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Renowned Explorers: International Society – Review

Renowned Explorers: International Society coloca o jogador no comando de um grupo de exploradores do século 19 que viajam pelos quatro cantos do mundo em busca de aventuras emocionantes e tesouros valiosos – mais ou menos como os livros de história gostam de mostrar a chamada “era do descobrimento”. Mas em RE:IS, ao contrário do que fizeram Pedro Álvares Cabral e cia, o objetivo não é conquistar terras distantes para extrair seus recursos naturais, mas sim tornar-se o explorador mais conhecido do mundo utilizando muita estratégia – e um bocado de sorte.

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Desenvolvido pela Abbey Games, mesmos criadores de Reus, Renowned Explorers: International Society é um jogo de estratégia por turnos muito mais profundo do que o seu visual charmoso e humor leve pode sugerir. O jogo possui mecânicas interessantes, que misturam estratégia e sorte tanto nas tomadas de decisões quanto nos combates.

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Ao montar sua equipe com três exploradores, o jogador deve escolher quem será o capitão. Cada um dos 20 personagens possuem habilidades, características e atitudes específicas, o que faz a montagem de um time equilibrado também ser um desafio. Nem todos podem ser capitães desde o início; os personagens vão sendo desbloqueados para esta função ao término de cada campanha.

Ao contrário dos jogos de estratégia tradicionais, em RE:IS uma batalha não precisa terminar em pancadaria. Emoções e sentimentos são papéis fundamentais na estratégia, funcionando tanto como armas de ataque quanto de defesa. Você pode deixar seus inimigos excitados, confiantes, tristes, assustados ou até humilhados para vencer um confronto, e é muito engraçado ver uma batalha tensa ser resolvida com um “jóinha” na cara do inimigo.

Outro fator importante que influencia nas batalhas é a atitude. Dependendo das ações tomadas nos embates anteriores, sua equipe começa um novo encontro com uma determinada atitude: agressiva (agressive), amigável (friendly) ou desonesta (devious). Elas determinam as vantagens e desvantagens que todos os envolvidos no combate recebem, e a atitude dos inimigos também é levada em consideração. As três funcionam mais ou menos como um pedra-papel-tesoura, com cada uma “vencendo” a outra, e cabe ao jogador decidir quais ações e ataques levarão a batalha para a atitude mais favorável para a sua equipe. Cada derrota do seu explorador custa pontos de “Resolve” que, ao se esgotarem, resultam em game over.

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Durante as expedições e também após as batalhas, os exploradores coletam quatro tipo de recursos: Gold, Status, Research, e Encounter, que são utilizados tanto nos upgrades (das personagens, das lojas, e da equipe de suporte dos exploradores), quanto para gerar pontos de “Reconhecimento”. São estes pontos que farão seu explorador subir no ranking até se tornar o explorador mais conhecido do mundo.

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Movimentar-se pelo cenário estilo tabuleiro custa suprimentos, e o jogador deve gerenciá-los bem para chegar ao objetivo final, sob pena de receber efeitos negativos à sua equipe caso eles se esgotem. Antes de ir a um local, é possível ter uma ideia do que o espera por lá: quais recursos podem ser obtidos, se há chances de batalha ou tesouros, e quais habilidades podem ser úteis. Os desafios e os mapas são gerados proceduralmente, o que acaba compensando as poucas cidades disponíveis para exploração. E, para mim, esta foi a parte mais divertida do game.

As missões são contadas em forma de uma narrativa, remetendo aos jogos de RPG de mesa (com a descrição dos eventos e das reações das personagens). Não há dublagem, o que faz com que o charme da história fique nas piadas e nas referências dos textos das missões. E são nestes momentos que a sorte entra em campo e o jogador tem que tomar decisões que poderão mudar o rumo da aventura. Estas decisões também são geradas proceduralmente, e dependem das habilidades, das características, e dos buffs e debuffs dos exploradores naquele momento. Quando depende da sorte, as opções mostram a porcentagem de chance de acerto daquela decisão, que será decidida por uma roleta. Um mesmo local podem ter várias opções e situações diferentes, aumentando consideravelmente o fator replay de RE:IS.

