Sea of Stars – Throes of the Watchmaker – Análise – Vale a Pena – Review

Quase dois anos após chegar às lojas com a tarefa impossível de ser um sucessor espiritual de Chrono Trigger, Sea of Stars está seguindo um caminho pouco comum para a indústria de games atuais. Com o DLC Throes of the Watchmaker, a Sabotage Studios criou uma aventura adicional que tinha tudo para ser paga — mas que felizmente é gratuita para todos que já tem o game.

Funcionando quase como um capítulo à parte da trama original, ela mostra os protagonistas Zale e Valere fazendo um grande favor para Keenathan. O único capaz de atender ao desejo do pirata é a Relojoeira, que estabelece uma condição bastante complicada. Para fazer o que é pedido dela, essa figura misteriosa encarrega a dupla de lidar com um problema grave no pequeno reino de Horloge.

Esse local habitado por criaturas pequeninas é a grande obra da Relojoeira, que conseguiu criar vida por acidente. No entanto, ela foi enganada pelo Fleshmancer, que corrompeu o lugar e colocou a Marionetista no poder. Com a ajuda do Artífice, Zale e Valere precisam ir até o local para derrotá-la — e no caminho vão acabar confrontando seus próprios lados sombrios.

Sea of Stars – Throes of the Watchmaker traz um mundo contido

Logo ao entrar na área dedicada a Throes of the Watchmaker, fica evidente que o DLC é tratado como uma experiência à parte da aventura principal. Não somente a luta contra o Fleshmancer é deixada um pouco de lado, como os protagonistas perdem todas as suas habilidades e precisam aprender diversos ataques e combos diferentes.

Tudo isso é resultado das ações da Marionetista, que rouba os poderes dos protagonistas e cria cópias exatas deles. Além de escapar da prisão em que os protagonistas são colocados, os jogadores precisam deter essas cópias e enfrentar outas das forças do mal para trazer a paz de volta a Horloge.

Essa é uma tarefa que leva mais ou menos oito horas para ser finalizada, dependendo do quanto você fizer do DLC. A aventura principal é bastante direta e linear, embora seja possível fazer um outro desvio em busca de segredos, lugares para pescar e alguns recursos adicionais. No entanto, não espere encontrar aqui algo com uma duração absurda.

Combates, ritmo e exploração

Os novos poderes de Zale e Valere são bem interessantes e bem animados, e funcionam bem para variar o gameplay com o qual os jogadores já estão acostumados. Ao mesmo tempo, as batalhas seguem o mesmo esquema do jogo principal, se apresentando em turnos e exigindo que você fique ligado no ritmo de ataques para aumentar seu dano e se defender.

Nesse sentido, Throes of the Watchmaker mantém os principais pecados do Sea of Stars original. O ritmo certo para apertar botões muitas vezes é complicado de entender, e muitas batalhas duram muito mais tempo do que deveriam. Isso é bem evidente nos chefes que, mesmo quando não representam muito mais risco, continuam tendo uma quantidade generosa de vida para você eliminar.

O que brilha mesmo na nova aventura é o design de ambientes e os quebra-cabeças desenvolvidos pela Sabotage. Além de os visuais do título continuarem sendo lindos, eles trazem vários detalhes e segredos que colaboram para transformar plataformas e caminhos alternativos em pequenos desafios que são muito prazerosos de vencer.

Não dá para dizer que os desafios são complicados, mas a maioria deles vai fazer você pensar pelo menos um pouquinho antes de entender como tudo se encaixa. E, quando finalmente entendemos isso e vemos o caminho até o final de uma fase se abrindo, é difícil não querer elogiar o trabalho que a desenvolvedora fez.

Os novos golpes disponíveis também são um destaque, embora não demore a ficar evidente quais deles são mais ou menos eficientes. Ao transformar Zale em um malabarista e Valere em uma equilibrista, o DLC faz com que os personagens ganhem uma nova progressão de níveis que ajuda a dar uma refrescada na experiência em relação ao jogo original.

Pena que essas habilidades acabam ficando restritas às áreas de Horloge e não podem ser carregadas para o jogo principal. Algumas delas ajudariam bastante na aventura central, principalmente aquelas que conseguem conciliar elementos de cura com um dano considerável nos adversários.

Sea of Stars – Throes of the Watchmaker vale a pena?

Como uma aventura gratuita e que explora bem alguns dos melhores elementos de Sea of Stars, Throes of the Watchmaker é o tipo de conteúdo que não há como não recomendar. Quem já tem o game ganha uma aventura adicional gratuita e com boas ideias, que se destaca principalmente pelas fases lindas e com ótimo design.

No entanto, quem não gostou muito do ritmo do RPG e a maneira como ele exige o gerenciamento de recursos não vai encontrar sua salvação na aventura adicional. O que a Sabotage Studios fez aqui foi pegar tudo o que aprendeu para criar uma aventura divertida, mas que não se distancia das bases que entregou em 2023.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela publicadora