Rematch é um jogo que chega para desafiar tudo o que você conhece sobre jogos de futebol. Desenvolvido pela Sloclap, estúdio francês responsável por Sifu e Absolver, o jogo mistura ação intensa, liberdade total e o espírito das partidas de rua, em uma experiência arcade única. Mas será que vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
REMATCH não possui uma campanha tradicional. Ainda assim, há uma proposta conceitual interessante por trás de sua criação. O diretor criativo da Sloclap, Pierre Tarno, revelou que o projeto nasceu da fusão entre duas paixões da equipe: jogos de ação e futebol. E essa mistura é evidente em cada detalhe da jogabilidade.
O jogo foi pensado como uma homenagem às partidas de rua, onde regras são opcionais, e a habilidade individual brilha. Sem impedimentos, faltas ou paralisações, REMATCH busca simular a imprevisibilidade do futebol de bairro, em que qualquer lance pode decidir a partida e qualquer jogador pode ser herói ou vilão.
Gameplay
Um dos grandes diferenciais é a ausência total de regras, você pode entrar de carrinho com os dois pés no peito do adversário, ninguém vai apitar. Essa ausência de punição cria um ritmo de jogo insano, em que a posse de bola muda constantemente e as oportunidades surgem do caos.
Os comandos são relativamente simples, mas dominá-los exige prática. Chutes, passes e dribles são todos manuais, com controle total sobre força, direção e efeito da bola. O mouse, surpreendentemente, é o grande aliado dos jogadores de PC, funcionando como ponteiro para mirar e definir o movimento da bola com precisão.
Testamos tanto a versão de PC como a de PS5 e no controle a experiência até que é competente, mas temos uma clara vantagem do mouse e teclado aqui devido ao fato de você conseguir mirar com precisão para o gol.
O sistema de colisão e a física são bem feitas, nada de “a bola colada no pé” como nos simuladores convencionais, aqui, você precisa calcular cada toque, entender o peso dos passes e o tempo dos chutes. É comum errar no início, mas quando você acerta uma jogada trabalhada, o sentimento de recompensa é enorme.
Além disso, não há posições fixas, o jogador que estiver mais perto do gol vira goleiro, e todos têm a chance de atacar e defender, criando partidas dinâmicas e com muito improviso. O jogo conta com diferentes modos: partidas casuais, ranqueadas, personalizadas e três variações principais: 3v3, 4v4 e 5v5.
Cada modo funciona como uma espécie de “nível de dificuldade”. O 3v3 é mais aberto e tranquilo, ideal para iniciantes. O 4v4 oferece um equilíbrio entre caos e controle. Já o 5v5 exige raciocínio rápido, domínio das mecânicas e muito entrosamento com o time, tornando-se o verdadeiro desafio do jogo.
Além das partidas, há um sistema de personalização interessante. Você pode modificar seu avatar com roupas, acessórios e até próteses cibernéticas. Tudo é cosmético e nada afeta o desempenho dentro de campo, o que evita qualquer indício de pay-to-win.
E mesmo sem uma campanha, o jogo recompensa a prática individual. Os treinos são essenciais para entender os controles e dominar os fundamentos, especialmente nas primeiras horas. Um jogador que treina sozinho tem muito mais chances de brilhar em equipe.
Audiovisual
No quesito visual, REMATCH aposta em um estilo artístico estilizado, vibrante e moderno. As arenas são cercadas por paredes translúcidas que refletem a ação em campo, criando um visual dinâmico e legal.
Os modelos dos personagens têm um visual de animação moderna, com traços estilizados e bem similares ao que vimos no SIFU, jogo anterior do estúdio.
A trilha sonora é discreta, mas acompanha bem o ritmo das partidas. Os efeitos sonoros são satisfatórios: o som da bola batendo na parede, o impacto dos carrinhos e os gritos abafados da torcida ajudam a criar um clima animado e envolvente. O jogo também conta com legendas em português brasileiro e está bem acessível para nós.
Os problemas técnicos
Infelizmente, os principais problemas de REMATCH em seu lançamento estão mais na parte técnica. O mais impactante é a péssima qualidade dos servidores do jogo, que constantemente desconectam e ficam dando lags e travadas absurdas nas partidas.
É muito comum você pensar que defendeu uma bola, mas ela passar mesmo assim porque o servidor resolver travar bem na hora. O jogo também sofre com bugs bobos e vira e mexe é possível jogar a bola pra fora do estádio e temos que ficar esperando o jogo entender que algo está errado e colocar ela de volta no meio de campo.
Outro problema absurdo é a falta de cross-play no lançamento. O jogo foi anunciado com a feature exposta em todas as redes sociais, para chegar na véspera do lançamento e anunciar que o Cross-play ainda não está pronto, e esse é o tipo de jogo que precisa de um bom cross-play para fazer sucesso.
Mas e aí, Rematch vale a pena?
REMATCH é um ar fresco no mundo dos jogos de futebol. Enquanto franquias como EA Sports FC e eFootball seguem presas a fórmulas exaustas e modelos comerciais questionáveis, a Sloclap entrega algo novo, divertido e cheio de personalidade.
Misturando ação, caos e futebol de rua, o jogo encontra seu próprio espaço em um gênero saturado. E o melhor: faz isso sem trair o espírito do futebol, mas reinterpretando-o de forma criativa e empolgante.
O jogo no lançamento sofre com alguns problemas técnicos chatos e com a falta de Cross-play. Mas com uma jogabilidade viciante, visual carismático e partidas intensas, REMATCH tem tudo para se tornar um clássico moderno assim que corrigir seus problemas.
Análise feita com chave para PS5 cedida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Rematch é uma ousada reinvenção dos jogos de futebol, criada pela Sloclap, que mistura ação intensa, jogabilidade arcade sem regras, e o espírito das partidas de rua em uma experiência única e caótica; apesar de sofrer com problemas técnicos como servidores instáveis e a ausência de cross-play no lançamento, o jogo se destaca por sua liberdade, ritmo frenético, visual estilizado e uma proposta criativa que promete conquistar quem busca algo diferente das fórmulas tradicionais do gênero.
Prós
- Jogabilidade
- Divertido
- Ritmo de jogo
Contras
- Sem Cross-Play
- Muito confuso jogar no controle
- Não pode remapear comandos no PS5
- Bugs
- Servidores ruins