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Sundered – Review

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Por mais que a qualidade do hardware tenha melhorado incrivelmente nos últimos anos – permitindo que uma série de novas possibilidades no que diz respeito ao desenvolvimento de jogos finalmente vejam a luz do dia, dificilmente encontraremos um gênero tão agradável e atemporal quanto o famigerado “Metroidvania”.

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Jogos desse estilo – quando bem feitos, nos conquistam por sua simplicidade visual e complexidade mecânica. Não basta só abrir portas e seguir em frente, mas sim buscar novas melhorias e aprimoramentos antes de seguir em frente. Mas sejamos sinceros, quantos bons metroidvanias você jogou nos últimos anos que deixaram um pouco a desejar nesse quesito? Bem, só eu posso citar pelo menos dez, mas não é o caso dessa vez.

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Sundered é o novo jogo da Thunder Lotus Games, a mesma responsável pelo belíssimo Jotun. Mas, diferentemente do seu antecessor, Sundered não é baseado em nenhuma mitologia antiga nem nada do gênero. Na realidade, o game parece se esforçar bastante para consolidar o próprio enredo, e o faz com certa maestria.

Na verdade o game bebe muito da mitologia Cthulhiana criada por HP Lovecraft, na década de 1930. O jogo parece exalar uma atmosfera tensa em alguns momentos, capaz de deixar o jogador a se perguntar qual será o tamanho do desafio que espreita atrás da próxima porta.

Sempre que eu faço reviews sobre jogos com enredo sólido, não gosto de comentar muito sobre a história pois julgo que isso acaba atrapalhando a experiência individual dos leitores. Entretanto, acabo recebendo, vez ou outra, alguma reclamação de que a análise fica muito superficial sem esse tipo de comentário. Sendo assim, acho válido comentar somente o início da aventura, sem comprometer nada, nem dar spoilers.

O jogo começa com a protagonista Eshe vagando pelo deserto até encontrar uma espécie de templo antigo e abandonado. Após enfrentar alguns desafios, a protagonista encontra uma relíquia mística que também é uma entidade milenar. Tal entidade acaba decidindo auxíliar Eshe em sua aventura, emprestando seus poderes e tornando-se a primeira arma do jogo.

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Essa entidade também age como uma espécie de guia ao longo da aventura, dando informações importantes e narrando alguns fatos do jogo.

A partir dai o jogo segue um caminho muito parecido com Dark Souls. O jogador deve explorar o mapa sem ajuda, enfrentando inimigos e coletando pontos para evoluir o personagem. A diferença aqui é que quando Eshe morre, os pontos não são perdidos.

Como todo bom metroidvania, o jogador que se dedica a exploração acaba sendo recompensado com toda a sorte de itens e habilidades que o auxiliam em seus próximos desafios. A primeira vista, explorar o mapa pode parecer um tanto quanto confuso pela forma como o jogo foi construído, mas após alguns poucos minutos se aventurando pelas ruínas de uma civilização antiga o jogador já é capaz de pegar o jeito e seguir sem maiores problemas.

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Talvez o detalhe mais interessante de Sundered seja o fato de ter seus gráficos totalmente desenhados a mão, da mesma forma como aconteceu com Jotun. Essa característica oferece uma imensa satisfação no combate e até mesmo ao se deslocar de um lado par ao outro, já que além de muito bem desenhado, o game possui excelentes animações.

Outro detalhe que parece ter sido inspirado imensamente em Dark Souls são os chefões gigantes que devem ser enfrentados ao longo do jogo. A maioria deles também exige que você aprenda alguma estratégia ou desmistifique suas mecânicas antes de sair dando porrada adoidado, e é óbvio que tudo pode ficar muito mais fácil dependendo das habilidades que você desbloqueará com o tempo.

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Analisando com calma, a proposta de Sundered pode parecer complicada demais para dar certo. Misturar o já consagrado metroidvania com elementos de jogos mais atuais como Dark Souls e Bastion pode parecer uma grande ideia, mas, se mal executada, a proposta pode levar o projeto inteiro para o abismo.

Não foi o que aconteceu dessa vez. Apesar de Sundered não conseguir manter o mesmo clima de tensão e empolgação até o final, o game é bastante divertido e recompensador. O único problema que encontrei no jogo é a falta de ritmo que aos poucos, vai te fazendo enjoar de ficar pulando de um lado ao outro mesmo com a liberação de novas habilidades. Mas, de qualquer forma, acho que Sundered é uma das experiências mais legais que já tive com jogos dessa estirpe.

Acredito que Sundered vai ser um daqueles jogos que dividirão o público em dois grandes grupos: os que gostaram pra caramba, e os que não gostaram nem um pouco. Ao mesmo tempo que inova trazendo novidades a um gênero consagrado, corrompe algumas das mecânicas mais clássicas e amadas pelos fãs, o que portanto, será motivo de discussão pela internet a fora. De qualquer forma, acredito que este seja um daqueles jogos que valha a pena experimentar, mesmo que você precise esperar uma promoção para garantir a sua cópia.

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Review elaborado com uma cópia do jogo fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Sundered é um jogo que tenta inovar dentro de um gênero consagrado, o que pode ser bom ou ruim, dependendo do seu alinhamento. Mesmo assim, o jogo consegue divertir bastante com sua pegada diferentona e seus gráficos totalmente desenhados a mão. Se você sempre se perguntou como seria uma mistura entre metroidvania, Dark Souls e Bastion, Sundered pode acabar respondendo todas as suas perguntas.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belíssimos gráficos desenhados a mão
  • Animações fantásticas
  • Exploração recompensadora
  • Enredo simples porém cativante

Contras

  • Mudanças de jogabilidade que podem não agradar fãs mais hardcores de Metroidvanias em geral.
  • Falta de ritmo após metade do jogo
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.