Num belo dia, você está curtindo a sua vida miserável de catar latinhas de energético numa festa quando algo estranho começa a acontecer: as pessoas começam a virar monstros. Tudo isso por causa do energético OverCharge Delirium XT, criado pela FizzCo, uma grande corporação de bebidas que ignorou os protocolos de saúde para lançar o novo produto o mais rápido possível. Obviamente, eles não sabiam que isso ia acontecer, mas agora que a bosta acertou o ventilador, eles decidiram colocar uma cidade inteira sob quarentena para tentar abafar o caso e não prejudicar as ações da companhia na bolsa de valores, afinal de contas, seria muito ruim se o resto dos EUA descobrisse que uma cidade inteira morreu por causa de uma bebida, certo?

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  • Nome: Sunset Overdrive
  • Plataformas: Xbox One
  • Desenvolvedora/Publisher: Insomniac Games/Microsoft Studios
  • Lançamento: 28 de outubro de 2014

Bom, voltando ao nosso personagem principal, você, jogador sem nome, é o carinha que tem que sobreviver ao apocalipse e fazer tarefas para os outros, como em todo e qualquer sandbox por aí. O seu objetivo principal é dar um jeito de fugir da cidade, o que vai te lembrar de um jogo lançado há quase um ano: Dead Rising 3, não apenas pelo objetivo em si, mas até pela forma como o personagem principal encontra para isso, voando.

Parece legal? Bom, esse é o grande objetivo do jogo: parecer legal, descolado, divertido, AWESOME! como ele gosta de te lembrar a cada 5 minutos. Para isso, Sunset Overdrive não desperdiça nenhuma tentativa que ele tem de parecer legal. E é aí que começa o meu problema com o jogo. SunsetOverdrive é aquele jogo que bem com a etiqueta “ame-o ou odeie-o”. Adivinhem em qual das duas categorias eu me encaixei? Então, antes de prosseguir, eu já adianto, ou o jogo vai parecer genial para você, ou simplesmente vai parecer que ele está tentando demais ser descolado e o que ele parece, na verdade, é aquele tiozão de 50 anos que decidiu começar a andar de skate porque ele se deu conta de que os melhores dias dele já passaram.

Absolutamente tudo em Sunset Overdrive tenta passar a imagem de descolado, cool, legal, AWESOME! como eu havia dito. O jogo repete essa maldita palavra a cada 5 minutos e tenta gruda-la em tudo que é tipo de coisa, como WEPONSOME ou AWESOMECALIPSE (imagino que isso seja uma versão realmente divertida da banda Calypso). Os personagens não poderiam ser mais caricatos, desde o personagem principal (que tem aquela cara de idiota que todo mundo gosta), passando pelos nerds da escola para super dotados (que só querem ficar com a cara no smartphone trocando mensagens) até os vendedores. Parece que para sobreviver ao apocalipse você tem que ter uma personalidade excêntrica. O normal é ser diferente e tentar ser normal é impossível.

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Nosso personagem principal, aliás, é provavelmente o maior esteriótipo possível de como os adultos imaginam que os jovens hoje em dia são: idiotas que todos amam, atrapalhados, elétricos (do tipo que tomou a cartela inteira de ritalina), skatistas grafiteiros e que falam palavrão em absolutamente toda porra de frase, cacete. afinal de contas, porra, falar palavrão, cacete, é muito legal quando a porra da mãe não está te vendo. Tipo um episódio do Porta dos Fundos.

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Outro detalhe dessa quantidade de awesomes que o jogo tenta jogar em cima de você pra provar que é muito legal é o fato dele saber que é um jogo. O narrador conversa com você, o personagem faz comentários sarcásticos sobre o fato do jogo estar acontecendo, enfim, o jogo sabe que é um jogo, mas parece tão forçado quando o Kevin Spacey decide falar com a câmera se achando O FODA durante a premiação do Oscar, novamente, ou você acha genial, ou você dá aquela leve morrida por dentro.

Para completar, as armas também seguem esse estilo e, novamente, ou você acha tudo genial, ou dá aquela revirada de olhos. Quer um exemplo? A arma de dinamites. Você arremessa umas 5 ou 6 bananas dinamite grudadas num ursinho de pelúcia, só porque eles são legais. Eu me pergunto o que ele faz se os ursinhos acabam, enfia as bananas no cu? Enfim, voltemos ao review porque eu estou me desviando do assunto demais hoje.

