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Sea of Stars – Análise – Vale a Pena – Review

Sea of Stars é um JRPG independente que vem sendo comparado a Chrono Trigger por ter pego emprestado algumas características deste, que é um dos maiores jogos de todos os tempos, mas será que ele consegue atingir esse objetivo? É o que nós vamos descobrir na nossa análise de hoje.

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Em Sea of Stars, você conhece a história de Zale e Valere, dois jovens que são abençoados com o poder do Sol e da Lua respectivamente. Desde pequenos eles são treinados para se tornarem os Guerreiros do Solstício, e junto com a ordem deles eles iriam ajudar a livrar o mundo do Fleshmancer, uma criatura maligna que espalhava o caos e a morte por onde passava.

Além destes dois, somos apresentados a outros personagens durante a história, que vão se juntando ao grupo dos guerreiros do Solstício conforme você avança na história. Cada personagem é único, tendo uma personalidade clara e suas motivações para lutarem ao lado de Zale e Valere, e todos são bastante carismáticos.

A história de Sea of Stars apesar de não ser cheia de reviravoltas, e sim muito mais como uma história de um JRPG clássico da geração do SNES, ainda tem alguns momentos bem interessantes, e não poupa o jogador de ver alguns acontecimentos catastróficos de vez em quando. É bem legal como o jogo consegue dosar os momentos de ação, os momentos reflexivos e criar e resolver histórias dentro do desenrolar da aventura encadeando um evento nos outros, sem parecer algo forçado.

Por ser um jogo com forte inspiração em JRPGs clássicos, Sea of Stars é um jogo com combate por turnos. Neles, você pode controlar até três personagens por vez, mas conforme o seu grupo for crescendo de tamanho, é possível trocar os personagens em tempo real no combate para usar as habilidades deles caso eles ainda não tenham executado uma ação naquele turno, semelhante ao que acontece em Final Fantasy X.

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Além disso, a Sabotage Studio colocou a mesma mecânica de Super Mario RPG, onde você precisa apertar um botão na hora do ataque para executar mais de um golpe, para dar um pouco mais de dinamismo aos embates contra os adversários.

Uma mecânica nova e exclusiva do jogo são os ataques elementais durante esses combates, ou ‘usar a magia sem usar a magia’, como o jogo chama. Ao executar um ataque no adversário, seu inimigo libera algumas esferas quando atingido, que podem ser usadas pelos seus usuários para executar um ataque mais forte, e imbuído do elemento do usuário deste ataque.

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Outra mecânica legal do combate, e que se interliga com a comentada acima, é o fato de que inimigos quando estão carregando algum ataque mais poderoso podem ou ser retardados ou totalmente impedidos caso você use não só o tipo de elemento que o jogo pede para você usar, mas também o tipo de ataque (ou seja, corte ou contusão), antes do adversário carregar esse ataque, fazendo as lutas serem bem mais estratégicas do que simplesmente “desce a porrada com tudo o que você tem”.

Além disso, durante o level up, todos os personagens que fazem parte do seu grupo sobem de nível ao mesmo tempo, mesmo que não estejam no grupo, e você pode escolher qual atributo ganha um bônus naquele momento, dando a oportunidade de cada jogador ter um grupo único, focado no que achar que seja a maior prioridade.

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Para completar, sim, Sea of Stars conta com combinações de técnicas, à lá Chrono Trigger. Zale e Valere começam com um combo deles e conforme mais personagens entram no jogo você vai aprendendo novas técnicas, que não usam a sua Mana, e sim um medidor de combo que vai subindo conforme você acerta ataques nos inimigos durante a luta e também conforme os seus personagens são golpeados.

Aqui, entretanto, fica uma reclamação minha sobre esses dois últimos sistemas: o tempo que leva entre um level up e outro é bem longo. Se você chegar a 15 horas de jogo e ainda estar no nível 11, não se surpreenda, por exemplo, ele economiza bastante nesses momentos.

Outra coisa que eu também achei que Sea of Stars poderia ser mais generoso é na quantidade de técnicas. Cada personagem vai aprender quatro técnicas do começo ao fim do jogo, o que é muito pouco, sendo uma dessas uma técnica Ultimate, que tem uma barra especial para ser usada, e que causa uma quantidade devastadora de dano.

