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Shadow of the Tomb Raider – Review

Lara Croft é e sempre vai ser um dos ícones do mundo dos games, e ainda que ela tenha passado meio batida durante a geração do PS2, o remaster de Tomb Raider veio com tudo para colocá-la onde ela nunca deveria ter saído. Shadow of the Tomb Raider é o capítulo final desta trilogia e tem como objetivo ser o ápice das aventuras da arqueóloga. Será que o jogo consegue cumprir essa tarefa?

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Em Shadow of the Tomb Raider, continuamos vendo a aventura de Lara Croft para impedir que a Trindade domine o mundo por meio de uma relíquia maia. Felizmente para Lara, ela chega antes da Trindade nesta relíquia, mas ela não fazia ideia de que tirá-la de onde ela estava iria desencadear o começo do Apocalipse Maia. Cheia de culpa pelo que ela iniciou, Lara agora deve correr contra o tempo para impedir a Trindade de dominar o mundo e evitar que o mundo como conhecemos seja destruído.

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Para isso, Lara Croft irá viajar para diversos pontos do globo novamente, indo para locais como o Peru e o México e se envolvendo em mais aventuras tradicionais dos games da personagem. Em muitos pontos, Shadow of the Tomb Raider é uma evolução natural do que começou em Tomb Raider e continuou em Rise of the Tomb Raider, e vamos começar falando sobre esses pontos.

Assim como em Rise of the Tomb Raider, Shadow of the Tomb Raider adiciona ainda mais elementos de RPG ao jogo, colocando você mais missões secundárias para cumprir, além de uma série de colecionáveis para coletar e hubs onde você pode conhecer pessoas, saber mais sobre a história da região que você se encontra, comprar e vender equipamentos e assim por diante.

Estas áreas estão mais ricas do que nunca, seja em sons, seja em histórias, seja em NPCs, e é bem legal ver que a Eidos Montreal conseguiu integrá-las dentro da história do jogo e fazê-las participarem da história sem parecer que você decidiu ignorar um pouco que o mundo está para acabar para coletar pontas de flecha, por exemplo. Nesse ponto, o jogo é bem mais ambicioso do que os seus antecessores, e te dá bem mais missões para cumprir. As tumbas também são divertidas de explorar, assim como os desafios delas, que certamente vão fazer os jogadores mais complecionistas deixarem a missão principal de lado por um tempo.

Outra evolução do jogo foi nas partes de escalada e exploração. Aqui, Lara ganhou algumas ferramentas e truques novos para chegar em locais onde você certamente não conseguiria chegar em outros jogos. Destaque também para a exploração dentro da água, onde você deve evitar criaturas do mar como as piranhas e moréias e também evitar morrer afogado, procurando por bolsões de ar para recarregar o fôlego e continuar avançando.

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Um detalhe interessante que chama a atenção nesse jogo é como ele dá agonia para quem tem claustrofobia. A quantidade de situações em que Lara Croft quase fica presa em locais onde um ser humano obviamente não deveria se enfiar são muito grandes, seja dentro ou fora da água (e você deve imaginar o quão agoniante deve ser isso dentro da água, não é mesmo?), o jogo aumenta a adrenalina bastante nesse sentido.

O combate de Shadow of the Tomb Raider também ganhou algumas novidades bem interessantes na hora de abater os adversários, sendo todas elas dentro do departamento do stealth. Agora, Lara Croft pode sujar-se com lama para que ela não seja encontrada por inimigos em paredes de lama. Ela também pode entrar em cercas vivas para abater adverários furtivamente, e usar-se de árvores para se camuflar e pegar os adversários de lá.

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Aqui, eu gostaria de tecer minha primeira crítica ao jogo. Quando Shadow of the Tomb Raider foi anunciado pela primeira vez, a Eidos Montreal disse que você poderia derrotar o inimigo da forma como você quisesse, mas parece que eles tentaram garantir que isso fosse possível em todo local, o que pareceu acabar mais prejudicando o jogo do que ajudando. Você vai passar boa parte do jogo só explorando e se aventurando por aí, e as partes em que você realmente encontra adversários foram reduzidas bastante, ainda mais em relação ao Tomb Raider reboot.

Eu não sei se eles decidiram fazer isso porque nem todo lugar permitia que você colocasse um arbusto gigante para Lara se esgueirar ou o quê, mas no fim das contas, a impressão que fica é que um dos melhores pontos dos jogos anteriores, que era o combate, acaba ficando em segundo plano. Há um total de um chefe no jogo todo, o final, e basicamente dois minichefes que acabam sendo situações onde o combate é forçado de uma forma pouco inteligente: você atrás de algumas paredes de ferro enfrentando ondas e ondas de inimigos ajudados por um helicóptero. Faltou inspiração na hora de trabalhar o combate do jogo, ainda mais depois de prometerem tanto durante o anúncio do game.

