A primeira vez que vi algo relacionado a Lo-Wang, o lendário Shadown Warrior foi em 2001, quando finalmente pude jogar o game original de 1997. Num primeiro momento, ele me pareceu um tanto quanto ultrapassado, já que tinha gráficos pixelizados demais para a época, ainda mais considerando que Quake havia saído apenas um ano antes. De qualquer forma, o jogo era divertido. Além de um arsenal gigantesco de armas, ainda era possível fatiar seus inimigos com a Katana de vez em quando.
O jogo era muito legal e tudo mais, mas quando vi que iriam lançar um remake dele há alguns anos atrás, fiquem me perguntando: por que? Até onde eu sabia, ele não havia sido uma daqueles títulos memoráveis que marcou a infância da molecada, só que pesquisando mais a fundo, acabei descobrindo que o game meio que virou uma espécie de clássico cult, então novas oportunidades estavam atreladas a um possível re-lançamento. Um novo game repaginado foi lançado e bem recebido pela crítica, mas o que ninguém esperava é que a sua sequência fosse ser melhor ainda.
Shadow Warrior 2 consegue ser o melhor de dois mundos. Primeiro apresenta o clima galhofa oitentista, clássicos daqueles filmes da Sessão da Tarde: protagonista habilidoso com senso de humor aguçado, ação desenfreada e um leve toque de sarcasmo em praticamente tudo que acontece na trama. Logo em seguida, o game esfrega na sua cara uma quantidade absurda de detalhamento gráfico, abusando do poder das placas de vídeo mais modernas. O melhor de tudo isso, é que Shadow Warrior 2 consegue ser um ótimo jogo novo, baseado num clássico.
Em termos de gameplay, o game pode ser descrito como uma espécie de “Diablo em primeira pessoa”. O jogo te apresenta uma vasta quantidade de armas diferentes que podem ser melhoradas com itens que você encontra pelo cenário ao explorar lugares escondidos, ou ao matar inimigos mais fortes. Sendo assim, é possível até mesmmo zerar o game com as armas iniciais se assim você preferir, mas caso você seja um daqueles jogadores que gosta de ir variando, não se preocupe, arma nova é o que não vai faltar.
Outro detalhe interessante no que diz respeito ao armamento, é que as modificações realmente fazerm a diferença na hora de evitar que o game fique monótono demais. Trocar só uma das três possíveis características já é o suficiente em alguns casos, para dar uma função totalmente diferente a sua arma predileta. Cansado de causar dano de fogo? Simples, só troque o power-up por um que cause dano de gelo e pronto, uma arma praticamente renovada.
A história também é sensacional. Pra quem não jogou o primeiro jogo dessa nova série, algumas coisas podem parecer um pouco fora de contexto, mas nada que o jogador não possa superar. Mais uma vez, Shadow Warrior se destaca por parecer um filme dos anos oitenta, já que o enredo é bastante profundo e emaranhado. Na verdade, em alguns momentos ele é até mais profundo do que eu esperava, já que por se tratar de um jogo galhofa, as vezes ele pode dar a impressão de que sua principal função é te divertir com tripas voando pela tela. Confesso que fiquei supreendido positivamente com a qualidade da história, já que assim, pelo menos eu tinha bons motivos para sair dando tiro adoidado por ai.
As quests secundárias também não deixam a desejar. Claro que quem esta acostumado com Borderlands e jogos similares pode alegar que a quantidade de quests é reduzida, bem como a quantidade de armas e de recompensas, mas Shadow Warrior consegue ser bastante eficiente no que propõe. As side quests não são tão abundantes, mas dão uma pegada totalmente diferente ao game, além de divertir com as situações inusitadas em que Wang se mete antes de resolver o problema principal.
Como o foco principal do game esta no combate, é preciso mencionar que as lutas contra as hordas demonícas que tentam invadir o caminho de Lo-Wang são simplesmente frenéticas e espetaculares. Fazia muito tempo que eu não me divertia tanto com um FPS e com a possibilidade de variar meu estilo de combate no meio do furduncio. Só de poder alternar entre ranged e meele pra encarar as mais variadas situações já dão uma pegada diferente ao jogo, sem contar que dessa forma, fica muito mais divertido cair na porrada com grandes grupos. Não foram poucas as vezes em que eu me senti um verdadeiro ninja após obter exito no uso de várias armas em pouco tempo para vencer os meus inimigos com mais facildiade.
Mas nem tudo são flores. Apesar de ter obtido acesso à uma versão beta do game e saber que a grande maioria destes problemas provavelmente serão resolvidos pela desenvolvedora, a quantidade de bugs, erros, travamentos e similares me tirou do sério alguns vezes. Consegui ficar preso em pontos específicos do cenário, cair em poços sem fundo, ter loop de áudio infinito, entre outras coisas. Outro detalhe negativo que me chamou a atenção é a diferença de aparência entre alguns personagens. Enquanto alguns são muito bem desenhados e animados, outros possuem uma textura meio “zoada”, dando a impressão de que ainda não foram totalmente finalizados. Claro que estou ciente dos problemas de uma versão beta, mas me preocupo com a possibilidade deste tipo de detalhe acabar passando batido.
Também não posso falar nada sobre a qualidade das legendas em português, já que a versão que joguei ainda não as possuia. Mas por se tratar de um jogo que será lançado pelo pessoal da Devolver, acredito que não teremos nenhum problema relacionado à elas.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PC, fornecida pela Devolver Digital.
Resumo para os preguiçosos
Shadow Warrior 2 é de fato um dos melhores games que joguei neste ano de 2016. Não me resta alternativa a não ser re-jogar essa maravilha em dificuldade aumentada para conseguir melhores equipamentos e ouvir novamente todas as piadinhas com o termo “Wang” proferidas pelo protagonista. Se você gosta de um bom jogo de ação, com história bacana e explosões constantes, não deixe de comprar Shadow Warrior 2.
Prós
- Ótimo enredo
- Combate frenético e divertido
Contras
- Bugs (review feito com a versão beta do game)
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