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Ruiner – Review

Você é fã de jogos simples, com gráficos e trilha sonora que te fazem relaxar e dificuldade justa que te proporciona uma experiência prazerosa através dos videogames? Se a resposta para uma destas perguntas for sim, aqui definitivamente não é o seu lugar e Ruiner não é pra você. Ao invés disso, o título de lançamento do estúdio Reikon Games é tudo o que fãs de shoot ’em up, temática cyberpunk e alta dificuldade podem querer um prato cheio para quem gosta de saborear jogos bem feitos e originais.

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Se você começar a joga-lo agora pode até discordar da parte da originalidade, porque tudo o que ele possui já vimos em outros jogos do gênero, só que nunca vimos esses elementos agrupados e organizados como é em Ruiner, um belo exemplo de como fazer um grande jogo com coisas simples.

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Em Ruiner você é um cara com algumas modificações tecnológicas pelo corpo (e uma máscara bem maneira) que tem o cérebro hackeado e o irmão sequestrado. Se você joga videogames a tempo suficiente já deve imaginar até onde o protagonista iria para recuperar sua sanidade e seu irmão e que ele não apararia até varrer do mundo aqueles envolvidos com a sua desgraça. É isso mesmo o que acontece e seguimos o personagem em sua jornada em busca de… importa mesmo ele estar buscando por algo?

Ruiner se situa na cidade de Rengkok, no ano de 2091. O pequeno mundo do (também pequeno) game foi bem criado e é repleto de vida. Apesar de não haver diálogos com falas, apenas escrita, interagir com NPCs é uma tarefa divertida e explorar a cidade repleta de hackers, bêbados, delinquentes e prostitutas é um passatempo que faz você se perder observando a riqueza de detalhes.

Ruiner shmup

A temática cyberpunk está nas entranhas de Ruiner e todos os detalhes presentes nele enchem os olhos daqueles que são fãs do gênero. A iluminação das áreas que compõem o jogo, o visual de todos os personagens, as habilidades e armas disponíveis, os detalhes em neon aqui e acolá e até a fonte em negrito e vermelho forte presente em todo o game criam um clima especial e vibrante que desperta a curiosidade do jogador e o deixa ansioso por ação.

A trilha sonora é simplesmente perfeita. Composta por músicas que casam muito bem com as diferentes fases do jogo, ela sabe como fazer o jogador ficar alerta e embalar os velozes combates e dar sensação de conforto na cidade, onde a vontade de explorar fala mais alto. Até na database de Ruiner, onde ficam armazenadas toda a backstory dos personagens, cenários, organizações e até armas, a ótima trilha nos acompanha. Fãs de Akira, bem-vindos.

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O game é muito, muito estiloso mesmo, todos os elementos presentes nele parecem ter sido criados separadamente e com todo o cuidado para agradar o jogador. Sua estética invejável é daquelas que dão vontade de abraçar a equipe artística e de viver um pouco dentro do mundo criado por eles. Uma pena que esse mundo não é explorado por completo pelo jogo e boa parte de sua história fica restrita à database. Mas que todo esse conteúdo daria uma ótima série, daria.

Ruiner indie

A jogabilidade é difícil na medida certa e possui o tipo de dificuldade que, pessoalmente, considero perfeita. Não há limitação em relação às armas e habilidades que lhe são dadas e nenhum inimigo é mais forte que você. Tudo o que você usa para matá-los eles usam para te matar, fazendo de Ruiner um verdadeiro desafio de dominar tudo o que lhe é proporcionado e colocar na cabeça que você não é invencível.

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Apesar de ser fácil morrer para armadilhas posicionadas estrategicamente em algumas fases e, com certeza, morrer várias e várias vezes para um mesmo boss ou uma sequência de inimigos, Ruiner não passa em nenhum momento a sensação de estar sendo injusto. A cada morte o jogador sabe onde errou e porque morreu.

A dificuldade geral do jogo progride bem e a curva de aprendizado não é muito grande. Os inimigos não evoluem muito esteticamente, mas a forma deles atacarem sim, exigindo do jogador algum tempo de adaptação a cada fase superada.

