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RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army – Análise – Vale a Pena – Review

A Atlus nos últimos anos vem fazendo um ótimo trabalho ao trazer seus jogos clássicos para um novo público ao mesmo tempo em que cria novas experiências. Temos casos como o remake do aclamado Persona 3, ports como Persona 4 Golden e Shin Megami Tensei III Nocturne para plataformas modernas e jogos novos como Metaphor: ReFantazio e Shin Megami Tensei V.

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Mesmo assim, o estúdio ainda tem muitos títulos presos em consoles antigos que merecem novas versões e por isso foi uma surpresa quando este remaster foi anunciado, já que se trata de um jogo mais desconhecido no catálogo do estúdio e que ainda por cima não tinha uma versão ocidental.

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O mais curioso é que ele, diferente dos outros jogos citados, não segue o mesmo modelo de combate por turnos dos títulos que consagraram a Atlus, sendo mais focado em um combate de ação em tempo real sem abandonar os elementos clássicos da franquia SMT como a invocação de demônios e a exploração de fraqueza dos inimigos.

Isso por si só já justifica a existência desse remaster: diversificar o leque de tipos de experiências disponíveis. Mas, no fim, a pergunta que fica é: RAIDOU consegue alcançar o mesmo patamar dos últimos lançamentos do estúdio ou é uma bola fora depois de tantas jogadas bem sucedidas?

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army – Análise – Vale a Pena – Review

Raidou é um RPG de ação em terceira pessoa, sendo um spin-off da série Shin Megami Tensei. O game se passa no Japão no ano de 1931, em uma versão fictícia da era Taisho. Controlamos um jovem fazendo um teste para se tornar o novo Raidou Kuzunoha, um título carregado por muitas gerações na família, sendo responsável por manter a paz nas cidades do Japão contra forças demoníacas.

Ao passar pelo teste – que serve como tutorial – recebemos o título de Raidou Kuzunoha XIV e Gouto, um gato afiliado à família Kuzunoha, aparece para ser nosso guia e companheiro durante o jogo. Logo somos encarregados de assumir a função de detetive, trabalhando para uma agência de investigação que cuida de casos paranormais no centro da cidade. Lá somos introduzidos ao detetive Shouhei Narumi, que será também nosso maior aliado durante a jornada.

O gatilho da história acontece quando Narumi recebe uma ligação de uma garota pedindo ajuda e para encontrá-la em um local marcado. No começo ele não dá muita bola para o pedido, mas logo percebe que algo está estranho. Ao chegar ao local, a garota pede para a matarmos, mas antes que pudesse explicar seus motivos, somos atacados por demônios com aparência de soldados com armadura vermelha. Raidou não tem chance contra eles e a garota é sequestrada.

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A trama gira em torno desse sequestro, mas quando começamos a desvendar as camadas, conspirações começam a se revelar e o escopo aumenta. Esse é o aspecto mais intrigante do jogo: a narrativa não é nada espetacular, mas o game faz um bom trabalho de te deixar curioso.

Infelizmente, com o tempo essa curiosidade passa e a trama não avança a passos satisfatórios. Tudo começa a ficar meio arrastado, com vários desvios desinteressantes, além do escopo da história aumentar tanto que acaba perdendo aquele clima de suspense investigativo do início do game. No fim, o que era pra ser um ponto forte acaba tendo um saldo misto.

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Remasterização

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army – Análise – Vale a Pena – Review

Se tratando de uma nova versão de um jogo de PlayStation 2, mudanças tiveram que ser feitas para deixá-lo mais atual, e fizeram um ótimo trabalho neste departamento. Visualmente, ele está bem mais bonito, porém sem perder aquele charme de um jogo de sua época.

Várias melhorias de qualidade de vida também foram implementadas, como a possibilidade de salvar em qualquer lugar. O combate teve mudanças significativas, pegando elementos da sequência do jogo original e indo além. Também há novas side quests, novos demônios e dublagem adicional em várias partes, além de várias melhorias no menu, na usabilidade e opções de acessibilidade. É um tratamento muito robusto que traz o jogo para a nova era, mas sem perder o charme da sexta geração.

