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RIVE – Review

A desenvolvedora Two Tribes está fechando as portas e apesar de já estar a 15 anos no mercado, você provavelmente está ouvindo o nome dela pela primeira vez. Seus jogos mais conhecidos são Toki Tori e Edge, jogos híbridos, que mesclam dois estilos diferentes em seu gameplay, estilo de desenvolvimento que virou característico da companhia. Como ela própria diz, a Two Tribes quer sair do mercado com um “BANG!” e essa marca será com certeza deixada com RIVE, seu último título.

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RIVE é um platformer de ação e shoot ’em up de controle duplo que te coloca para dançar a ‘dança da destruição’. Eu não havia entendido esta descrição até entender o que aquele jogo, que parecia ser só mais um que eu jogaria para fazer review e nunca mais encostaria nele, estava querendo me entregar. Após entendê-la, não o larguei mais.

https://youtu.be/u78xP1QHEFs

Em RIVE você é Roughshot, um explorador espacial que acaba preso em uma nave desconhecida após enfrentar uma chuva de meteoros. Seu objetivo é fugir de lá, mas como você não sabe como fazer isso o único jeito é explorá-la. Porém sua exploração é logo interrompida por drones malucos que tentam – por nenhum motivo aparente – te matar e só resta a você matá-los primeiro.

De início esta é uma tarefa fácil e você logo se encontra com Daryl Lloyd-Lancaster, o robô que coordena a nave e quem aparentemente está enviando os drones contra você. Ele diz que a nave está completamente trancada e o único jeito de sair dela é abrindo um rombo no casco, o que com certeza você fará, e ele tentará impedir.

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E assim começa a dança da destruição de RIVE onde você avança pelos cenários 2D destruindo tudo o que vê pela frente e evitando ser destruído. Para isso você conta com sua arma principal no analógico direito que tem munição infinita e não deve parar por nenhum instante. Por causa dela, o jogo é uma chuva de balas constante, sempre uma bagunça de inimigos explodidos e loot espalhado por todo canto.

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É necessário um controle absurdo da movimentação do jogo para manejar os dois analógicos e posicionar sua nave e a mira nos pontos exatos, sendo que um único deslize significa sua morte quase instantânea. O nível do desafio do jogo é bem alto e também justo, nunca coloca inimigos demais em cena ou desafios que não há como o jogador vencer. RIVE exige do jogador muita precisão e nele a morte será sua companheira inseparável, algo que é estimulante para alguns, mas que pode fazer os jogadores menos empenhados desistirem.

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O que mais agrada em RIVE é que ele não segue o modelo de ‘tentativa e erro’ dos shoot ’em up em geral, ao invés disso ele entrega um gameplay simples, bem feito, preciso e desafiador em que o jogador dependerá apenas de sua capacidade de raciocínio para avançar pelas áreas e pode tanto terminar uma missão sem morrer nenhuma vez como empacar em um único desafio e morrer mais de 50 vezes (como aconteceu comigo).

Além de sua arma principal, você ainda conta com um setup de habilidades que podem ser desbloqueadas usando o saque coletado dos inimigos destruídos. Sua nave só consegue carregar munição para uma destas habilidades que podem ser mísseis teleguiados, bombas eletromagnéticas ou um tiro de escopeta, e você deve escolher muito bem qual delas usar nos momentos de emergência.

Estas habilidades são recarregadas quando coletamos caixas de itens que podem estar tanto espalhadas no cenário quanto cair de inimigos mortos. Sua reposição não é constante e não temos como prever quando uma nova caixa cairá do céu, o que faz que o jogador pense muito mais na hora de usá-las – mesmo que ver 30 inimigos explodindo de uma vez seja muito tentador.

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Outro elemento interessante do gameplay é o hackeamento que no início do jogo é usado apenas para abrir portas, mas depois se torna nosso maior aliado nos possibilitando controlar inimigos e fazê-los atacar seus antigos aliados por um curto período. Com esta ferramenta paramos o tempo por alguns segundos, o que a também útil durante os combates contra as máquinas que nunca dão sossego.