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Em RE:IS há dois modos de jogo: campanha e aventura. No primeiro, o jogador pode salvar quantas vezes quiser e pode recarregar a partida caso seja derrotado em uma batalha. O segundo é para os mais corajosos, num estilo roguelike. O game salva automaticamente ao fim de cada aventura, e caso os exploradores sejam derrotados, é game over na hora. Também há 4 níveis de dificuldade, aumentando ainda mais o leque de possibilidades para os mais experientes.

Na campanha principal, o jogador deve desbancar o líder do ranking em 5 expedições – mas não pense que essa é uma tarefa fácil. Caso não o jogador não consiga este feito, a aventura pode continuar nas outras 7 expedições disponíveis (das 12 no total), que incluem lugares como uma floresta tropical, a Transylvânia, e até uma ilha cheia de piratas voodoos – cada qual com seus bônus, estratégias recomendadas, e níveis de dificuldade distintos.

A versão de Renowned Explorers utilizada neste review veio junto do primeiro DLC do jogo: More to Explore. Vendido separadamente, ele adiciona duas expedições inéditas, novas opções de bônus ao término de cada aventura, e o modo “Acampamento”. Nele, os exploradores se reúnem em volta de uma fogueira para compartilhar suas histórias; para o jogador, estas histórias são 4 opções de cartas que dão mais alguns bônus de recursos para a campanha atual.

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A única coisa que realmente me incomodou em RE:IS foi a dificuldade que às vezes se torna injusta. Apesar da curva de aprendizagem ser um pouco exigente (são muitos conceitos e mecânicas para aprender logo de cara, e os tutoriais não são muito completos), em várias expedições a dificuldade das batalhas foi muito maior do que a informada pelo jogo (classificadas de 0 a 5 estrelas). Os inimigos acabaram sendo muito mais fortes e resistentes do que o esperado, o que resultava em uma leve frustração, já que, após o salvamento antes de uma batalha, só é possível avançar após terminá-la, seja vencendo ou desistindo – no segundo caso, isso significa recomeçar novamente toda a aventura. Isto fica ainda mais evidente e frustrante quando ocorre em uma batalha contra um chefão, por exemplo. Esta situação, no entanto, tende a diminuir conforme o jogador aprimora a sua equipe e domina as mecânicas do jogo, mas ainda assim podem ocorrer com uma frequência meio incômoda.

Para quem não é tão fã de jogos de estratégia por turnos, acabei me surpreendendo pela rapidez com que fui conquistado por RE:IS. Não foram poucas as vezes que iniciei uma nova expedição logo em sequência da outra, só para tentar tirar aquele sorriso convencido da cara do Rivaleux (o rival a ser batido na campanha). O visual charmoso, com animações bonitas e fluídas, somada ao humor inteligente e à complexa porém interessante mecânica, fazem de Renowned Explorers: International Society uma ótima pedida para quem procura por um jogo leve e divertido, mas com uma boa camada de profundidade e fator replay que garantirão horas e mais horas de jogatina.

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Resumo para os preguiçosos

Não se deixe enganar pelo visual charmoso e pelo humor leve: Renowned Explorers: International Society é um jogo de estratégia por turnos muito mais complexo do que parece. Utilizando mecânicas interessantes de combate, que transforma emoções, atitudes, e sentimentos, em armas de ataque e defesa, RE:IS torna a era explorações do século 19 muito mais divertida do que os livros de história fazem parecer. Com uma equipe de exploradores únicos, de personalidades e habilidades distintas, o jogador partirá em emocionantes aventuras em busca das relíquias mais valiosas, para se tornar o maior explorador número 1. Apesar da dificuldade às vezes parecer ser injusta, o jogo é capaz de cativar até quem não é expert no gênero. E graças às expedições geradas proceduralmente, uma aventura nunca será igual a outra, garantindo muitas horas de jogatina.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos bonitos e animações fluídas
  • Altíssimo nível de fator replay, com missões variadas e muitos itens colecionáveis
  • Mecânica de combate interessante e diversificada, com opções variadas de estratégias

Contras

  • Dificuldade às vezes injusta e desbalanceada
  • Curva de aprendizagem um pouco maior para quem não está habituado à jogos de estratégia
  • Tutoriais não tão completos como poderiam ser
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Diego Melo
Diego Melohttp://criticalhits.com.br
Diego Melo é graduado em jornalismo pela Unesp de Bauru. Gosta de joguinhos eletrônicos desde que se entende por gente. Prefere o PC, mas não deixa de jogar em seu New 3DS, PS3, e Xbox One de vez em quando.