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Quantum Break – Review

A Microsoft tinha uma visão bem ambiciosa para o Xbox One, e, ainda que tenha apresentado ela da pior forma possível durante a revelação do console, Quantum Break fazia parte dessa visão. O jogo prometia trazer a Remedy no alto de suas habilidades e ser uma produção multi-mídia, com um jogo e uma série de televisão que você assiste entre um capítulo e outro do jogo, para entender melhor o que se passa dentro da corporação do inimigo. Infelizmente, o jogo não agradou tanto assim na sua revelação, e eu não dava muito para Quantum Break, até que coloquei as mãos no jogo. Depois disso, tudo mudou.

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Em Quantum Break, você controla Jack Joyce, um jovem que é irmão e amigo de dois cientistas que estão fazendo uma pesquisa ultra secreta da qual ele não fazia ideia. Ao ser convidado pelo seu amigo, Paul Serene, para visita-lo na universidade de madrugada, Jack acaba conhecendo a pesquisa de ambos: a viagem no tempo. Paul quer levar adiante a pesquisa, mas Will Joyce acha que há problemas demais para que eles sigam pesquisando isso. Paul acaba induzindo Jack a ajuda-lo e ambos causam uma fratura no tempo. Caso ela não seja revertida, o tempo vai parar, ou seja, passado, presente e futuro vão misturar-se num caos completo, e todo mundo vai ficar congelado nesse desastre.

https://www.youtube.com/watch?v=eU17_kd-e4w

Além disso, Jack e Serene acabam sendo especialmente afetados pela fratura, e desenvolvem poderes de controle do tempo, como correr mais rapidamente, paralisar pessoas por alguns segundos e coisas do tipo. Para completar as coisas, uma versão mais velha (e com bem mais controle dos próprios poderes) de Serene surge de dentro da Máquina do Tempo, enquanto a versão mais jovem vai para uma era desconhecida, e acaba se revelando dono da Monark Corporation, a corporação que manda na cidade e que faz um ataque ao campus universitário onde você está para roubar a máquina do tempo para eles. Vítimas acabam sendo feitas e você vira um fugitivo com dois objetivos, parar Serene e consertar a fratura no tempo.

O enredo pareceu complicado? Eu também achei no começo. Aliás, isso não melhora muito durante a história de Quantum Break, pois há diversas viagens para o futuro e para o passado que acontecem simultaneamente, e que fazem a sua cabeça derreter tentando entender tudo o que acontece no jogo, mas se Quantum Break tem uma qualidade, é ter um enredo muito bem entrelaçado e sem furos. A ideia das viagens no tempo não é nada nova, mas foi muito bem explorada aqui, além de também ter sido muito bem adicionada à jogabilidade do jogo.

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Ao causar a fratura, Joyce ganha poderes de manipulação do tempo, que rapidamente são desenvolvidos conforme você avança pelo primeiro e segundo capítulo do jogo. Pode parecer um pouco de exagero você conseguir controlar o tempo para enfrentar soldados armados, mas é muito legal ver a reação dos inimigos ao perceberem que o alvo que estava na frente deles sumiu e apareceu do lado deles em frações de segundo (eles literalmente se assustam), e os poderes de Joyce são mais do que necessários para que você sobreviva ao jogo. Eu levei um pouquinho de tempo até me acostumar a usar os botões de maneira correta para ativar as habilidades de super velocidade e de paralisar inimigos (volta e meia eu confundia os dois), mas os poderes, além de úteis para o combate, são divertido, e acabam sendo úteis para os desafios ambientais que o jogo coloca na sua frente. O combate de Quantum Break seria apenas mais um combate de tiro em terceira pessoa comum sem os poderes, com eles, ele acaba sendo algo a mais.

Ao longo do jogo, você enfrenta inimigos que controlam e que não controlam o tempo, assim como você. A Monark é uma companhia que vem se preparando para a fratura há anos, e tem soldados cuja tecnologia pode não só dobrar o tempo também, mas congelar seus poderes por alguns segundos, e a Remedy faz um bom trabalho em variar o desafio e os inimigos com os quais você vai dar de cara durante o jogo, além das situações em que você enfrenta esses inimigos.

