Skate Story é mais um daqueles jogos diferentões que só a Devolver Digital poderia anunciar. Com a proposta de te colocar como um skatista feito de vidro que parte numa jornada para comer as luas do submundo, será que o jogo consegue ser uma boa experiência?
Em Skate Story, você controla um Skatista feito de vidro que faz um acordo com o diabo: em troca de receber a alma dele de volta, você deve comer todas as luas do submundo, indo de camada em camada do inferno vencendo desafios para obtê-las.
Para isso, você conta com um skate e pode realizar manobras como ollies, flips, kickflips e assim por diante durante o seu percurso. O loop do jogo funciona mais ou menos assim: a cada capítulo, você deve cumprir uma série de tarefas para concluir o seu objetivo, que é comer a lua em questão do local.

Como o próprio nome sugere, o skate é a peça fundamental do jogo (apesar de haver momentos em que você até pode caminhar e deve caminhar em alguns momentos) e o controle dele é algo que você vai levar um tempo a se acostumar principalmente se está acostumado a jogar Tony Hawk por dois motivos: ele tem uma movimentação muito mais realista do que no clássico do skate, com um movimento que te puxa muito mais pra frente e que dificulta as curvas.
Já o outro ponto que me confundiu um pouco e me fez levar um tempo para me acostumar é pular no botão Círculo ao invés do X, que é usado para acelerar o skate, esse me deu um pequeno nó na cabeça mais ou menos até a metade do jogo, e como o skatista é feito de vidro, me fez pagar com a vida dele em diversos momentos do jogo.
O controle do Skate em si é feito ganhando impulso com o X, fazendo o Ollie com o O e combinando isso com os botões de ombro do controle como R1 para executar uma manobra, R2 para executar outra, L1 outra e assim por diante, além disso, conforme o jogo avança, você vai ganhando novas manobras e aprendendo elas, e desbloqueando até manobras mais avançadas. Após completar uma manobra, você tem um tempo para fazer a próxima e encadear um combo para ganhar mais pontos.
No geral, o sistema de manobras do jogo é legal, e o controle do skate é divertido quando você se acostuma, mas há momentos em que você certamente vai se espatifar seja porque é difícil de enxergar o cenário, e aí você só percebe que tem degraus mortais muito em cima e se espatifa neles. Além disso, executar os grinds (deslizar em corrimãos ou beiradas) é algo que eu sinceramente não dominei direito no tempo em que eu joguei o jogo, e vivia acertando pulos muito maiores do que o necessário e passando por cima desses locais, ou simplesmnte me atirando para a eternidade por errar a manobra necessária para avançar em algum momento em específico do jogo.
A campanha de Skate Story não é lá muito longa, eu levei cerca de 6 horas para completar o jogo, mas eu posso dividir minha experiência com o jogo em 3 atos. O primeiro deles sinceramente foi bastante sem graça, e chegou até a dar sono em alguns momentos.
A história é realmente sem graça e parece se achar genial ou muito engraçada em alguns momentos e sinceramente o estilo dela não casou bem comigo, e como o jogo leva um certo tempo até te mostrar o que ele quer que você faça, e até eu descobrir que podia ver onde é o próximo objetivo apertando no direcional para a direita, eu acabei perdendo um tempo só andando de lá pra cá no primeiro mundo do jogo sem entender muito bem o que eu tinha que fazer.
Vencida essa etapa inicial, o que veio foi um pouco de tédio, o jogo não chega a ser ruim em nenhum momento (exceto no que falarei mais pra frente) mas também dificilmente empolga. O que deveria carregar tudo seria a história nesse caso, mas como eu acabei achando ela bem sem graça, as tentativas de piada e personagens mais me fizeram rolar os olhos do que qualquer outra coisa.
Da metade para o final de Skate Story, eu até me diverti mais do que eu estava me divertindo no começo do jogo. Quando você se acostuma com os controles e entende como fazer as manobras em sequência, o jogo se torna divertido, ainda que o fato de você ser um skatista de vidro abre margem para bem poucos erros e eu vivia me espatifando a tentar fazer grinds, mas no geral do terceiro até o oitavo capítulo eu me diverti, ainda que a sensação fosse de que faltou algo ali para fazer o jogo realmente bom, sabe?
O problema mesmo chega no capítulo final de Skate Story. Esse me tirou completamente do séro por um simples motivo: as fases cronometradas para evitar que você morra. Aqui, você precisa ou completar uma série de caminhos em poucos minutos, ou derrotar um chefe antes que o tempo acabe ou uma alternância dos dois, e há momentos em que o jogo explica muito mal o que você tem que fazer, e mesmo se você fizer tudo certo, você ainda vai ter uma margem muito pequena para erros, o que certamente vai fazer você ter que repetir a mesma fase umas duas ou três vezes, quando mais.
E pra ajudar, o jogo ainda conta com alguns problemas de bugs que infelizmente acabaram acontecendo em algumas das piores horas possíveis, como nesses estágios. O jogo não entender que eu conectei um grind e arremessar meu skatista longe, ou ele atravessar uma parede e me deixar voando no infinito enquanto eu via a contagem regressiva se esvaindo foram dois exemplos que me vieram à cabeça agora, e como eu já estava estressado com o pouco tempo que tinha para completar o chefe final do jogo, isso não ajudou nem um pouco.
Graficamete, Skate Story tem um estilo de arte bonito, puxadão pro retrô da geração do PS1 que me agradou bastante. O jogo conta com uma ótima trilha sonora, principalmente durante os chefes, e vem localizado em português também, o que sempre ajuda demais na hora de entender o que o jogo quer que você faça.
Mas e aí, Skate Story vale a pena?
Com uma campanha que leva cerca de 6 horas para ser concluída, eu não gostei tanto assim da minha experiência com o jogo por causa da história fraca, dos bugs que eu encontrei e de um gameplay com aquela sensação de que falta um “algo a mais” para ser realmente divertido. A impressão que fica é que, ou o jogo clica com você e você acha ele genial, ou não, e aí não tem muito o que fazer.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecido pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Skate Story tenta construir uma experiência diferente ao te colocar na pele de um skatista de vidro atravessando camadas do submundo, mas essa criatividade nem sempre funciona. O controle do skate até se torna divertido depois de um tempo, com manobras encadeadas e um sistema que recompensa quem domina o ritmo do jogo, mas o começo é arrastado, a história pouco envolvente e a própria movimentação pode atrapalhar mais do que ajudar. Mesmo quando tudo engrena, a dificuldade em enxergar o cenário, a fragilidade constante do personagem e a falta de clareza em alguns objetivos acabam criando mais frustração do que empolgação.
Da metade para frente o jogo melhora, mas o capítulo final pesa negativamente por causa das fases cronometradas, explicações confusas e uma margem mínima para erros, tudo agravado por bugs que aparecem justamente nos momentos mais críticos. Embora o visual retrô inspirado no PS1 e a trilha sonora sejam pontos fortes, eles não conseguem sustentar uma campanha de cerca de seis horas que oscila entre momentos interessantes e uma sensação constante de que algo está faltando. No fim, Skate Story pode até funcionar para quem se conectar com sua proposta, mas dificilmente entrega uma experiência realmente marcante.
Prós
- Belos gráficos
- Ótima trilha sonora
Contras
- História fraca
- Fases sem muita graça
- Bugs atrapalham o gameplay









