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Pokémon X & Y – Review

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É muito difícil começar um review de Pokémon. Durante os anos, a franquia da Nintendo adquiriu praticamente o status de religião para muitos jogadores. Basta ver os comentários das postagens sobre Pokémon aqui no site, eles bombam. Bom, deixa eu começar dizendo o seguinte, Pokémon é o mesmo desde sempre, mas a série teria acabado em 1997 se realmente fosse isso. O jogo é cheio de “novidades familiares”, ou seja, ele evolui sem fazer grandes mudanças em seu gameplay. Pokémon X & Y poderia muito bem ter saído para o Game Boy Advance, nos gráficos de Ruby e Sapphire, mas não é disso que a série é feita.

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Você continua sendo um garoto ou garota de meia dúzia de anos que tem a missão de completar uma Pokédex (e descobrir o mistério da Mega Evolução, algo que você faz com umas 5 horas de jogo) que cada vez fica maior para um professor que está “velho demais para isso”, apesar de aparentar ter uns 30 anos. Diferentemente de outras versões, dessa vez você tem uma trupe de amigos, que competem com você de diversas maneiras, da tradicional rival de porrada até competição de Pokédexes.

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Pokémon X & Y se passa na região de Kalos, inspirada na França. Sim, a França, aquele país dos meus ascendentes, do pessoal que curte comer baguetes, não curte muito tomar banhos e tem uma Torre Eifel, sabe? Bom, você vai obviamente perceber essa influência nos primeiros diálogos, já que os NPCs do jogo largam uma palavra ou outra em francês no meio das palavras em inglês.

O jogo traz 69 monstros novos, além de ir bem mais direto ao ponto do que outras versões. Logo na primeira hora de jogo, você já vai ter ganho uma série de upgrades úteis que não vinham depois de algumas horas em outras versões, algo muito bem vindo tanto a veteranos quanto a novatos.

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Isso é bom e ruim ao mesmo tempo, uma das principais características que eu notei nesse jogo é: como ele é fácil. Isso não chega a ser ruim, claro, mas o sentimento de desafio durante a aventura principal do jogo é longe de ser o oferecido por versões mais antigas. Dar level up é uma barbada agora, você poderia terminar o jogo numa boa sem precisar enfrentar um Pokémon selvagem (e provavelmente virando o Hulk de tanto repel que o seu personagem vai passar), ganhando níveis apenas ao enfrentar treinadores (que também podem ser evitados de maneiras óbvias) e ainda assim chegar ao final do jogo tão ou mais forte do que os treinadores da Elite dos 4.

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Para facilitar a sua vida mais ainda, temos as Mega Evoluções, que adicionam um elemento novo na estratégia. Elas são atingidas ao se obter o item de Mega Evolução do Pokémon e um certo nível de afeto entre você e ele. O Pokémon não atinge um quarto estágio nisso, simplesmente toma esteroides até o fim da batalha e talvez ganhe um tipo novo. Isso torna a sua vida incrivelmente simples durante a aventura principal, e deixa o modo online mais interessante também.

Outra novidade é que Pokémon nunca esteve tão conectado. Você pode batalhar pessoas de todo o mundo a qualquer instante, trocar Pokémons com elas, ou simplesmente ficar enchendo o saco delas com o botão “NICE!”, algo perfeito para o pessoal do fundão da zueira.

Essa 100% conectividade do jogo oferece uma porrada de replay ao jogo, além de você finalmente conseguir chegar ao 100% da Pokédex (duvido que algum de vocês conseguiu isso num GameBoy de verdade e não no emulador hackeado). Nada mais do que o esperado numa era onde você pode compartilhar todo e qualquer peido que dá na vida real. Se for pra compartilhar algo útil, que seja aquele Eevee que tá dando sopa no seu PC, né?

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Bom, outra novidade do jogo que não pode deixar de ser mencionada é a personalização. Por causa desse gigantesco “jogando sozinho, mas acompanhado do resto do mundo”, agora sim há uma necessidade de você ter o seu próprio estilo. Como estamos na França, o país da moda, nada mais justo do que a região de Kalos ser povoada por uma porrada de boutiques.

Por falar em França, outra coisa que o jogo também herdou daquele país foram os Cafés. Nada de Starbucks em Pokémon, mas você vai ter mais lugares para visitar no jogo, onde será possível conhecer melhor a história do jogo, tanhar TMs e, mais importante de tudo, conhecer Pokémons novos, que não seriam acessíveis caso você não os adicionasse à sua Pokédex antes.

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Todas essas mudanças são complementos bem legais para o jogo, mas tem uma mudança que realmente me irritou, e eu imagino que não seja o único: a câmera do jogo. Por ser o primeiro Pokémon 3D de fato, a GameFreak resolveu alterar o esquema de jogo e, em alguns casos, ficou uma bela bosta. Quem já visitou Luminous City sabe do que eu estou fazendo. É fácil pra caramba se perder lá. Que bom que há táxis na cidade (que conseguem ser mais caros que os de São Paulo) para você poder chegar rápido ao local que você quer, pois eu já fiquei mais de uma hora batendo cabeça pelas ruas da cidade tentando achar onde diabos eu tinha que ir.

