Sonic X Shadown: Generations – Análise – Vale a Pena – Review

Os últimos anos talvez tenham sido os mais prolíficos para os fãs de Sonic, afinal, o ouriço azul fez um sucesso estrondoso nos cinemas e a série de jogos voltou finalmente a agradar o gosto da comunidade que embora seja extremamente exigente, também é apaixonada. Sonic Generations foi lançado originalmente em 2011, e é considerado como um dos melhores jogos do Sonic já lançados pela SEGA. Com isso, Sonic x Shadow Generations tenta aliar a nostalgia de um remaster do jogo original, aliado a uma nova campanha baseada totalmente em Shadow.

Se Sonic é um personagem fruto dos anos 90, Shadow pode ser considerado como o puro suco dos anos 2000. Um vilão que tem mais panca de anti-herói, muito mais estiloso e marrento do que o ouriço azul jamais pensou em ser. Shadow fez participação em outros jogos e até protagonizou alguns próprios, mas a promessa era que Sonic x Shadow Generations trouxesse a experiência mista tão cativante do jogo original, aliada a uma nova jogabilidade no que diz respeito à campanha do Shadow.

A campanha principal de Sonic x Shadow Generations é baseada no ouriço azul e não traz grandes novidades. Não que isso seja um problema, afinal, o jogo original já era bastante divertido e nem é tão antigo assim para exigir uma reformulação pesada. A principal diferença fica por conta do visual, muito mais condizente com as gerações atuais e algumas melhorias na performance que dão a impressão de que Sonic está mais rápido do que nunca.

Nessa campanha, você vai progredindo pelas fases mais icônicas da série, através de duas perspectivas diferentes: a clássica e a mais moderna. A clássica, como é de se esperar, dispõe os cenários no estilo dos jogos do Mega Drive, com uma perspectiva mais 2D e “chapada”. Cada fase oferece vários caminhos para finalização, e você ainda ganha alguns bônus encontrando itens espalhados pelo cenário. Uma ótima ideia para qualquer um que goste de explorar cada cenário nos mínimos detalhes.

Depois de concluir a fase no modo 2D, o jogo te coloca para explorar o mesmo lugar, só que numa pegada mais Dreamcast, com dinâmica que alterna entre segmentos 2D e 3D. As fases são bem mais rápidas e frenéticas e provam de uma vez por todas que Sonic Adventures estava realmente a frente de seu tempo, e ainda oferecem a mesma possibilidade de cegar ao final por caminhos diferentes, além de alguns segredos escondidos pelo cenário.

Tudo que fazia Sonic Generations um grande está presente na remasterização, embora eu tenha sentido um leve desconforto com os controles. Não sei dizer se fui eu quem envelheci rápido demais ou se os controles podiam ter recebido algum tratamento na precisão. Ainda que tenha me divertido com a campanha original, sinto que esse foi o principal ponto que me desagradou.

Porém, o Sonic X Shadow Generations brilha mesmo na campanha de Shadow. Aspectos como enredo, level design e até mesmo os controles parecem estar melhores e refinados. A estória, que fecha o arco do personagem que se iniciou lá em Sonic Generations 2, já poderia ser um excelente agrado para qualquer fã de Sonic. Contudo, as fases mais abertas e fluídas, com uma pegada mais “radical” e frenética, conseguem manter o jogador preso ao jogo, quase como se fosse capaz de absorver dopamina diretamente da tela.

Shadow também conta com algumas habilidades diferentes e exclusivas que adicionam uma camada diferente ao gameplay já conhecido dos jogos da série. Os Doom Powers permitem que Shadow deslize pela água, ou que voe por alguns momentos. Mas o ponto alto mesmo é o retorno do Chaos Control, que desacelera o tempo e permite que você tenha maior controle na progressão da fase.

Outros aspectos também precisam ser mencionados e elogiados, como a trilha sonora da versão remasterizada e da campanha original da Shadow. Contudo, existem alguns outros que poderiam ter recebido mais atenção, como, por exemplo, os hubs que conectam as fases tanto da campanha de Sonic, como na campanha de Shadow.

Ainda que nos dois casos o hub funcione como uma espécie de grande fase que conecta a entrada de todas as outras, em alguns momentos se tem a impressão de que ele é vazio e que a maioria dos elementos extras de exploração foram jogados ali, quase como de qualquer maneira, para tapar um buraco ou criar um conteúdo extra sem muito refinamento. Embora essa impressão tenha me ocorrido nas duas campanhas, senti que o hub de Shadow parecia mais vazio do que o de Sonic, o que é estranho considerando que em resumo, a campanha do personagem é melhor em praticamente todos os outros aspectos.

O fato é que Sonic X Shadow Generations é um baita jogo, que consegue apresentar elementos nostálgicos e inovadores em um momento em que ninguém botava muita fé que se poderia inovar dentro das mecânicas de Sonic após o lançamento de Sonic Frontiers. Talvez o maior trunfo de Sonic X Shadow Generations seja a capacidade de divertir de maneiras diferentes, justamente ao oferecer experiências clássicas e mais modernas, capazes de agradar tanto os fãs de longa data, como os mais novos que estão chegando agora.