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Além do desafio de combate, o jogo também coloca desafios de plataforma durante a aventura, pois volta e meia a fratura do tempo faz que ele se contorça todo, e partes do tempo avancem, enquanto outras ficam congeladas, gerando todo o tipo de catástrofe (como navio batendo numa ponte em que você está atravessando, por exemplo). Nessas horas, você tem que pensar rápido e tentar sair do lugar o mais rápido o possível, usando as habilidades de Joyce para que você não seja esmagado por algum poste voador, ou parede que está prestes a cair em você, por exemplo. Fora esses desafios, o jogo ainda é cheio de colecionáveis durante o cenário, que contam mais sobre a pesquisa de Joyce e Serene sobre as viagens no tempo, sobre o mundo em si, sobre a Monark Corporation e sobre a interação de personagens principais e coadjuvantes do jogo.

Durante a maioria do jogo, ele faz um bom serviço em mostrar ao jogador o que ele quer que o jogador faça, e eu só fiquei perdido nesse sentido no último capítulo do jogo, onde você tem que ouvir uma conversa para descobrir um número. Caso você também fique perdido, aqui vai a solução sem spoilers para esse puzzle, você vai saber do que eu estou falando quando chegar a hora, você deve correr em super velocidade para acompanhar os fragmentos da conversa antes que a conversa em si acabe. Não pare por nenhum segundo e você talvez consiga ouvir a conversa até o fim.

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Fora esse problema, o único outro problema que eu encontrei em Quantum Break foi o chefe final do jogo, que acaba sendo uma apelação pura. Lembro que quando eu cheguei nele, era umas três da manhã de uma segunda ou terça-feira. Eu na minha inocência pensei “ok, mais 15 minutos e eu mato o jogo pra ir dormir”. Que nada, acho que eu fiquei quase umas duas horas em cima dele. O chefe final é uma verdadeira tortura de se vencer, já que, além do inimigo em si, você ainda enfrenta uma série de soldados menores que só estão ali pra te atrapalhar.

Além de um jogo, Quantum Break também é uma série de televisão, e um enredo cheio de possibilidades. Ao final de cada capítulo do jogo, você controla Paul Serene e consegue saber um pouco mais sobre as motivações e preocupações dele. Ele tem uma visão diferente da Fratura que Joyce, também quer evita-la a todo custo, mas com uma solução diferente da que Jack está perseguindo. Além disso, ele também quer manter o controle dentro da Monark, que está ameaçado, e a imagem da companhia dentro da cidade. Paul pode prever o futuro, e pode decidir que caminho seguir e, conforme você escolhe um caminho diferente, o jogo te mostra um episódio da série de televisão de Quantum Break com algumas cenas diferentes em relação às da outra escolha.

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A série de TV de Quantum Break basicamente conta o que acontece dentro da Monark Industries pela visão de Paul Serene e de personagens menores dentro do jogo, e tem como personagem principal Liam Burke, o chefe de segurança da Monark, que quer salvar a própria mulher da fratura enquanto é injustamente perseguido pela Monark por traição. Os episódios têm cerca de trinta minutos e podem ser assistidos ou ao final de cada capítulo do jogo, ou após você terminar o game. É recomendável que você assista após cada capítulo do jogo, já que eles acontecem em paralelo aos eventos de cada capítulo e, apesar de não ser longa, a série é bem divertida, principalmente pelas atuações dos atores de Burke, Serene e companhia.

Graficamente, Quantum Break é um belo jogo, principalmente por causa dos efeitos de congelamento do tempo e impactos que isso acaba gerando no gameplay. Apesar de alguns tempos de carregamento bem demorados (que a Remedy prometeu consertar antes do lançamento do jogo), ele funciona muito bem na maioria do tempo, e eu não lembro de ter encontrado problemas de queda de quadros e coisas do tipo durante as horas que eu passei com o jogo. A trilha sonora de Quantum Break é simplesmente sensacional, cheia de músicas que pegam bem a ideia do jogo, e pode muito bem ser ouvida fora do game, inclusive.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One fornecida pela Microsoft do Brasil

Resumo para os preguiçosos

Quantum Break não me impressionou quando a Microsoft revelou o jogo, mas bastaram alguns minutos com o game para que eu me sentisse convencido. O jogo combina um gameplay muito divertido com uma história que vai fazer a sua cabeça dar voltas para entender, além de contar com uma série de televisão muito divertida, e cheia de rostos que você já viu em outras produções. Extremamente recomendado.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Enredo complexo e muito bem trabalho
  • Bom sistema de combate, os poderes fazem toda a diferença nele
  • Cheio de colecionáveis que fazem você entender a história melhor
  • Uma boa série de televisão cheia de rostos conhecidos

Contras

  • Um chefe final extremamente apelão
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.