Há também variações no gameplay que ajudam muito o jogo a não ser sempre este “andar e atirar”. Algumas áreas têm gravidade zero, outras contam com apenas alguns pontos sem gravidade e fazem com que nos viremos nestes pontos que muitas vezes são minúsculos, outras ainda são labirintos onde temos que fugir de inimigos destruindo os outros que nos atacam pela frente. Estas variações são igualmente divertidas e tem uma duração aceitável para que você não pense que são longas demais (mesmo com tantas mortes) nem muito curtas.

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A variação de inimigos também agrada, sendo que cada tipo tem um estilo diferente de comportamento e um macete diferente para ser vencido. Alguns estão ali só pra encher o saco mesmo, já outros são o suficiente para te fazer atirar o controle na parede. Paciência é definitivamente um dos requisitos de RIVE.

Paciência também temos de ter com os slowdowns do jogo que ocorrem principalmente quando morremos. Alguns chegam a travar o game por alguns segundos e outros atrapalham o combate mas na maioria das vezes RIVE consegue lidar com uma grande quantidade de inimigos e toda a baderna que fazemos sem nenhum problema técnico.

A campanha do jogo não é longa, mas com tantas mortes ela acaba se tornando, o que faz dele um jogo bem casual (o estilo dos jogos dos anos 90 que aqui é aplicado da maneira certa). Independente disso, seu fator replay é bem alto, principalmente se levarmos em conta que ele tem mais dois modos que só são liberados após terminarmos a campanha. O jogo também vale o preço cheio de lançamento.

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A arte de RIVE é belíssima, cheia de detalhes no fundo dos cenários e chama atenção principalmente o fato da equipe a Two Tribes ter conseguido variar em um jogo que é basicamente apenas cinza e máquinas. As partes de jogabilidade também são um deleite para os olhos e as explosões são sem dúvida alguma a melhor coisa do jogo. Ele também vem completamente legendado em português.

RIVE tem aquele feeling dos platformers 2D antigos que presavam pela alta dificuldade e o raciocínio rápido por parte do jogador. Lembra por muitas vezes Mega Man, apesar de ter detalhes únicos que fazem dele um jogo único. Proporciona diversão do início ao fim, um desafio prazeroso caso você saiba lidar com muitas mortes em sequência e principalmente o prazer de destruir hordas de inimigos apenas virando um botão.

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Lembro de ter falado no review de Unbox do potencial de diversão que os jogos independentes têm. Caso queira saber do que eu estava falando ou pense exatamente o mesmo que eu, saiba que RIVE é o melhor exemplo deste potencial. O game infelizmente morrerá no desconhecido, assim como a Two Tribes, mas me sinto agradecido pela experiência que a desenvolvedora me proporcionou com ele.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecido pela desenvolvedora.

Resumo para os preguiçosos

RIVE traz de volta o desafio e dificuldade extremos dos shoot ’em up clássicos além de muita diversão e mortes. O jogo oferece um gameplay simples com muitas opções de habilidades e “estilos de platformer” diferentes como fugas, labirintos e áreas com gravidade zero. Slowdowns incomodam um pouco, mas não estragam a experiência extremamente divertida que ele entrega para os jogadores que se dedicam ao máximo.

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Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Muito divertido
  • Boa diversificação de inimigos
  • Diferentes habilidades e estilos de jogo
  • Dificuldade alta porém justa
  • Ótima arte e efeitos visuais
  • Legendas em português

Contras

  • Slowdowns que incomodam
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Rafael Oliveira
Rafael Oliveirahttp://criticalhits.com.br
Rafael Oliveira faz análise de jogos, filmes e séries regularmente para o Critical Hits, além de postar notícias e artigos esporadicamente. Acha que Shadow of the Colossus é o melhor jogo já feito, é fanboy de Steins;Gate e tem um lugar especial no coração para Platformers, RPGs e Metroidvanias.