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No fim das contas, essa tentativa tão grande de parecer cool e descolado parece mais o produto de alguma discussão num escritório onde foram escrevendo coisas descoladas num quadro e tentaram encontrar uma maneira de mistura-las num jogo. Só para fazer uma comparação rápida: pra mim o humor de Saints Row IV é genial porque ele tem muitas dessas coisas, mas elas não parecem forçadas. O mundo é bizarro e excêntrico e se aceita assim, ele não tenta se afirmar esfregando na sua cara o quão genial ele quer aparentar ser a cada 5 segundos, diferente do que acontece em Sunset Overdrive. Ah, e os inimigos geram onomatopeias gigantes quando morrem como BLOOP ou SMOOSH, algo que ficava muito legal no Batman do Adam West mas nem tanto aqui.

Continuando com o nosso incrível mundo do jogo, o combate em Sunset Overdrive parece uma mistura de Tony Hawk com Dead Rising. A ideia é você deslizar ou ficar saltitando pela tela enquanto atira pelos inimigos. Ok, é uma excelente ideia, mas ai de você que tente sair dela por um segundo, pois a morte vai ser dolorosa e você não vai durar muito. O jogo realmente te pune bastante por não obedecer ao esquema proposto. Caso você ainda não tenha se adaptado às mecânicas de deslizar pelos fios e atirar nos inimigos, isso é um problema, até porque o personagem é lento pra caramba quando começa a deslizar nos fios de luz.

Com o passar do tempo, você aprende da pior forma possível que o objetivo do jogo é que você esteja sempre em movimento, como aquela criança hiperativa viciada em ritalina que o jogo imagina que todo adolescente seja. O combate fica divertido assim, mas a curva de aprendizado é meio chata e, caso você caia e perca o embalo, o que acontece às vezes, prepare-se para ser morto sem dó nem piedade. Outro problema é que nem sempre o layout do cenário privilegia que você se mantenha em constante movimento, o que é ruim para um sistema de combate que exige que você faça isso sempre.

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Além de tudo isso, ainda há os extras que todo sandbox coloca no mapa, como balões de hélio para você cozinhar novos power ups, um modo horda onde você deve defender uma base, desafios de tempo e muitas outras coisas para ocupar o seu tempo, como a receita do sandbox moderno exige.

Graficamente, Sunset Overdrive é um jogo bonito. Os efeitos de luz, explosões e tudo mais são bem agradáveis e a ação rápida não apresenta slowdowns nem travadas, o que poderia arruinar um jogo que exige que você esteja sempre em movimento. Destaque para os monstrões gigantes que volta e meia aparecem no mapa e exigem uma batalha um pouco mais difícil do que os OD normais.

A trilha sonora do jogo é, novamente, aquele caso de ame ou odeie. Eu não gostei dela, mas eu sou chato e realmente detesto rock de franguinho baseado em três acordes. Pode ser a sua praia,mas definitivamente não é a minha. Parece que largaram um CD do Ramones para tocar como trilha sonora e esqueceram de adicionar outros estilos.

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Resumo para os preguiçosos

Sunset Overdrive é a epítome do ame ou odeie. Pra mim, ele é um jogo adolescente que faz de tudo para ser aceito como cool e fracassa exatamente por se esforçar demais nessa tentativa, me fazendo rolar os olhos e bufar mais vezes do que eu consegui contar. O estilo de combate é interessante, mas nada legal com quem está começando a jogar o game e pode se provar frustrante às vezes, pois ele é extremamente punitivo com quem não segue a ordem de SEMPRE estar deslizando ou pulando em algo. Quer atirar do chão uma vezinha antes de voltar a deslizar? Pode ser uma péssima escolha.

Pros

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+ Depois que você pega o jeito, o sistema de combate é divertido
+ Belos gráficos

Contras

– Trilha sonora realmente chata e que começa a doer no ouvido caso você não seja fã de rock com os três acordes do T mágico
– Estilo descolado que tenta provar toda hora que é legal e que acaba dando nos nervos
– O clássico “ame ou odeie”

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Review elaborado usando a versão de Xbox One do jogo. Cópia comprada pelo Critical Hits.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

!

Contras

!

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.