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Star Ocean: The Divine Force (2022) vale a pena? Análise – Review

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Star Ocean: The Divine Force não é um game que deixa uma boa primeira impressão. Desenvolvido e publicado pela Square Enix, o título é o sexto episódio principal da série que começou no Super Nintendo e, aos trancos e barrancos, tem se mantido viva desde então com um novo lançamento a cada geração de consoles.

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Essa má impressão se deve ao fato de que, assim como aconteceu com Valkyrie Elysium e The DioField Chronicles, parece que a empresa responsável não investiu muito orçamento na produção. Assim, logo de cara nos deparamos com uma qualidade de modelos e animação que parece saída de um jogo da era PlayStation 3, trazendo como único quesito mais moderno o uso de uma resolução nativa aprimorada

Felizmente, assim que passamos disso (e superamos a dublagem em inglês com sincronia labial mal feita), nos deparamos com um título que tem ideias interessantes, mas nem sempre sabe executá-las. O game traz um sistema de protagonismo duplo: ao iniciar a aventura, podemos escolher entre Raymond Lawrence (Ray), um contrabandista espacial, e Laeticia Aucerius, princesa de um pequeno reino em um planeta medieval.

Star Ocean: The Divine Force (2022) vale a pena? Análise — Review
Reprodução: Star Ocean: The Divine Force

Enquanto os dois personagens se encontram e compartilham a maior parte da aventura, há algumas diferentes narrativas entre eles. Além de cada um ter um prólogo individual, em certos momentos da história eles vão se separar, e você só vai acompanhar o personagem que escolheu. Embora interessante, o sistema não é tão profundo quanto o visto em Star Ocean 2, no qual a escolha de protagonista definia quem entrava ou não em seu grupo de aventureiros.

Star Ocean: The Divine Force é uma aventura espacial

Star Ocean: The Divine Force (2022) vale a pena? Análise — Review
Reprodução: Star Ocean: The Divine Force
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Os eventos de Star Ocean: The Divine Force se iniciam no momento em que a nave de Ray é atacada pela Federação Pangalática. Forçado a abandonar o veículo junto com sua tripulação, ele acaba parando no quarto planeta do Sistema Aester, onde se depara com uma civilização que não é considerada muito evoluída para os padrões globais.

Lá, ele conhece imediatamente Laeticia e seu companheiro Albaird Bergholm, fazendo um acordo que beneficia aos dois lados. Enquanto Ray ganha ajuda para procurar pelo resto de sua tripulação, a princesa consegue um aliado em sua luta contra o império Vey’l, que ameaça seu reino.

Star Ocean: The Divine Force (2022) vale a pena? Análise — Review
Reprodução: Star Ocean: The Divine Force
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Felizmente, o jogo é bem leve em exposição, deixando que o jogador progrida rapidamente e descubra aos poucos os detalhes de seu universo. Bastante linear, a aventura é marca por vários desvios que não prejudicam muito seu ritmo, mas o “vai e volta” entre as mesmas localizações pode ficar um pouco cansativo — felizmente, não demora muito até que um sistema de viagens rápidas seja desbloqueado.

Assim como acontece em outros RPGs, o jogador passa boa parte do período inicial do game recrutando novos aliados e cumprindo pequenas tarefas relacionadas a cada um deles. É somente a partir das 10 horas de jogo que o escopo maior da história se revela, de uma maneira que é bastante agradável.

No entanto, é difícil não fugir da sensação de que Star Ocean: The Divine Force poderia ser mais, especialmente dado o que os dois primeiros jogos da série fizeram. Muitos personagens seguem clichês bastante conhecidos, e a falta de orçamento aplicado no jogo faz com que muitos momentos percam seu impacto graças a interpretações de baixa qualidade ou animações que chegam a ganhar ares cômicos por acidente. No entanto, isso não é suficiente para fazer com que o jogador queira simplesmente desistir de progredir na aventura.

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Sistema de combate é o ponto alto

Reprodução: Star Ocean: The Divine Force

Mais do que a história do game, o que o sustenta é seu sistema de combate em tempo real. Todos os inimigos são apresentados diretamente no mapa e, ao interagir com um deles, se inicia uma batalha dentro de um limite virtual imposto pelo jogo. Os confrontos lembram bastante um MMO, oferecendo um ritmo rápido e controle limitado sobre os companheiros que estão em combate.

