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Project Cars 3 – Review

Jogos de corrida já foram muito mais populares antigamente. A grande quantidade de jogos clássicos na geração PS1 e PS2 foi, provavelmente, o que motivou o acontecimento de novas formas de se explorar o gênero, aprofundando cada vez mais a diferença entre simulação e arcade.

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Antigamente, mesmo os jogos de simulação acabavam sendo mais “acessíveis” ao grande público, permitindo até mesmo que jovens com pouco conhecimento em mecânica de automóveis em geral, pudessem criar suas próprias configurações de personalização com certa facilidade.

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Aos poucos a coisa foi evoluindo de tal forma, que jogos de simulação tornaram-se cada vez mais complexos de serem entendidos e dominados. Jogos como Forza Motorsport e Gran Turismo – apesar de continuarem tendo uma base fiel de jogadores – passaram a se tornar cada vez mais restritivos, praticamente exigindo que o jogador aprendesse o funcionamento de carros em geral, a fim de obter o melhor desempenho possível.

Em contra-partida, o jogos arcade foram minguando. A quantidade de títulos sendo lançados anualmente diminuiu bastante, criando um verdadeiro dilema aos fâs do gênero: focar sempre nos mesmos jogos arcade, ou é hora de partir para jogos de simulação.

Project Cars 3 parece ter sofrido com esta dicotomia e resolvido mudar parte de sua estrutura a fim de captar a maior quantidade de jogadores possível. Os dois primeiros jogos da série desenvolvida pela Slightly Mad Studios apresentavam grande foco na simulação, e talvez por isso não tenham atraído tanto público quanto se desejava.

O primeiro Project Cars, lançado em 2015, vinha sendo desenvolvido desde 2009 e prometida ser a experiência definitiva em jogos de corrida. A proposta era apresentar corridas emocionantes da forma mais realista possível, tendo como foco, rivalizar diretamente com Forza Motorsport e Gran Turismo.

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Já Project Cars 3 pode ser definido como um “meio termo”. Oferece tanto a possibilidade de melhorar e aprimorar suas configurações pessoais, ao mesmo tempo em que oferece uma experiência mais leve e descompromissada. Em termos práticos – e utilizando a franquia da Microsoft como régua mais uma vez, dá pra dizer que ele tenta cooptar tantos jogadores de Forza Motorsport, quando de Forza Horizon.

Antes de seguir adiante, é preciso dizer ao caro amigo leitor, que minhas preferências quanto jogos de corrida são muito mais enviesadas para experiências arcade. Em suma, para resumir o que quero dizer, Forza Horizon é para mim, tudo que eu quero e busco quando o assunto é carros e alta velocidade. Portanto, tenha em mente que minha análise será muito enviesada nesse sentido, e que podemos ter sérias divergências no conceito de “diversão automobilística” caso você prefira jogos de simulação mais pesada.

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A jogabilidade em si é a principal diferença de Project Cars 3 para outros jogos de corrida arcade. Assim como nos jogos anteriores, as corridas não se resumem somente a apertar o botão de aceleração e o freio de mão.

Aos poucos, é necessário entender as sinalizações que o jogo te dá, para aprender a frear no momento certo e mais do que isso, a não sair virando o volante enquanto freia. Pode parecer algo óbvio e totalmente sem sentido para qualquer pessoa que já dirigiu um carro de verdade de maneira responsável. Mas para quem esta acostumado à jogos de arcade – onde fazer curvas na base do drift é quase que natural, a diferença é nítida e bem vinda.

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Você também sentirá mais a diferença entre os carros e as configurações de aerodinâmica, frenagem e pressão de pneus, por exemplo. Apesar da personalização e das configurações de desempenho não serem tão profundas quanto nos títulos anteriores, elas ainda são mais perceptíveis do que em outros jogos mais voltados ao arcade.

Essa diferença dá um bom tempero para Project Cars 3, mas não é suficiente para segurar a barra sozinha.

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Project Cars 3 também tenta te dar um motivo, uma direção – com o perdão da piada – para se aventurar em cada uma das pistas. Contudo, não chega aos pés de outros jogos como Forza Horizon, por exemplo.

Até entendo que quem procura jogos de corrida voltado para a simulação não precisa tanto de um incentivo lúdico para progredir, mas levando em conta a tentativa de Project Cars 3 em tornar-se mais interessante para um público mais aberto, a justificativa de progressão é bem sem graça.

A parte positiva é que em contrapartida, o jogo te oferece muitas modalidades diferentes de corrida. Além da tradicional briga pela primeira posição, você vai poder disputar a volta mais rápida e outras tantas modalidades.

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Além disso, o jogador mais experiente poderá obter mais benefícios por seus desempenho no início do jogo, ao completar todos os objetivos das corridas. Estes objetivos que não são obrigatórios, vão te recompensar por curvas bem feitas, ultrapassagens e afins. E com isso, encher seus bolsos de dinheiro, o que te permitirá conseguir mais carros ou mais melhorias, em menos tempo.

O que realmente me deixou decepcionado foram os gráficos de Project Car 3 no Playstation 4. Lembro que o primeiro jogo se vendia como sendo uma das experiências mais realistas até então, inclusive no visual. Porém, o terceiro jogo não parece ter seguido essa premissa e a impressão é de que faltou capricho e polimento na versão final.

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Arestas esquisitas problemas de iluminação foram os problemas que mais me chamaram atenção. A impressão que tive é de que o jogo foi feito para ser jogado “de longe”, já que estas imperfeições ficam mais nítidas conforme você se aproxima da tela da TV.

Em suma, Project Cars é um jogo satisfatório que pode divertir e animar os entusiastas do automobilismo, mas esta longe de oferecer tudo que outros títulos mais especializados prometem. Na tentativa de agradar os dois públicos – arcade e simulação -, o meio termo ficou com gosto insosso, bem abaixo do que a proposta original da Slightly Mad Studios prometia em 2015.

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Resumo para os preguiçosos

Project Cars 3 é a sequência da promissora franquia criada pela Slightly Mad em 2009, que desde então vem sofrendo uma série de alterações em suas dinâmicas, no intuito de melhorar sua competitividade frente outros títulos de corrida mais famosos.

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O objetivo em Project Cars 3 parece ter sido encontrar um caminho do meio entre a simulação e o arcade, permitindo que os dois públicos possam encontrar o que procuram. Todavia, na visão de um jogador que se estabelece mais como um “corredor arcade”, o resultado final ficou bastante sem sal e pode acabar não agradando quem procura uma experiência mais pura – tanto de arcade, quanto de simulação.

Nota final

60
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Corridas realistas e desafiadoras

  • Variedade de pistas e modalidades de corrida

Contras

  • Gráficos abaixo do ideal no PS4

  • Jogo falha em despertar o interesse para que se continue em frente

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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.