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State of Decay – Review

Não sei quanto a vocês, mas eu sempre imaginei que o jogo perfeito de zumbis teria que ser focado em sobrevivência. Sim, já me diverti bastante com Left 4 Dead, Resident Evil e até com Dead Island (menos com o Riptide). Mas faltava um jogo que me desafiasse a “sentir na pele um apocalipse zumbi de verdade”, e que me fizesse lembrar das regras de Zombieland enquanto fugisse de uma horda acompanhado da Emma Stone. Pois esse dia chegou com o lançamento de State of Decay para PC. Só que, infelizmente, sem a Wichita.

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Em State of Decay, a morte é iminente. Logo nos primeiros segundos de jogo, você é obrigado a enfrentar um bando de “lunáticos canibais” para salvar outra pessoa, armado apenas com um pedaço de pau. Ao encontrar abrigo, você logo percebe que tratam-se de zumbis (ou “zeds”, como são chamados no game), e que a coisa está feia no mundo todo.

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Não existe um personagem principal, e muito menos um herói. O protagonista é você e sua capacidade de formar um grupo de personagens fortes o suficiente para sobreviver em um Estados Unidos tomado por zumbis. Ao conhecer novos NPCs e realizar determinadas tarefas, eles podem ser integrados ao seu grupo e tornam-se personagens jogáveis.

Enquanto você corre, luta, e atira em zumbis para encontrar comida, equipamentos, e suprimentos para sua base, seu personagem ganha pontos em habilidades como Cardio, Shooting, Fighting e Wits. Elas determinam o quanto você conseguirá brigar e quando irá fugir dos zumbis, além de quão rápido irá encontrar o que precisa ao revirar casas, postos de gasolina, acampamentos, e outros inúmeros tipos de áreas para serem exploradas.

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A maioria das pessoas começam apenas com os pontos mínimos nestas habilidades, mas nem todas são iguais. Algumas possuem atributos especiais, como Powerhouse e Wits, que são importantes para enfrentar a outra grande ameaça em State of Decay: a instabilidade emocional dos seres humanos.

Ser o mais rápido ou o mais forte pode ser muito mais importante para sua estratégia do que você imagina, quando se sabe que a morte em State of Decay é permanente – até mesmo para personagens com falas e missões exclusivas. Por isso, é importante saber gerenciar os “pontos de influência” que você recebe ao completar as missões e realizar determinadas tarefas.

Estes pontos servem para adquirir upgrades para sua casa, tornando-a menos vulnerável às inúmeras (e mortíferas) hordas que circulam pelas ruas de Trumbull Valley, a cidade fictícia do jogo. Neste aspecto, o game se inspira em jogos sociais como o Farmville, pois os upgrades levam algum tempo para serem completados.

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A liberdade em State of Decay é fundamental para sua sobrevivência – afinal, trata-se de um jogo sandbox, aos moldes de GTA. Você terá à disposição vários tipos de carros prontos para serem dirigidos, basta entrar e dar a partida. Mas, ao contrário da famosa fraquia, em State of Decay eles são muito mais valiosos por serem frágeis e dependerem do pouco combustível que restou na cidade. Infelizmente, dirigi-los torna o desafio de sobreviver ainda maior, pois os controles não são tão apurados quanto os da série da Rockstar.

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A jogabilidade, aliás, é um dos pontos que ainda precisam de maiores cuidados por parte da Undead Labs. Ela não é ruim, mas também não é tão fluída. Às vezes, basta uma porrada para transformar a cabeça do zumbi em patê de sangue. Em outras, é preciso bater e bater e bater até conseguir encaixar um movimento de finalização que, aí sim, acabará com o morto vivo. A movimentação da câmera também não ajuda: ela é extremamente lenta, e atrapalha bastante em uma batalha contra vários inimigos – ou, pior, quando você tem que fugir deles.

