Pro Evolution Soccer 2016 – Review

A temporada dos jogos de futebol finalmente começou, e simplesmente não dava pra saber o que esperar da Konami. Convenhamos, a empresa vem de altos e baixos nos últimos tempos, inclusive na série Pro Evolution Soccer, que pareceu finalmente estar perto de voltar aos tempos de glória com sua ótima edição passada. PES 2016 chegou cercado de expectativas, mas será que o jogo conseguiu supri-las?

Eu já antecipo que a resposta dessa pergunta depende totalmente das suas expectativas. Como fã bem antigo da série, esse é um jogo muito especial, por se tratar do vigésimo aniversário da série que cresci jogando, e o slogan “Ame o Passado, jogue o Futuro” me deixou ansioso e curioso pra caramba. E o slogan é respeitado, para o bem e para o mal.

https://www.youtube.com/watch?v=HshfqDVGWJU

Primeiramente, é surpreendentemente bom ver a FOX Engine funcionando tão bem em Pro Evolution Soccer, principalmente porque a engine não foi sequer pensada pra um jogo de esporte, e o resultado está incrível. A física de colisões está melhor do que em qualquer jogo do gênero, as animações estão bem próximas da realidade, e o jogo está fluindo de uma forma que ainda não havia sido alcançada em toda a história da série. A física da bola também está bem legal, e a bola interage diretamente com as condições do gramado, assim como acontece na vida real. A bola rola mais rápido com a grama curta e fica um pouco mais pesada em dias de chuva, por exemplo. Em todos esses aspectos, a evolução é notória.

Por falar em bola rolando, o sistema de passes, apesar de nem sempre ir “pro jogador que eu queria”, também está fluindo bem, e todos os dribles estão incrivelmente humanos. Nada robótico ou forçado. O único ponto que realmente me incomoda nesses aspectos é ver todo e qualquer jogador conseguindo dar carretilhas. Em um dia desses, dei uma carretilha até com o Cássio. Sério.

O jogo está bem divertido em todos os modos de jogo, e uma das gratas surpresas é ver a Master League voltar a ser empolgante. A edição do ano passado simplesmente não passava qualquer emoção, já que uma partida valendo título ou um amistoso tinha exatamente a mesma apresentação e era basicamente a mesma coisa, enquanto esse ano faz até um jogo da Pré-Libertadores ser a maior partida da temporada.

Além disso, foi implementado um sistema de entrosamento, chamado Team Spirit. Nele, o número de vezes que determinado time jogou junto afeta diretamente a movimentação dos jogadores e o comportamento do time em geral. É um sistema que faz você variar bastante a formação do time, pensando a longo prazo, e também te faz pensar duas vezes antes de sair contratando jogadores sem nenhum critério.

Apesar de todos os acertos, os erros também estiveram presentes. Os goleiros continuam umas amebas. Bem menos que no auge dos frangos inexplicáveis, que foi PES 2012, e um pouco menos do que em 2015, mas a falta de inteligência do guarda-redes ainda pode estragar várias partidas. E o seu dia. A melhoria do sistema de chutes também não ajuda muito nesse caso.

Outro grande problema é a atualização dos elencos. Claro que eu não esperava cegamente um jogo atualizadíssimo até o dia do lançamento do jogo, mas ver um jogo novo com o Robinho ainda no Santos dá uma impressão bem chata de descaso. Alguns jogadores também não estão licenciados, mas isso honestamente não é o maior incômodo.

Respondendo a pergunta que iniciou o review, o jogo supre parte das expectativas, mas infelizmente os defeitos impedem que o jogo seja excelente, e no geral é apenas um bom título. A esperança fica, novamente, para a próxima edição.

Review elaborado usando uma versão do jogo para PS4 fornecida pela Konami do Brasil.