A principal novidade é o sistema conhecido como D.U.M.A, desbloqueado a partir do momento em que os jogadores encontram um pequeno robô. Dentro das batalhas, ele serve como uma espécie de “dash” com uso limitado que, combinado ao direcional analógico, permite que o jogador escape rapidamente da visão dos inimigos.

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Fazer isso é essencial visto que, ao ficar oculto dos adversários, você consegue paralisá-los por tempo limitado e ganha uma série de bônus de ataque. O sistema também ajuda a aprimorar temporariamente a quantidade de pontos de AP de cada personagem, que ditam a quantidade de movimentos que eles podem fazer antes de ter que descansar por alguns momentos.

O D.U.M.A. também é usado durante a exploração do game, permitindo que os protagonistas voem por tempo limitado. Ele também garante que os jogadores possam planejar seus pousos de maneira suave, permitindo assim que eles alcancem pedaços do cenário com novos itens e recursos de evolução.

Também contribui para a qualidade do combate o fato de que muitos personagens têm características únicas. Enquanto Ray e Laeticia são lutadores físicos praticamente iguais, Albaird é um mago que tem ataques mais cadenciados e cobre distâncias maiores. Mais tarde, o jogo também garante acesso à curandeira Nina, que não pode provocar dano nos inimigos, mas traz poderes que melhoram os status de seus companheiros

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Reprodução: Star Ocean: The Divine Force

O jogo também permite controlar o mago Midas Felgreed, que ataca de forma muito mais lenta, mas traz encantamentos muito poderosos — isso só para citar alguns dos personagens do elenco. Testar diferentes combinações entre cada um deles e evoluí-los é uma tarefa divertida, e o surgimento de um novo membro é sempre uma oportunidade de descobrir coisas novas no game.

No entanto, nem tudo é positivo na experiência. Os menus de navegação trazem textos excessivamente pequenos e uma organização confusa, tornando mais difícil do que o necessário os processos de equipar itens ou aumentar o poder de uma habilidade. Da mesma forma, Star Ocean: The Divine Force tem o péssimo hábito de desequipar todos os acessórios de membros que saem de seu grupo — mesmo quando isso acontece de forma temporária e por obrigação da história, o que acontece frequentemente.

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Reprodução: Star Ocean: The Divine Force

Para completar, o jogo, surpreendentemente, tem alguns problemas de desempenho. Jogando no PlayStation 5, é possível optar pelo modo de qualidade e pelo de performance, sendo que somente o segundo é uma escolha viável. Isso porque, ao apostar em uma maior qualidade visual, o game praticamente se arrasta em ambientes abertos (e não fica tão mais bonito assim).

Já o modo de desempenho garante uma experiência quase travada a 60 quadros por segundo, embora isso não seja garantido em alguns momentos. Enquanto as batalhas nunca são prejudicadas pela queda de framerate, navegar por algumas das grandes cidades do jogo é quase uma garantia de ter que enfrentar slowdowns pontuais.

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Mas e aí, Valkyrie Elysium vale a pena?

Star Ocean: The Divine Force é um RPG de ação com bons personagens e um sistema de combates interessante, mas que sofre com alguns clichês e com um orçamento visivelmente limitado. O jogo representa um grande avanço em relação a seu terrível antecessor Integrity & Faithlessness, mas não consegue atingir os mesmos pontos altos dos primeiros games da série.

Quem é fã de longa data certamente vai gostar do que o título tem a oferecer, mas permanece o sonho de que a série volte a ganhar importância que merece e volte a ter o devido respeito da Square Enix. Infelizmente, dada a maneira como a empresa tem lidado com outras de suas séries, pareça cada vez mais improvável que isso possa acontecer.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Square Enix.

Resumo para os preguiçosos

Star Ocean: The Divine Force é um bom RPG, mas não chega a ser ótimo. Sustentado por um bom elenco de personagens e por um combate envolvente, ele traz qualidades suficientes para manter você ligado na história. No entanto, a falta de polimento e os gráficos antiquados fazem com que ele pareça um tanto datado.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Um ótimo sistema de combate
  • Personagens interessantes e variados
  • Uma história interessante, mesmo que demore pra engrenar

Contras

  • Um desempenho instável mesmo no PS5
  • Gráficos datados e interfaces antiquadas
  • Uma clara falta de polimento
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