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Combate e progressão

Raidou compartilha muitas semelhanças com o sistema de combate por turnos da série Shin Megami Tensei, mas implementados em tempo real. Ao entrar em uma batalha, podemos ter dois demônios nos acompanhando. Eles ficam livres para te ajudar durante os confrontos, mas é possível dar comandos para realizarem ataques específicos ou substituir por outro demônio da sua coleção.

Usar os demônios de forma estratégica é muito importante, já que explorar a fraqueza dos inimigos é o caminho para a vitória. Mas você não depende apenas dos seus aliados, Raidou é muito hábil com sua katana, podendo desferir ataques fracos que enchem sua barra de MP e ataques fortes que causam mais dano sem encher a barra.

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Essa barra de MP é importante pois você a utiliza para lançar magias, que são essenciais para causar grandes quantidades de dano na postura e na vida dos inimigos. Ao quebrar a postura, eles ficam mais vulneráveis, além de dar abertura para um ataque especial.

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army – Análise – Vale a Pena – Review

O sistema de combate tem vários elementos que juntos tentam criar uma profundidade, mas, infelizmente, ele também cansa rápido e os encontros se tornam repetitivos e desinteressantes. O que alivia um pouco são os encontros com novos demônios, pois suas personalidades e visuais são a alma da franquia, e aqui não é diferente.

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Recrutar tais demônios, fundi-los e vê-los subir de nível e ganhar novas habilidades é uma das partes mais gratificantes da experiência, o que dá uma sobrevida ao combate, mas mesmo assim, é difícil não sentir uma fadiga tremenda batalha após batalha ao chegar no fim do jogo.

Muito da campanha de Raidou se passa na cidade principal e seus arredores. Andamos por ela podendo completar side quests sem nenhum tipo de profundidade. Andar pelas ruas tem seu charme e tudo contribui bastante para a atmosfera e ajuda a te situar na época em que o jogo se passa.

No entanto, o jogo não sabe usar a cidade de uma forma interessante e ela acaba virando só um lugar para passar correndo até seu objetivo e, para piorar, o game adora ficar te jogando de um lado para o outro repetidamente, o que acaba cansando já que vários objetivos da história são simplesmente ir a um lugar, falar com alguém e voltar. Por sorte, há uma função bem útil de viagem rápida que faz esses momentos não serem tão irritantes, mas é muito um estilo de design remanescente da era do PS2 e que hoje em dia ficou exaustivo.

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Algo que ajuda muito na experiência é a trilha sonora, que traz uma pegada bem noir com batidas de jazz nos momentos de exploração e investigação e músicas mais pesadas e rápidas durante o combate, inclusive com a adição de guitarras, mas sem perder o tom jazzístico que dá muita identidade e elegância ao jogo. 

Mas e aí, RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army vale a pena?

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army é uma versão competente de um jogo esquecível dentro do catálogo da Atlus, mas que ainda assim consegue ter charme com toda a sua estética nostálgica e mecânicas interessantes envolvendo os demônios e sua utilização durante as investigações.

Infelizmente, o combate repetitivo e a estrutura obtusa criam uma experiência cansativa, mesmo que o jogo não seja muito longo. É um título interessante para fãs da empresa, mas não oferece muito para quem não tem experiência com SMT/Persona e a falta de uma localização em PTBR também não ajuda em nada nesse sentido.

No fim, apesar de ter suas qualidades, é impossível não se perguntar o motivo desse jogo ter recebido esse tratamento em vez de jogos mais aclamados que ainda estão presos no PlayStation 2, como Digital Devil Saga. Mas a existência de Raidou Remastered ao menos mostra que existe um cuidado por parte da Atlus em atualizar de forma satisfatória títulos obscuros para essa nova geração.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.

 

Resumo para os preguiçosos

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army é uma versão competente de um jogo esquecível. Consegue trazer bem os elementos da franquia SMT para um combate em tempo real, mas falta variedade e profundidade, a estrutura das missões é cansativa e apesar da história começar bem, com o tempo ela se alonga e fica grande demais perdendo aquela atmosfera mais investigativa do começo. É um bom jogo, mas muito falho em aspectos importantes.

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Nota final

60
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Direção de arte e atmosfera 
  • Trilha sonora
  • Novas adições do remaster

Contras

  • Combate repetitivo
  • Modelo de missões cansativo e sem muita variedade
  • História com bons momentos mas que não consegue te cativar
  • Sem PTBR
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