Pipistrello and the Cursed Yoyo é o tipo de jogo que conquista à primeira vista os fãs de aventuras top-down clássicas, especialmente aqueles que sentem falta da era 16-bit. Desenvolvido pelo estúdio Brasileiro Pocket Trap, o jogo entrega uma mistura criativa de ação, exploração e quebra-cabeças ambientados em uma cidade inspirada no Rio de Janeiro, trazendo uma identidade única para o gênero.
A nostalgia é só o ponto de partida aqui. O grande diferencial do game está em como ele reinventa fórmulas consagradas ao adicionar mecânicas modernas, um sistema de progressão criativo e uma ambientação urbana que foge do clichê de florestas e templos antigos. Tudo isso sem abrir mão do charme retrô, com gráficos que lembram os melhores jogos do Game Boy Advance.
Em Pipistrello and the Cursed Yoyo, controlamos Pippit, um jovem morcego rico e mimado que sonha em ser mestre do ioiô. Sua jornada começa quando ele tenta conseguir mais mesada da tia, dona de uma poderosa empresa de energia. O problema? Um grupo está tentando roubar a alma da tia com um raio especial. Ao impedir o ataque, parte da alma dela acaba presa no ioiô de Pippit, e ele parte numa missão para recuperar os fragmentos perdidos.

A cidade serve como o grande mapa interconectado do jogo, com áreas que lembram shoppings, estádios e bairros urbanos. Cada canto esconde upgrades, inimigos e desafios, oferecendo aquela sensação de progressão típica dos bons jogos do estilo Metroidvania.
O jogo faz isso muito bem e explorar a cidade é extremamente prazeroso e gratificante, o mapa é muito bem montado e quando você menos espera já está completamente imerso na exploração.
A maior estrela de Pipistrello and the Cursed Yoyo é, sem dúvida, o próprio ioiô. Longe de ser só uma arma, ele funciona como ferramenta de locomoção e é essencial para resolver puzzles e acessar áreas antes inalcançáveis. Conforme novos truques são aprendidos, o jogador desbloqueia habilidades como correr sobre a água ou deslizar por paredes, tornando a exploração sempre empolgante e renovando ela constantemente, sem fazer você enjoar de estar jogando.
Destaque especial vai para o sistema de habilidades. Em vez de apenas comprar upgrades com moedas, o jogador precisa aceitar “contratos” que vêm com efeitos colaterais temporários – como menos vida ou dano reduzido – até pagar a dívida. Isso adiciona uma camada estratégica interessante e obriga o jogador a pensar bem antes de investir em uma habilidade.

Há também um sistema de insígnias no estilo Paper Mario, permitindo equipar bônus que alteram atributos e oferecem novas vantagens. Com pontos limitados para equipar, é preciso escolher bem sua configuração, e ainda é possível investir moedas para melhorar os efeitos ou reduzir o custo de cada insígnia.
Embora o jogo seja bem equilibrado no geral, há picos de dificuldade que podem surpreender. Seja um segmento de plataforma mais exigente ou combates desafiadores, essas seções podem quebrar o ritmo. Felizmente, Pipistrello and the Cursed Yoyo conta com um modo assistido altamente personalizável, permitindo ao jogador ajustar elementos como vida, dano e taxa de coleta de itens conforme sua necessidade.
Já visualmente falando, o jogo impressiona. Desde a introdução que simula um portátil retrô fictício até os gráficos que remetem ao Game Boy Advance, tudo exala estilo e personalidade. As cores vivas e o detalhamento dos cenários urbanos tornam a cidade um personagem à parte. E para os puristas, há opções como modo pixel perfeito e filtros CRT que reforçam ainda mais a estética retrô.
Mas e aí, Pipistrello and the Cursed Yoyo vale a pena?

Pipistrello and the Cursed Yoyo é facilmente um dos melhores jogos brasileiros de todos os tempos e um dos melhores jogos desse ano. Combinando elementos clássicos com inovação e ambientação urbana, o jogo prova que ainda há espaço para aventuras top-down cativantes. Se você é fã de jogos estilo Zelda ou adora uma boa jogabilidade retrô com frescor moderno, esse jogo é obrigatório.
Review elaborado com uma cópia para Nintendo Switch cedida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Pipistrello and the Cursed Yoyo é uma aventura top-down vibrante que mistura nostalgia 16-bit com inovação moderna, ambientada em uma versão fictícia e urbana do Rio de Janeiro. Controlando Pippit, um morcego rico e aspirante a mestre do ioiô, o jogador explora uma cidade cheia de segredos, habilidades e desafios em estilo Metroidvania.
Com um sistema criativo de progressão, visuais retrô estilosos e mecânicas únicas como contratos com efeitos colaterais e insígnias no estilo Paper Mario, o jogo se destaca como um dos melhores lançamentos brasileiros do ano.
Prós
- Sistema de progressão criativo
- Mapa bem feito
- Visual
- Ioiô
Contras
- Muitas vezes o jogo não acerta a mão na dificuldade, podendo ir de super fácil a super difícil em um instante