Ruiner cyberpunk

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Há uma variedade gigantesca de armas de fogo e melee que dropam no meio do caminho aleatoriamente e podem ser geradas por máquinas que coletam todas as armas dos inimigos mortos. As opções estão dentro do que você já deve esperar, escopetas, lança-chamas, pistolas a laser, lançador de shurikens (!) e raio congelante, bastões de choque, katanas, e muitas outras coisas que eu sequer consigo lembrar. Todas essas armas, porém, têm uso limitado e após elas expirarem você volta às suas armas comuns e ilimitadas: uma pistola de longo alcance e o bom e velho pedaço de cano.

Assim como armas, há diversas habilidades que podem ser usadas contra as hordas de inimigos que te atacam usando as mesmas habilidades. Você desbloqueia novas e as evolui utilizando pontos adquiridos subindo de nível durante as fases, mas o melhor de tudo não é a quantidade de habilidades, mas sim a possibilidade de rearranjar os pontos. Você pode remover todos os pontos gastos em uma habilidade e colocá-los em outra, a elevando até o nível máximo. Dentre as habilidades presentes temos diferentes tipos de dash e escudos de força, granadas de luz e de fragmentação, entre muitas outras.

Os combates de Ruiner são muito rápidos e contanto que você não morra várias vezes na mesma área, são bem divertidos. Há diversas recompensas por ir bem nas lutas e matar vários inimigos em sequência, sendo que a pontuação e os itens coletáveis aumentam bastante o fator replay do game. O impacto dos golpes é um dos pontos mais positivos das lutas, assim como os jatos de sangue que vemos após um belo golpe de katana, os demais recursos visuais ajudam a saber onde os inimigos estão – alguns cenários são bem escuros – e qual o status da vida deles.

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Os comandos são bem sólidos e precisos jogando no mouse e teclado, a mira é fácil de se manipular e a movimentação é intuitiva. Já no controle o game não está tão bem otimizado, sendo que o menu de habilidades sequer abria no controle e algumas vezes a mira ficava travada em algum canto do mapa – o ponto da mira não é visível com o controle como é quando jogamos com mouse.

 

O desempenho geral de Ruiner foi muito bom. Em termos de performance o jogo se saiu perfeito e não notei nenhuma queda de frames nem me deparei com bugs ou glitches que não fosse aquele relacionado à otimização de controles.

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O game tem pouco mais de cinco horas de duração na dificuldade média e deixa um gosto meio amargo na boca, mas não por ser ruim, mas por terminar muito cedo. Ao contrário de todas as outras decisões tomadas pela Reikon Games que podemos observar durante o jogo, a duração é a única que senti que havia a possibilidade de tomar um rumo diferente.

Isso, porém, não apaga a qualidade indiscutível de Ruiner e se você é fã de jogos desafiadores, shoot ’em up e combates rápidos, gosta das trilhas sonoras de Ghost in the Shell e Akira ou se alguma vez na vida sentiu a mínima simpatia pela temática cyberpunk, feche os olhos e compre Ruiner. Me agradeça depois.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Devolver Digital.

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Resumo para os preguiçosos

Ruiner é um shoot ’em up com temática cyberpunk que realmente mostra a que veio. Seu visual é marcante e enche os olhos em cada pequeno detalhe de seu mundo bastante rico de personagens e histórias secundárias. Sua trilha sonora casa muito bem com os diferentes momentos da campanha e os comandos, ao menos no mouse e teclado, são bem sólidos.

Em matéria de jogabilidade, Ruiner é rápido, brutal, desafiador e muito divertido, oferece muitas opções de armas e habilidades e possibilita que o jogador administre seus pontos como bem entender a qualquer momento. A campanha é curta e deixa a impressão de que há muito mais para se explorar, mas a experiência geral proporcionada pelo pequeno grande jogo da Reickon Games é sensacional.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Estilo e visual impecáveis
  • Mundo vivo e repleto de histórias secundárias
  • Protagonista estiloso
  • Trilha sonora perfeita
  • Jogabilidade rápida e desafiadora
  • Variabilidade de armas e habilidades
  • Completamente legendado em português

Contras

  • Controles pouco otimizados
  • Boa parte da história de fundo fica inexplorada
  • Curto
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.