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Road Redemption – Review

Quando eu era mais novo, eu tinha um Super Nintendo, e os meus primos tinham um Mega Drive. Uma das minhas grandes invejas do console deles era o fato do Mega Drive ter Road Rash, um jogo de motos onde você podia sentar o cacete nos adversários para chegar em primeiro na corrida. O SNES não tinha nada parecido com isso, e eu pude jogar poucas vezes o game, até que o advento da emulação se tornasse viável ao menos. Tempos depois, eu ganhei um PlayStation e comprei o incrível Road Rash 3D, que não pode ser tão aproveitado assim porque o meu CD arranhou, mas ficou aquela sensação de que essa era uma franquia pouco explorada, e que seria sensacional joga-la novamente num título atual e com os recursos que a tecnologia nos proporciona agora.

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Avançando o tempo para 2014, temos Road Redemption, que é para ser um sucessor espiritual da franquia, mas será que ele consegue captar a magia de sentar o laço nos adversários e se provar um jogo de corrida competente? Eu vou adiantar o seu tempo e dizer que não, ele não consegue, e está longe de se “redimir”, como o próprio título tenta sugerir.

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Road Redemption segue o mesmo estilo de jogo proposto por Road Rash, você é um corredor de moto que deve chegar ao fim das corridas vivo, e de preferência em primeiro lugar. Para tentar evitar que isso aconteça, temos os outros corredores, o trânsito e a polícia, porque essa história de fazer racha é coisa de marginal, e bandido bom é bandido morto, ou algo do tipo.

Até aí, ok, o jogo encarna bem o espírito dos seus antecessores espirituais, mas o problema é a execução disso tudo. Eu realmente não sei o que os desenvolvedores do jogo estavam pensando, mas Road Redemption está a alguns meses ainda de ser realmente jogável. Os controles são horríveis, fazer as curvas não é fácil e, pelo amor de deus, nunca tente mexer no sistema de câmera do jogo com o analógico da direita, pois ela vai pra lugar que você nem imaginava que era possível filmar e você provavelmente vai morrer até conseguir recoloca-la no lugar.

O sistema de combate do jogo tem dois momentos, o com as armas “brancas” (tacos, pedaços de ferro, etc) e o das armas de fogo. Lutar com uma arma branca é bem mais fácil e é divertido, você acerta os golpes sem maiores dificuldades, distribui uma opressão básica nas estradas e tudo mais. O problema é quando o jogo resolve te botar uma arma na mão e te pedir pra matar alguém com ela. É difícil pra cacete acertar um tiro graças à mira defeituosa e à câmera mal feita do jogo. Prepare-se para morrer dando de cara em carros na contra-mão ao tentar acertar seus tiros, pois isso vai acontecer bastante.

Por falar em morrer, se você morrer, boa sorte, pois o jogo te manda de volta pro início. Não há uma progressão de fases nem nada  do tipo, ele vai te jogando em corridas aleatórias, algumas com objetivos como “mate tantos membros da gangue adversária” e outras como “chegue vivo na linha de chegada” e… basicamente isso. Após cada fase, o seu personagem pode gastar pontos de experiência acumulados em algumas melhorias, como durabilidade das armas, mais vida, etc. Mas todos esses bônus são perdidos caso você morra, o que aumenta ainda mais a sensação de que você só está correndo, dando porrada e mais nada, que não tem um objetivo no game.

Após você morrer, há uma tela de upgrade permanente que pode ser feito com outro tipo de experiência coletada no jogo, mas cuja experiência é tão pouca que você demora bastante pra dar um upgrade em qualquer uma das características, e ele não ajuda em muita coisa, dando ainda mais a sensação de que você está jogando uma demonstração ao invés de um jogo completo com objetivos, início, meio e fim.

O jogo ainda tem como pecado uma engine de física que é simplesmente bizarra. Sério, ela não é aceitável nem pra geração do PlayStation. Como eu já havia dito antes, as curvas são bizarras, os saltos piores ainda e as colisões nem se fala. Prepare-se para ver o seu personagem rolando pelo cenário de maneiras que você nem imaginava.

No departamento gráfico, Road Redemption não prejudica, mas também não impressiona. O jogo não tem um grande orçamento, então é justificável que os gráficos não sejam tão bonitos assim, ou seja, são um grande “meh”. Já a trilha sonora do game é bem interessante, pena que seja uma das únicas coisas que se salvam.

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Resumo para os preguiçosos

Road Redemption promete trazer a “redenção” e ser o sucessor espiritual de Road Rash, mas fracassa em quase todos os fronts. O jogo é cheio de práticas arcaicas, tem uma câmera horrenda, uma física muito mal feita e um sistema de progressão praticamente inexistente. Caso você não tenha entendido ainda, esse jogo é realmente muito ruim. O jogo está em acesso antecipado, mas mesmo assim os defeitos dele não se justificam por não estar terminado ainda.

Nota final

30
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Trilha sonora

Contras

  • Física mal feita
  • Sistema de combate abaixo do esperado
  • Sistema de progressão inexistente
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.