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Scorn vale a pena? Análise – Review

Jogos de terror é um gênero que está voltando com tudo, com exemplos como o remake de Dead Space e The Calisto Protocor, e Scorn chega nesse final de ano como jogo que tem com o objetivo de dar o pontapé nessa verdadeira temporada de tensão e medo. Mas será que o jogo vale a pena?

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Em Scorn, você controla uma pessoa que aparentemente foi capturada por uma civilização alienígena e que agora deve arranjar um jeito de fugir do local onde você está.

O jogo é bem estranho para falar a verdade, já que a ideia do jogo aparentemente é te dar a experiência de como seria se isso acontecesse com você de verdade, ou seja, você acorda desnorteado numa sala preso a um monte de coisas na sua pele, vai se soltando e agora tem que fugir de lá. Como? O jogo não vai te dizer. Pra onde você tem que ir? Ele também não vai te dizer. O que você tem que fazer? Se vira aí, pois ninguém aqui vai te dizer.

Scorn vale a pena? Análise - Review

Basicamente, Scorn quer que você explore o cenário e vá lentamente entendendo o que o mundo tem a oferecer, resolvendo puzzles e encontrando o seu caminho um quebra cabeça após o outro.

A menos que você pegue o que o jogo quer que você faça de cara, e eu acho que isso dificilmente vai acabar acontecendo, a impressão que fica é que Scorn é aquele tipo de jogo que muita gente vai aproveitar por estar no Game Pass pra abrir, não entender nada do que está acontecendo e desistir do jogo logo em seguida, porque os quebra cabeças dele não são nada intuitivos e nem chegam a seguir a lógica.

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Um exemplo disso é um puzzle após a primeira área do jogo, onde você precisa ativar um local uma vez, fazer algo com o que sai dele, e depois de muito bater cabeça pelo cenário procurando o que fazer na sequência, eu resolvi voltar pro local onde eu havia ativado inicialmente e pra minha surpresa era exatamente isso o que eu precisava fazer mais uma vez.

Scorn vale a pena? Análise - Review

O próprio desafio inicial do jogo não é dos mais intuitivos também, e eu acho que levei cerca de uma hora e meia para passar dessa parte inicial do jogo, e sinceramente se eu tivesse que rejogar o jogo, eu provavelmente iria bater cabeça com alguns dos desafios de novo por não lembrar exatamente como eu consegui passar por eles.

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Outro ponto que incomoda na resolução de puzzles é o fato de que cada área é um grande puzzle onde você tem que ficar andando de uma parte pra outra dele, e às vezes elas ficam longe, e mesmo correndo, o personagem ainda assim parece que se arrasta pelo cenário.

Dessa forma, experiência que Scorn me trouxe foi um misto de agonia com o ritmo arrastadíssimo do jogo e impaciência com querer ver o que o jogo tinha pela frente e se isso era apenas a experiência inicial, pois afinal de contas, quando ele virasse um FPS ele iria melhorar, não é mesmo?

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Nem tanto. O combate de Scorn é lento e desajeitado, e as armas que você pega estão bem longe de serem armas tradicionais de um FPS. A primeira arma, por exemplo, parece uma pistola com uma luva de boxe na ponta, que dá uma porrada no inimigo. Ela tem um alcance curtíssimo e tem só duas cargas, então se um inimigo precisa de mais golpes pra morrer, e a maioria precisa, você precisa ficar dançando com o inimigo, atacando ele e fugindo pra não apanhar enquanto a arma recarrega.

No fim das contas, você precisa pensar bem quando atacar e quando fugir, já que você é bem vulnerável aos inimigos do jogo, mas essa vulnerabilidade não faz o combate ser algo interessante por você estar sempre em xeque, e sim mais um item na lista de coisas que acabam deixando esse jogo mais irritante do que deveria ser.

Caso você morra, às vezes você vai precisar refazer partes dos puzzles sempre presentes na aventura, então é importante saber quando enfrentar os inimigos e quando sair correndo por aí para tentar evitá-los. Aqui, aliás, entra um dos pontos que eu gostei em Scorn: os mapas possuem diversas passagens e túneis para as criaturas, e você pode muito bem dar de cara com um inimigo que evitou há alguns minutos pois o safado pegou uma dessas passagens, te alcançou e interceptou no meio do caminho.

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Scorn vale a pena? Análise - Review

Para completar, o jogo que se vende como um jogo de terror ou suspense na verdade não tem nada de nenhum dos dois. Ele até tem visuais macabros, muito sangue, gore e assim por diante, mas o impacto disso no jogador é nulo, já que você não se sente ameaçado pelo ambiente em nenhum momento, ele apenas está ali e passado o “wow” inicial de parecer que estamos jogando um Doom novo, ele acaba se tornando um grande “qualquer coisa” conforme você tenta descobrir o que fazer na sequência do próximo quebra- cabeça.

Graficamente, Scorn é um jogo com uma ambientação muito boa. O pessoal da Ebb Software fez um ótimo trabalho em criar uma ambientação legal, mas sinceramente ela parece mal aproveitada pro que o jogo oferece. Você não se sente ameaçado em quase nenhum momento, e a maioria dos inimigos pode ser contornada já que a inteligência artificial deles também não é das melhores.

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A trilha sonora de Scorn é boa, e felizmente o jogo está em português, mas como ele não tem fala nenhuma, é apenas sons e efeitos sonoros, não faria nenhuma diferença se não estivesse.

Mas e aí, Scorn vale a pena?

Scorn vale a pena? Análise - Review

Scorn não é um jogo pra todo mundo. Ele não é um jogo de tiro e também não é um jogo de terror. Na verdade, ele é um jogo de puzzles, onde você vai tateando no escuro de um quebra cabeça ao próximo. Mesmo quando o jogo tem suas partes de FPS elas não são tão boas assim que valham o sofrimento entre elas, e mesmo quando você pega o jeito dos quebra-cabeças, a verdade é que eles não são tão bons assim. No fim das contas, vai ter muita gente dando graças a deus o jogo ter ido pro Game Pass, pois vai instalar, jogar um pouco, ver que não era o que esperava e partir pra outra.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox Series X fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Scorn não é um jogo pra todo mundo. Ele não é um jogo de tiro e também não é um jogo de terror. Na verdade, ele é um jogo de puzzles, onde você vai tateando no escuro de um quebra cabeça ao próximo. Mesmo quando o jogo tem suas partes de FPS elas não são tão boas assim que valham o sofrimento entre elas, e mesmo quando você pega o jeito dos quebra-cabeças, a verdade é que eles não são tão bons assim. No fim das contas, vai ter muita gente dando graças a deus o jogo ter ido pro Game Pass, pois vai instalar, jogar um pouco, ver que não era o que esperava e partir pra outra.

Nota final

45
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belos gráficos e ambientação
  • O design dos monstros e o fato deles poderem navegar pelo mapa em diversos pontos é uma ideia bem interessante

Contras

  • O jogo é tão minimalista em hud e explicação que isso chega a ser algo prejudicial
  • Quebra-cabeças não intuitivos passam do desafiador e se tornam chatos
  • Combate fraquíssimo e lento
  • Ritmo fraco
  • Apesar do jogo dar a entender que é de suspense ou terror, ele não é nem um nem outro
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.