Possessor(s) – Análise – Vale a Pena – Review

Possessor(s) é o tipo de jogo que não tem medo de abraçar o grotesco, o surreal e o emocional ao mesmo tempo. Criado pela Heart Machine, estúdio conhecido pela estética vibrante e animações impecáveis, o jogo chega como um Metroidvania 2D que mistura combate pesado, visual neon melancólico e uma história que te joga de cara em um mundo arruinado por forças demoníacas. Mas será que vale realmente a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.

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A trama começa com Luca, protagonista que presencia a morte de uma amiga enquanto a cidade é tomada por entidades demoníacas. No mesmo ataque, ela perde as pernas e acaba à beira da morte. É nesse cenário de desespero que surge Rhem, um demônio também ferido que propõe um acordo.

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Ele promete salvar Luca, substituindo suas pernas por estruturas improvisadas e dando a ela habilidades novas, desde que possa viver dentro do corpo dela. A relação dos dois se desenvolve de forma inesperada e cria um núcleo emocional interessante, já que nenhum dos lados confia totalmente no outro, mas ambos dependem dessa parceria para sobreviver.

Possessor(s) – Análise – Vale a Pena – Review

Toda a narrativa é reforçada pelo visual impactante. Possessor(s) não economiza no sangue, nos detalhes grotescos e na sensação de decadência total da cidade. Em contrapartida, os cenários são incrivelmente bonitos, cheios de brilhos e cores contrastantes, criando um choque visual muito forte entre o ambiente destruído e os momentos de memória que mostram como o lugar já foi cheio de vida. Esse contraste constante alimenta o clima de perda e melancolia e o jogo faz questão de te lembrar disso a cada novo trecho explorado.

Como um bom Metroidvania, Possessor(s) te joga em um mapa extenso, cheio de camadas e atalhos. A exploração é um dos pontos mais fortes da experiência. Novas habilidades surgem em um ritmo prazeroso, desbloqueando caminhos, atalhos e acessos que mudam completamente a forma como você enxerga cada região. A possibilidade de quebrar pisos frágeis, deslizar por espaços estreitos ou atravessar áreas usando ganchos muda a dinâmica de movimento de Luca e incentiva revisitar locais para encontrar itens ocultos que ampliam vida, energia e melhorias.

Apesar do mapa ser grande, o jogo consegue manter as áreas fáceis de navegar. Não é aquele tipo de Metroidvania que te deixa perdido sem rumo. Mesmo quando você não sabe exatamente qual caminho seguir, existe uma coerência nos ambientes que facilita a leitura e incentiva mais exploração. O transporte rápido ajuda bastante, mesmo que as estações não estejam tão próximas quanto poderiam. Ainda assim, boa parte da graça está justamente em revisitar locais, enfrentar novos inimigos no caminho e descobrir segredos escondidos.

Possessor(s) – Análise – Vale a Pena – Review

No combate, Possessor(s) aposta em peso e impacto. Cada golpe tem aquela sensação de travada rápida que congela a tela por milésimos de segundo, aumentando o peso das pancadas. Essa pausa curta cria um jogo de risco e recompensa e exige atenção constante, já que o mundo continua se movendo e os inimigos não esperam você terminar sua animação. É um combate onde cada erro custa caro, mas cada acerto é extremamente satisfatório.

A variedade de armas e equipamentos incentiva experimentação. Possessor(s) não usa sistema de níveis, então tudo depende de habilidade do jogador e da combinação de equipamentos escolhida. Itens aparentemente comuns podem virar ferramentas essenciais, como o famoso rato explosivo que funciona como controle de multidões ou o chicote que puxa inimigos e serve como gancho para atravessar áreas. O jogo recompensa quem testa, troca e adapta o estilo de luta ao inimigo ou ao desafio da vez.

O parry também tem destaque, é intuitivo e funciona muito bem, especialmente quando projéteis são disparados em sequência. Se você acerta o tempo do primeiro, os seguintes são refletidos automaticamente, abrindo espaço para contra-ataques estilosos. É um sistema que favorece ousadia e timing, mas sem punir tanto quanto outros jogos do gênero.

Possessor(s) – Análise – Vale a Pena – Review

Por outro lado, algumas escolhas de design podem incomodar. A dificuldade às vezes sobe demais sem aviso, principalmente em trechos longos cheios de inimigos resistentes. Os chefes são desafiadores, mas os corredores com hordas de criaturas costumam ser mais problemáticos que as lutas principais. Além disso, o chicote pode ser frustrante em momentos de precisão, já que ele insiste em agarrar caixas e objetos aleatórios em vez de ir direto no inimigo que você mirou.

Outro ponto negativo é a progressão. Como não existe indicador claro de qual caminho está liberado ou bloqueado pelas habilidades atuais, você pode acabar explorando áreas por longos minutos para só depois perceber que ainda não pode avançar mais. Essa sensação de bater cabeça é comum no gênero, mas Possessor(s) poderia ser um pouco mais claro nos momentos iniciais.

Mas e aí, Possessor(s) vale a pena?

Mesmo com esses problemas, Possessor(s) entrega uma aventura muito acima da média. Seu mundo distópico é fascinante, a relação entre Luca e Rhem é envolvente e o combate, quando encaixa, é viciante. O jogo mistura elementos familiares do gênero com ideias próprias e oferece algo fresco, desafiador e estiloso.

No fim, Possessor(s) não tenta ser o maior Metroidvania de todos os tempos, mas acerta forte onde importa. É intenso, criativo e cheio de identidade, daqueles que marcam pela ambientação e pela experiência de exploração. Para quem gosta do gênero e quer algo ousado, vale cada minuto.

Resumo para os preguiçosos

Possessor(s) mistura grotesco, emoção e exploração em um Metroidvania 2D cheio de estilo e identidade. A jornada de Luca e Rhem se destaca pelo visual forte e pelo combate pesado que recompensa precisão. Mesmo com picos de dificuldade e alguns tropeços de progressão, o jogo entrega uma experiência marcante e vale a atenção de quem curte o gênero.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Direção de arte
  • Personagens principais
  • Gameplay

Contras

  • Progressão confusa as vezes
  • Jogo é mais “truncado” e pode não agradar a todos isso
  • Picos de dificuldade aleatórios
Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.