Street Fighter 6 – Vale a Pena – Análise – Review

Street Fighter 6 é um dos jogos mais aguardados do ano, principalmente se você for um fã de jogos de luta e da franquia que basicamente inaugurou esse gênero. Mas será que esse novo capítulo vale a pena? É o que vamos descobrir.

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Em Street Fighter 6, encontramos o retorno de personagens clássicos da franquia, como Ryu, Ken, Chun-Li, Blanka, Akuma e assim por diante, além de novos personagens, como Jamie, Marisa e Lily. Ao todo, o jogo conta com 18 personagens, uma boa quantidade inicial, que certamente vai se expandir bastante conforme novos conteúdos para o jogo forem sendo lançados.

Logo de cara o jogo já parece muito mais completo do que Street Fighter V parecia quando foi lançado. Você dá de cara com três opções no menu principal do jogo: Fighting Ground, World Tour e Battle Hub, e a seguir discutiremos cada um desses modos.

Começando pelo Fighting Ground, esse é o modo “tradicional de jogo”, onde você pode jogar o modo arcade de cada um dos personagens, enfrentar adversários localmente e online com os personagens que amamos da franquia e com os novatos. Aqui, o modo arcade conta com algumas opções como dificuldade, quantas lutas você quer enfrentar até o final e assim por diante, e você pode aprender um pouco mais sobre a motivação de cada um dos personagens a continuar lutando. Não há muito o que falar além disso, basicamente este é o esqueleto do que se espera em todo jogo de luta.

O modo World Tour é de longe a adição mais interessante de Street Fighter 6. Nele, você cria um personagem parecido com você ou não e parte numa verdadeira viagem pelo globo em busca do próprio aperfeiçoamento, enfrentando tanto personagens icônicos de Street Fighter como basicamente qualquer transeunte que passar pela sua frente.

A ideia desse modo é bem legal, afinal de contas, você pode aprender com os personagens de Street Fighter 6 e adotar o estilo de luta do seu favorito, além de combinar golpes de personagens diferentes para criar uma build que lhe transforme no melhor lutador de todos os tempos.

Para isso, você vai desafiar outras pessoas na rua e ganhar pontos de experiência para ir desenvolvendo seu personagem, dando level up, colocando pontos de atributo no que você julgar ser o melhor para o seu estilo e ir avançando numa história que eu não vou entrar em detalhes, mas que envolve o suprassumo do Street Fighter, ou seja, busca por aperfeiçoamento, algumas bizarrices e organizações criminosas do submundo.

Apesar de uma ideia bem legal, esse modo está longe de ser perfeito, e o meu principal problema com ele é a quantidade de batalhas desnecessárias que a gente acaba enfrentando enquanto está andando por aí.

Tudo bem que estamos num jogo de luta e que o normal seja lutarmos, mas chega a ser brincadeira o tanto de batalhas que você não tem como evitar que o seu personagem vai acabar sendo obrigado a passar, principalmente de noite, quando você tem que enfrentar mais delinquentes do que o normal que vão te perseguir por aí.

Há momentos em que a gente luta umas três lutas em sequência sem sair do lugar, o que não é nada divertido, ainda mais que o mapa desse modo é meio confuso e você vai se perder procurando onde deve ir algumas vezes. Não é nada legal ficar tateando o caminho enquanto ondas e mais ondas de inimigos estão te interrompendo, mas quando o modo funciona, ele é bem divertido.

Finalmente, o jogo ainda conta com o modo Battle Hub, que funciona como um modo de desafios onde você vai levar o seu personagem do World Tour para enfrentar outros adversários que também criaram seus personagens para o jogo. Aqui, eu acho que seria legal se os personagens pudessem ser nivelados, a exemplo do que acontece nas batalhas online de Pokémon, ao invés de você enfrentar os adversários no nível em que ambos estão, pois eu simplesmente fui demolido em dois ou três socos por pessoas com o nível bem mais alto do que eu quando tentei testar esse modo, e isso obviamente acabou com a graça dele.

Como é de se imaginar, com tudo isso, Street Fighter 6 tem tudo para ser um ótimo jogo, não é mesmo? Bom, é, mas se o combate do jogo não funcionar, isso não adianta muito, e felizmente esse não é o caso, já que o jogo é muito divertido de se jogar.

Street Fighter 6 traz um estilo de combate que meio que mistura o que foi implementado em Street Fighter III, IV e V, com as Drive Gauges. Essa novidade é uma espécie de barra nova que você gasta usar ataques como o Parry do Street Fighter III, ou o Focus Attack ou o Ex move. Dominar essas habilidades novamente é o mais importante para você não ser apenas um jogador que fica pulando e dando voadora ou soltando fireball, e o desenvolvimento de estratégias que usem essas habilidades certamente vai ser o diferencial entre jogadores que não fazem ideia do que estão fazendo e jogadores de verdade de Street Fighter 6, e isso certamente vai aumentar ainda mais a distância entre os jogadores casuais e os competitivos.

Além disso, a Capcom também colocou um esquema de controle moderno no jogo que deixa de lado o esquema de seis botões que Street Fighter usa desde que a franquia começou a existir para um esquema com quatro botões que permite a você usar especiais e combos com uma maior facilidade. Esse controle novo é assustador de tão fácil de executar movimentos, e até eu que não tenho lá grandes habilidades com jogos de luta me senti o verdadeiro Daigo Umehara em alguns combates.

Graficamente, Street Fighter 6 conta com um estilo visual muito bonito, com explosões, ângulos em nocautes e efeitos aquarelados incríveis quando os golpes conectam. Felizmente, os problemas de performance que o jogo apresentou durante os betas parecem sanados, e eu não encontrei slowdowns e nada do tipo que atrapalhasse a performance durante o tempo em que eu passei com a versão de PS5 do jogo.

A única coisa que me incomodou um pouco mesmo nos gráficos é que no modo World Tour, em muitos momentos eu achei o jogo muito mais parecido Dead Rising do que eu gostaria, principalmente dependendo da combinação de roupas que o meu personagem usava. Eu realmente não sei se isso foi intencional, mas foi o que acabou acontecendo.

Por fim, a trilha sonora de Street Fighter VI segue muito boa, ainda mais para quem gosta de rap (o que infelizmente não é o meu caso). E caso você já tenha jogado algum dos betas do jogo, você provavelmente já sabe que ele conta com menus e diálogos traduzidos para o português.

Mas e aí, Street Fighter 6 vale a pena?

Street Fighter 6 faz um trabalho muito melhor em parecer um jogo completo em seu lançamento do que o seu antecessor fez, e isso é muito bom. O jogo combina um estilo de combate muito divertido e que permite aos lutadores que o céu seja o limite do talento deles, combinando o que há de melhor nos combates dos últimos três capítulos da saga. Além disso, caso lutar online não seja a sua praia, o modo World Tour está aí para render horas e mais horas de diversão nele, ainda que a frequência dos combates nesse modo tenha me incomodado em pouco.

Enfim, Street Fighter 6 vale sim muito a pena para quem for fã de jogos de luta, e tem tudo para ser um forte candidato a melhor jogo de luta dessa geração.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecido pela publisher. Jogo disponível para PC, PS4, PS5, Xbox Series.