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Stranger Things – Review

Os anos 80 nos EUA são uma das minhas décadas favoritas, seja por causa da música, seja por causa das produções na televisão, no cinema e nos livros. Filmes como Os Goonies, De Volta para o Futuro e Conta Comigo marcaram época nas telonas, e foram a diversão de uma geração na Sessão da Tarde no Brasil. Nos livros, Stephen King era (e ainda é) uma referência obrigatória para os amantes das páginas. Stranger Things é como se alguém pegasse o melhor de cada uma dessas produções e colocasse numa série de suspense e mistério, e o resultado é sensacional.

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Stranger Things se passa na cidade de Hawking, uma pacata cidade do interior de Indiana. Will Byers e os amigos estavam jogando uma partida de Dungeon and Dragons quando o tempo deles acaba e cada um vai para a sua respectiva casa. Ao chegar em casa, Will percebe que algo de ruim está acontecendo e tenta esconder-se de seja lá o que o está espreitando no barracão próximo à casa dele. Infelizmente para ele, Will desaparece, e aí começa uma história muito bem pensada.

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https://www.youtube.com/watch?v=ldiyUdQu8bw

Hawking é uma cidade extremamente pacata e parada, então o desaparecimento de Will acaba sendo um evento na cidade. Muitas pessoas estão procurando por ele, incluindo a mãe (Winona Ryder ), o irmão (Charlie Heaton), o chefe de polícia (David Harbour) e voluntários. Além da procura por Will, a série ainda tem sub-enredos que tratam do aparecimento de uma menina misteriosa, chamada de Eleven (Millie Bobby Brown) e uma paixão adolescente entre o irmão de Will Byers e a personagem Nancy Wheeler (Natalia Dyer).

Apesar de mais ou menos independentes, as três histórias se entrelaçam de maneira bem interessante, e são dependentes uma das outras. O desaparecimento de Will está relacionado ao surgimento de Eleven, e Jonathan e Nancy só acabam unindo-se por causa do desaparecimento de Will. Cada uma das três histórias lembra um pouco alguns dos filmes famosos dos anos 80, como ET, Conta Comigo, e os Goonies na procura de Will pelos amigos dele, e na relação deles com Eleven, já Jonathan e Nancy lembram um pouco aqueles filmes de highschool americanos onde o jovem estranho se envolvendo com a garota popular. Para completar, ainda temos a procura de Will pelos adultos da série, que mistura um pouco de filmes de ficção científica com mistério.

Stranger Things

A mistura de todas essas influências é sensacional, para não dizer menos. As atuações são muito boas, com destaque para Winona Ryder, que mostra que está de volta, e os enredos são muito bem construídos. O melhor de tudo é que Stranger Things conta tudo o que precisa contar em oito episódios, e esconde bem o jogo não revelando, por exemplo, como Will sumiu até o momento em que isso seria oportuno revelar. Outro ponto muito positivo da série foi o fato de os oito episódios não deixarem pontas inacabadas só para que uma segunda temporada seja feita em cima da mesma história. Ao que tudo indica, Stranger Things vai adotar uma estrutura no estilo American Horror Story, onde cada temporada conta uma história fechada com começo meio e fim, e isso é muito bom para o enredo da série, que poderia sofrer com o alongamento desnecessário.

Como não poderia deixar de ser, por ter influências em Stephen King (que, aliás, já manifestou publicamente no Twitter que adorou a primeira temporada da série), obviamente encontramos o sobrenatural em Stranger Things, e também referências menos explícitas, seja no começo, no meio ou no fim da série (que, como na maioria dos livros do autor, deixam uma pontinha para uma continuação). Um passa-tempo interessante para quem ficar “de luto” depois de devorar os oito episódios é procurar referências nos episódios. Eles são tomados delas, e praticamente todas têm um sentido de estar ali, não estão apenas para dizer fazer número.

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Outro destaque de Stranger Things também vai para a trilha sonora da série, seja nas músicas de bandas como The Clash e Toto, seja nas trilhas de suspense e ficção científica que acompanham os momentos mais tensos da série. Tudo foi muito bem escolhido e assim como nas referências a outras produções, nada parece forçado. Para completar, ainda podemos elogiar bastante a fotografia da série, que explora ao mesmo tempo os tons pasteis e as cores vibrantes, muito características das produções dos anos 80.

Para quem já viu e ficou com saudades, segue uma listinha de filmes para você assistir e depois reconhecer as referências na série:

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  • It, o Palhaço
  • Conta Comigo
  • ET
  • Os Goonies
  • Bettlejuice
  • Carrie a estranha

Resumo para os preguiçosos

Stranger Things vai agradar muito quem gosta de produções dos anos 80 e é fã dos livros de Stephen King. A série é recheada de referências a essa década e tem um enredo que mais parece um best of das produções literárias de King. Apesar de conter apenas 8 episódios, eles são muito bem produzidos e contam uma história fechada que prende a atenção do espectador do começo ao fim. Mais do que recomendado.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Boa história sobrenatural
  • Sem enrolações nos episódios
  • Diversas referências à cultura pop dos anos 80
  • Excelente trilha sonora
  • Bela fotografia

Contras

  • Só volta daqui a um ano :(
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.