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Todo RPG que se preze tem um minigame, e felizmente Sea of Stars é um jogo que também possui não um, mas dois do tipo. Um deles é o minigame de pescaria, que ajuda você a obter ingredientes para criar itens de cura, já que nas fogueiras, uma parte fundamental da sua preparação para o combate é cozinhar estes itens para recuperar os seus combatentes durante as lutas.

Já o outro minigame do jogo é o Wheels (ou Roletas em português), que é um jogo de tabuleiro onde você tem duas unidades e deve acabar com a vida do adversário antes dele acabar com a sua. Esse minigame é aquele tipo de jogo que você pode tranquilamente gastar algumas horas e esquecer completamente da main quest só jogando ele, e em cada cidade nova do jogo, você pode enfrentar um mestre de Wheels e obter uma nova peça para a sua coleção, e assim usar estratégias diferentes dependendo do que o seu rival usar.

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Como Sea of Stars é um jogo que pega bastante inspirações de Chrono Trigger, é impossível fazer um review sem comparar ambos, e é o que vamos fazer nesse momento. Apesar de Sea of Stars homenagear o jogo da SqureEnix em diversos pontos, é importante ressaltar que este é um jogo com toda uma identidade e ideias próprias, e que felizmente não fica naquela coisa horrível de “muita referência e pouco conteúdo” que muitos jogos acabam pecando hoje em dia.

Sim, Sea of Stars tem um combate parecido, tem um sistema de navegação semelhante também, também é dividido em capítulos na hora de salvar e até tem referências na forma como os inimigos se comportam fora dos combates, mas o jogo consegue tranquilamente criar uma identidade própria e ser algo como se a Square tivesse aproveitado a engine do Chrono Trigger lá por 1996 para fazer um outro jogo aproveitando-se de alguns sistemas e só.

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E o resultado disso é um jogo que é extremamente divertido e satisfatório de jogar. Se você gosta de RPGs japoneses e está à procura de um jogo do tipo, pode ter certeza que Sea of Stars é o que você está procurando, sendo um daqueles jogos que me deixou pensando nele do começo ao fim, e enquanto eu não estava jogando ele.

Graficamente, Sea of Stars conta com um pixel art nota 10. Todos os personagens são muito bem animados, e os porta-retratos deles, ilustrando os momentos de tensão, humor, tristeza e assim por diante ficaram muito legais. Os cenários também merecem elogios, já que eles são ricamente coloridos e cheios de detalhes.

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Para completar, o outro ponto forte de Sea of Stars é a trilha sonora do jogo, que foi composta por Eric W. Brown e contou também com composições de Yasunori Mitsuda, mesmo compositor de Chrono Trigger. O único ponto negativo da trilha sonora, para ser sincero, é que ela poderia contar com mais algumas músicas, já que às vezes elas cansam um pouco, mas todas são muito boas. E sim, o jogo vem traduzido em português brasileiro, com um ótimo trabalho de adaptação do texto original.

Mas e aí, Sea of Stars vale a pena?

Sea of Stars é um ótimo JRPG que tranquilamente estaria entre os melhores dos consoles 16 bits caso fosse lançado na época. Ele até homenageia alguns pontos de Chrono Trigger e conta com referências a este dentro do jogo, mas felizmente não cai no tão frequente pecado de jogos homenagem, onde há muita referência e pouco conteúdo, muito pelo contrário, esse é um jogo que merece demais a sua atenção.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para o Xbox Series X fornecido pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Sea of Stars é um ótimo JRPG que tranquilamente estaria entre os melhores dos consoles 16 bits caso fosse lançado na época. Ele até homenageia alguns pontos de Chrono Trigger e conta com referências a este dentro do jogo, mas felizmente não cai no tão frequente pecado de jogos homenagem, onde há muita referência e pouco conteúdo, muito pelo contrário, esse é um jogo que merece demais a sua atenção.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ótimo sistema de combate
  • Bastante divertido
  • Belíssimos gráficos e trilha sonora
  • Personagens carismáticos

Contras

  • A trilha sonora poderia contar mais músicas
  • O jogo tem poucas técnicas e poucos level up
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.