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O design de State of Decay foi originalmente pensado para o Xbox 360. Por isso, quando foi disponibilizado pelo Early Access do Steam, o controle era obrigatório. Com o lançamento oficial, foi adicionado o suporte a teclado e mouse, mas ele ainda está em desenvolvimento, e tem recebido melhorias constantes via patches. Portanto, aconselho a jogar com o controle do console da Microsoft. Foi o que eu fiz.

Falta, também, um maior cuidado com a parte gráfica de State of Decay. Ele não é feio. Mas também não é otimizado e tão bem definido como poderia ser. O jogo oferece poucas opções de configurações para os gráficos, e praticamente nenhuma personalização. Isso pode atrapalhar ao tentar encontrar o melhor desempenho para o port no seu PC. E as animações dos personagens também são estranhas, principalmente quando estão conversando.

Conversas que, aliás, são simples e recheadas de clichês. A dublagem, no entanto, não é ruim, mas a falta de cuidado nesta parte, aliada ao fraco desenvolvimento da história, pode incomodar aqueles gamers que gostam de acompanhar o desenrolar do jogo, e não penas a evolução dos seus personagens.

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No entanto (e pelo menos para mim), estes probleminhas não estragam o poder de imersão que State of Decay proporciona. Saber que até mesmo os seus passos fazem barulho suficiente para atrair uma quantidade enorme de zumbis que podem assinar o seu atestado de morte, só contribui para manter o clima intermitente de tensão e perigo que te prende ao jogo.

Além disso, ficar por muito tempo sem jogar pode não ser uma boa ideia. O universo de State of Decay não para. Se você não sair à caça de equipamentos e suprimentos para manter sua casa abastecida, a moral do seu grupo cai, e alguns personagens podem até cometer suicídio.

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Mas não deixe de explorar todos os cantos possíveis de Trumbull Valley, que vão desde grandes fazendas até pequenas cidades afastadas umas das outras. Além dos zumbis normais, você enfrentará inimigos especiais, enquanto tenta ajudar e proteger os outros sobreviventes. E é melhor utilizar as armas com cuidado, pois elas também são escassas e quebram com facilidade.

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A campanha principal é curta, e termina abruptamente com um final que, oportunamente, deixa espaço para continuar em “Breakdown”, o primeiro DLC a ser lançado no próximo dia 29. No entanto, isto não chega a ser um grande empecilho, pois é possível retomar os saves anteriores e continuar a enfrentar o apocalipse pelo tempo que quiser.

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Apesar dos problemas, State of Decay consegue se destacar e não ser apenas mais um jogo de zumbis. Cada movimento e cada decisão deve ser muito bem planejado para não atrair uma horda faminta que poderá matar algum personagem importante.

De dia ou de noite, você não terá um minuto sequer de paz, seja enfrentando os mortos ou cuidando dos vivos. Trata-se de um jogo de aventura e sobrevivência cativante e desafiador, como poucos conseguiram ser até hoje. Recomendado para todos os fãs (e nem tão fãs assim) de zumbis.

E, sim, um modo cooperativo faz MUITA falta em State of Decay.

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Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Resumo para os preguiçosos

State of Decay é um sandbox de aventura totalmente focado na sua capacidade de sobrevivência em um apocalipse zumbi. Imperdível para qualquer fã de jogos com mortos vivos.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Mecânicas muito bem elaboradas; tensão e perigo constantes
  • Mapa aberto e com vários locais para serem explorados
  • Decisões e eventos inesperados realmente afetam o desenrolar do jogo

Contras

  • movimentação da câmera é muito lenta
  • história não é tão elaborada
  • poucas opções para ajustar os gráficos
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Diego Melo
Diego Melohttp://criticalhits.com.br
Diego Melo é graduado em jornalismo pela Unesp de Bauru. Gosta de joguinhos eletrônicos desde que se entende por gente. Prefere o PC, mas não deixa de jogar em seu New 3DS, PS3, e Xbox One de vez em quando.