Há outros lugares em que a câmera do jogo também atrapalha, como em algumas cavernas. Eu sinceramente preferia que o esquema de câmera permanecesse o antigo, mas eu sou bem perdido e o meu senso de direção não é dos melhores, só que exatamente por ser 3D, seria legal se eles saíssem dos anos 90, onde não tinha como controlar câmeras de jogos 3D, e ingressassem nos anos 2010, onde nós podemos controlar a câmera do jogo.

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Por falar em 3D, eu não achei o 3D (efeito especial) tão legal assim. Eu nunca fui grande fã do 3D do 3DS. Fui fã dos jogos, isso é fato, mas o 3D nunca me apeteceu. O que eu realmente achei bom em Pokémon X & Y é a fidelidade dos Pokémons com os monstros dos animes e outros mais animados. Os monstros são realmente vivos e se expressam com ataques completos e não aquele velho efeito de garra que aparece na tela.

Apesar disso, vale a pena ressaltar que os gráficos do jogo sofrem diversos momentos de slowdown durante as batalhas, principalmente quanto dois Pokémons grandes estão se enfrentando. Preguiça da Game Freak ou limitações do hardware do 3DS? Como eu já vi jogos com gráficos melhores, acredito que seja o primeiro motivo e espero ver isso corrigido no inevitável Pokémon Z.

Outro ponto positivo para o jogo vai para a trilha sonora dele. Ela está muito bem executada, tanto dentro quanto fora das batalhas. Por falar nisso, a música de chefes de ginásio e afins é uma das melhores que eu já ouvi na série toda, Ficou realmente boa.

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Ainda há as hordas de Pokémon nas novidades. Volta e meia, você vai enfrentar 5 Pokémons de uma certa “raça” com níveis mais baixos do que o da área normal, adicionando um desafio novo ao jogo. É possível capturar apenas um Pokémon desses cinco, então às vezes é uma boa para capturar Pokémons mais facilmente, mas às vezes essas lutas são bem chatas.

Para completar as novidades, algumas mudancinhas bem sutis no gameplay como você ganhar experiência ao capturar o Pokémon são muito bem-vindas. O jogo realmente não te faz suar para evoluir seus monstros. Não há mais o chato e velho “grinding” (ficar na mesma área enfrentando trocentas lutas até você aumentar de nível) e sim uma verdadeira jornada, como o próprio jogo sugere.

Aliás, a jornada vai ser bem familiar às anteriores. Você ainda passa pelo corredor polonês de treinadores na frente da cidade querendo pegar seu pescoço, você ainda passa por matagais de Pokémon selvagens (e graças ao bom Deus nunca encontra um Zubat sequer pelas primeiras várias horas), ainda chega na cidade e resolve algum mistério antes de ter que enfrentar o líder do ginásio para fazer tudo isso (com leves variações) mais umas oito vezes, até chegar na elite dos 4, ganhar de todo mundo, virar o campeão e sair capturando os Pokémon que faltaram, inclusive os lendários.

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E falando de matagais cheios de Pokémons, eles realmente são cheios. O jogo nunca teve tantos Pokémons para você capturar. É possível ficar um bom tempo até capturar todos os monstros de uma área e ir para a próxima, afinal, sem exageros, há pelo menos 10 Pokémon diferente por rota, e isso sem falar no fundo do mar. A sua Pokédex nunca cresceu tão rapidamente.

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Falando em lendários, Pokémon X & Y oferece dois lendários: Xerneas e Yvetal, cada um exclusivo de sua versão. Depois de terminar o jogo, você ainda vai ganhar a áreas novas, como o Friend Safari, um safari diferente, onde você pode capturar Pokémons que não estão disponíveis na aventura principal. O safári funciona da seguinte forma: quanto mais Friend Codes você tem, mais áreas você pode capturar. Lá estão disponíveis inclusive os iniciais das gerações anteriores (falando nisso, um amigo me mandou um Squirtle que capturou lá hoje).

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Pokémon X & Y é uma aventura completa. O jogo oferece uma campanha de cerca de 20 horas, mas a diversão vai muito além disso. Você pode ficar meses jogando o jogo numa boa e ainda conseguir novidades, como Pokémons mais fortes, duelos com pessoas da Zâmbia e aquele Gengar Shinny lindo. O jogo pode não ser o melhor capítulo da série, mas é o mais completo e o meu favorito. Aqui não tem essa de “as gerações antigas são melhores”, cara, você ganha um Charmander (você escolheu um Charmander, certo?) com uma hora de jogo. O jogo tem seus defeitos, claro, mas a miríade de qualidades compensa. A Game Freak pode fazer o mesmo jogo desde 1997, mas ainda é imbatível nisso.

Resumo para os preguiçosos

Pokémon X & Y é uma aventura completa, divertido, repleto de conteúdo, novidades muito bem-vindas, um modo online simples e funcional e tudo mais que um novo Pokémon poderia receber. Vai ser difícil você não amar esse jogo.

Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Upgrades vêm bem rápido
  • Rivais competem conosco de formas diferentes
  • Mega evoluções
  • Jogar online e trocar Pokémons nunca foi tão simples e divertido
  • Várias localidades diferentes cheias de conteúdo
  • Personalização de personagem
  • Trilha sonora

Contras

  • Câmera
  • Vários slowdowns durante as batalhas
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.