Gatos e humanos convivem juntos há milênios, e apesar disso, há pouquíssimos jogos em que podemos controlar um gato, e Stray é um jogo que promete corrigir esse problema. Mas será que ele vale a pena?
Em Stray, você controla um gato que se perdeu da sua família e acabou caindo em uma cidade isolada do resto do mundo onde apenas robôs habitam. Você logo encontra um drone que passa a ser o seu amigo e intérprete para comunicar-se com esses robôs, e descobre que a humanidade deixou de habitar esse mundo há muito tempo.
Ao que tudo indica, essa cidade acabou sendo construída para eles se protegerem de alguma grande calamidade que assolava o mundo na época, mas isso faz tanto tempo que até mesmo as pessoas dentro dela sumiram, restando apenas esses robôs, que vivem em sociedade e que estão contidos em uma parte da cidade, já que criaturas orgânicas comedoras de metal estão espalhadas pelas outras localidades dessa cidade.
Agora, você deve encontrar uma forma de fugir desse local e voltar à superfície, além de ajudar o seu amigo drone a descobrir qual a missão dele, já que ele perdeu boa parte das memórias.
Para isso, você irá controlar o gatinho de Stray numa aventura bem interessante e satisfatória. Como é de se imaginar, controlar um personagem gato é muito diferente de controlar um humano como estamos acostumados. Se eu tivesse que fazer uma comparação com algo que você provavelmente já jogou, eu diria que controlar o gato de Stray lembra controlar os cavalos jogos como The Witcher e Assassin’s Creed, mas com a adição de que você consegue saltar em plataformas que obviamente um cavalo não conseguiria, além de outras ações às quais um gato está acostumado.
Essa parte, aliás, é uma das mais legais do jogo, já que uma quantidade bem significativa de puzzles do jogo só seriam resolvidos mesmo caso você fosse um gato, já que você terá que se esgueirar em locais onde só um felino conseguiria entrar, como portas com cerca, terá que miar para atrair sentinelas e criaturas orgânicas e também afiar suas garras em circuitos elétricos para destruí-los e assim conseguir acessar locais onde antes era impossível.
Outras possibilidades que o jogo oferece também envolvem aqueles comportamentos que nós amamos odiar em gatos, como derrubar coisas que estão em cima de prateleiras (seja porque você está afim ou porque o seu objetivo atual requer que você faça isso) e também miar em momentos precisos para assustar e atrapalhar personagens.
Além da missão principal, Stray ainda oferece algumas missões opcionais, como coletar partituras para um músico que vive na cidade em que a maior parte do jogo se desenrola, ajudar o drone a coletar todas as memórias dele, já que parte é desbloqueada durante a história e parte está espalhada pelo jogo de maneira opcional e alguns outros pequenos objetivos que fica melhor deixar para você descobrir para não entregar tudo.
Um ponto que vale ressaltar é que, apesar de ser um jogo de aventura onde você controla um gato, você não é 100% indefeso o tempo todo. Há muito mais momentos em que você precisará fugir para não ser morto, mas há partes de Stray em que o jogo também oferece um combate, ainda que ele seja muito simples, ou seja, se você está se perguntando se Stray é um walking simulator, a resposta é não.
Ao todo, eu levei cerca de 4 horas e meia para terminar Stray, fazendo mais ou menos metade dos objetivos extras do jogo. Ao fim do game, você pode retornar a capítulos em específico da história, para completar o que ficou faltando, e o jogo também mostra um checklist do que você precisa fazer para fechar 100% dessa área.
Além desses opcionais, o jogo ainda conta com uma série de troféus de desafios em específico que servem para você canalizar o gato dentro de você, como miar 100 vezes ou dormir por uma hora seguida, sendo ambos os troféus algo que o meu gato desbloqueia todo santo dia.
Graficamente, Stray é um jogo bonito dentro do que os desenvolvedores se propuseram a fazer. O jogo conta com um belíssimo estilo de arte, personagens carismáticos e certamente tem alguns momentos que vão deixar você sem palavras.
A trilha sonora de Stray não chega a chamar muito a atenção. Na maior parte do tempo o jogo não tem música, sendo esta disponível apenas em momentos de ação ou de tensão mesmo. É importante também ressaltar que o jogo vem com menus e diálogos em português, mas como ninguém fala, não há dublagem.
Mas e aí, Stray vale a pena?
Stray é um jogo bem interessante publicado pela Annapurna onde você controla um gatinho que acabou se separado da própria família e caindo numa cidade habitada por robôs e criaturas orgânicas que querem destruí-los. Agora, você deve achar um jeito de voltar pra superfície e fugir dela. O jogo certamente vai agradar quem procura por um adventure com personalidade, e conta com um estilo de arte muito bonito também, além de todas as idiossincrasias que os gatos possuem e que nós amamos e ao mesmo tempo odiamos. No fim das contas, a minha experiência com o jogo foi muito positiva, e apesar de curta, a campanha principal do jogo tem um bom tempo para não se tornar cansativa.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Stray é um jogo bem interessante publicado pela Annapurna onde você controla um gatinho que acabou se separado da própria família e caindo numa cidade habitada por robôs e criaturas orgânicas que querem destruí-los. Agora, você deve achar um jeito de voltar pra superfície e fugir dela. O jogo certamente vai agradar quem procura por um adventure com personalidade, e conta com um estilo de arte muito bonito também, além de todas as idiossincrasias que os gatos possuem e que nós amamos e ao mesmo tempo odiamos. No fim das contas, a minha experiência com o jogo foi muito positiva, e apesar de curta, a campanha principal do jogo tem um bom tempo para não se tornar cansativa.
Prós
- Boas mecânicas e puzzles
- Belos gráficos e estilo visual
- Campanha do tamanho certo para não se tornar maçante
Contras
- A trilha sonora poderia ser melhor