Além disso, parece que o foco do combate realmente foi mudar o jogo para um game mais focado no stealth do que no combate mesmo. É verdade que não há partes do jogo onde “ou você permanece furtivo ou morre automaticamente”, mas isso quase acontece em Shadow of the Tomb Raider. Há um momento do jogo onde Lara Croft está completamente desarmada e um esquadrão inteiro de soldados armados até os dentes aparece para caçá-la. O que ela decide fazer? Caçá-los apenas com uma faca e uns molotovs e bombas que ela consegue criar de itens largados no chão. Em nenhum momento ela pensou em pegar uma arma de algum soldado que ela tivesse matado para facilitar a vida dela, não, Lara Croft não precisa disso, e você provavelmente vai acabar perdendo um bom tempo nesta parte.

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Falta de inspiração, aliás, parece ser a tônica do jogo. Parece até que a Eidos Montreal encontrou uma zona de conforto dentro da franquia Tomb Raider e não ousou muito além disso nesse novo game. Há poucas partes com combate (ainda mais na primeira metade do jogo), há muitas partes de exploração que parecem não acabar e que acabam se repetindo dentro das próprias partes, os quebra-cabeças em alguns momentos são mal explicados e não tão elaborados como anteriormente e, principalmente, há muitas cenas de perseguição que passam longe de ser divertidas e acabam sendo até mesmo chatas.

Comparando Shadow of the Tomb Raider com os seus predecessores, é evidente que este é o menos inspirado dos três títulos, e o interessante é que a história do jogo em si é interessante, com personagens carismáticos, Lara Croft dando-se conta do que ela realmente quer fazer da vida dela e outros detalhes que eu não vou entregar por aqui. O problema é como a Eidos Montreal implementou essa aventura mesmo. Quando parece que um jogo está se arrastando para chegar no final, isso é um mau sinal, e o pior é que mesmo quando você chega no final, parece que parte da aventura dele foi cortada para que ela acabe de uma vez. Faltou pelo menos um chefe antes do chefe final, mas eu não vou comentar o que faltou para não estragar a experiência de quem não jogou o game ainda.

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O chefe final do jogo também não entra para a lista de chefes memoráveis da história dos games. É verdade que ele não chega a ser chato, mas está longe de ser o mais legal da franquia também. No fim, ele acaba sendo aquele inimigo que você sente alívio ao vencê-lo.

Isso significa que Shadow of the Tomb Raider é um jogo ruim? Não. Shadow of the Tomb Raider é um bom jogo, mas está longe de ser brilhante como o Tomb Raider original. Infelizmente faltou alguma coisa dentro da fórmula criada pela Eidos Montreal para que o jogo atingisse aquele nível superior que a produtora já havia atingido. É uma pena que a oportunidade tenha sido perdida, mas eu acredito que os fãs da franquia não vão se decepcionar caso eles não vão com as expectativas lá no céu.

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Graficamente, Shadow of the Tomb Raider é um jogo muito bonito caso você tenha um console ou PC que consiga rodar o jogo nas suas configurações adequadas. Eu elaborei o review deste game alternando entre o Xbox One X e o Xbox One. No Xbox One X o jogo é realmente muito bonito, mesmo em sua versão que prioriza o framerate em detrimento da resolução. Já no Xbox One o jogo fica na média do console, com alguns slowdowns aqui e ali.

Já a trilha sonora do jogo é boa, e a dublagem também é bem executada. Vale ressaltar o ponto positivo de que é possível escolher legendas e dublagem independente um do outro, ou seja, é possível jogar o game com legendas em português e áudio original em inglês, o melhor dos dois mundos.

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Mas e aí, Shadow of the Tomb Raider vale a pena?

Shadow of the Tomb Raider infelizmente é o menos inspirado da nova trilogia de Lara Croft. Isso não significa que o jogo é ruim, mas também não significa que ele é genial como Tomb Raider original. O game apresenta algumas evoluções interessantes em diversas mecânicas, mas a falta de combates no jogo, o excesso de foco no stealth e sessões de exploração longas e perseguições pouco inspiradas tiram o brilho do game.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One X e Xbox One fornecida pela Square Enix

Resumo para os preguiçosos

Shadow of the Tomb Raider infelizmente é o menos inspirado da nova trilogia de Lara Croft. Isso não significa que o jogo é ruim, mas também não significa que ele é genial como Tomb Raider original. O game apresenta algumas evoluções interessantes em diversas mecânicas, mas a falta de combates no jogo, o excesso de foco no stealth e sessões de exploração longas e perseguições pouco inspiradas tiram o brilho do game.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belíssimos gráficos
  • Uma série de novas mecânicas que contribuem com o jogo
  • Boa quantidade de missões paralelas e desafios
  • Opção de jogar com a dublagem em inglês e legendas em português

Contras

  • Combate focado demais no stealth e poucas oportunidades de enfrentar inimigos durante o jogo
  • Puzzles e sessões de escalada pouco inspiradas
  • Partes de perseguição que acabam tornando-se chatas
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.