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Party Hard – Review

São 3 horas da manhã. Você quer dormir, mas uma festa na casa ao lado não deixa. A solução? Entrar escondido nela e matar todo mundo. Talvez isso não funcione na vida real, mas é o que acontece em Party Hard, jogo desenvolvido pelo estúdio polonês Pinokl e publicado pela Tiny Build.

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Em Party Hard, o jogador controla um assassino em série que odeia festas tanto quanto um vizinho de uma república de universitários. Ele cruza os Estados Unidos se infiltrando nelas para matar todos os seus participantes, um a um, enquanto foge de um detetive que deseja revelar sua identidade para acabar com a farra.

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Para isso, ele conta com a “ajuda” de sua inseparável faca, além de itens que podem ser coletados pelo cenário (como bombas de gás e de atordoamento) e armadilhas, como objetos que explodem após um certo tempo, armários que caem e esmagam pessoas próximas, bebidas envenenadas, e até coices de animais que fazem parte da decoração maluca das festas.

As festas são geradas “semi-proceduralmente”; ou seja, possuem 2 ou 3 configurações diferentes que se alternam aleatoriamente a cada tentativa. Isto influencia tanto na quantidade de vítimas, quanto nas posições das armadilhas e dos itens disponíveis no cenário. Também é possível chamar “convidados especiais” pelo telefone, que podem matar ou distrair os “festeiros”.

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Mas não pense que é só entrar no local e sair esfaqueando todo mundo sem pensar. Party Hard exige um certo nível de estratégia e cuidado, pois, ao ver algum corpo ou ouvir uma explosão, as pessoas ficam nervosas, entram em pânico, e correm chamar a polícia. Escapar dela não é fácil, já que o policial é muito mais rápido, e a barra de energia do assassino se esgota facilmente. Ser pego pelos seguranças ou pela polícia dá “game over”,  fazendo a festa recomeçar com todo mundo vivo de novo.

Na campanha principal, são 12 festas com diferentes temáticas, entre elas alguns temas clássicos como universitário, halloween, reveillon, e até churrasco. Todas são muito animadas, vivas e cheias de detalhes. Há vários tipos de personagens (gente de bíquini, de roupa social, de cowboy, e até ursos de colar e óculos escuros), além de muitas referências à filmes e jogos. As pessoas se movimentam de maneira aleatória por todos os cantos da casa, obrigando o assassino a também ter que parar e dançar um pouco para distraí-los.

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Entre uma festa e outra, a história é contada em pequenas cutscenes que mostram a perseguição do detetive John West ao psicopata das festas. A dublagem (e a própria história) são inspiradas nos filmes policiais dos anos 80, com aquele tom de voz clássico de bad cop de filme B. Apesar de simples, a narrativa consegue ser interessante, mas nada muito surpreendente.

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A dificuldade aumenta conforme a campanha a avança. Há menos lugares para se esconder, menos atalhos para entrar e sair das festas e menos armadilhas disponíveis. Mas o que era para ser um incremento no desafio, acaba tornando o jogo mais chato e cansativo. Há, consequentemente, menos opções de estratégias, e as ações vão se resumindo a tentar atrair as pessoas para algum lugar, ou esperar que elas passem por ali para serem esfaqueadas. Isso causa uma sensação estranha de “alívio” ao completar uma fase trabalhosa e ver os inúmeros corpos espalhados pelo local, enquanto seu personagem dança feliz no meio da tela.

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Outro problema que prejudica a experiência de Party Hard são os bugs. Algumas vezes o assassino pode ficar preso em atalhos do mapa, obrigando o jogador a reiniciar toda a fase. Em outras, os participantes da festa bugam de maneira esquisita, formando uma fila enorme atrás de um outro participante, que o fica seguindo por um bom tempo. Estes bugs não são frequentes, mas podem ocorrer em momentos importantes do jogo, causando uma enorme frustração no jogador.

A trilha sonora, em compensação, é excelente. São 12 músicas eletrônicas, uma para cada festa, que misturam ritmos de dubstep com faixas mais caraterísticas dos anos 80, cheias de “tecladinhos” e sintetizadores. Não foram poucas as vezes que me peguei prestando mais atenção na música do que no próprio jogo.

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A campanha principal pode ser completada em 7 horas ou menos, dependendo da habilidade do jogador no game, mas os desenvolvedores já disponibilizaram mais conteúdo – e o melhor, de maneira gratuita. A atualização “After Party” adicionou 7 novas festas, ainda mais malucas que as originais. Também há suporte ao Steam Workshop, com um editor de mapas para os próprios jogadores criarem suas festas, além de 5 personagens desbloqueáveis, cada um com uma jogabilidade própria.

Party Hard guarda algumas semelhanças com Hotline Miami, principalmente no visual e na trilha sonora – mas é só. A jogabilidade é completamente diferente, mais devagar e mais estratégica. Isto funciona no começo, mas logo se torna cansativa e repetitiva. Em compensação, a trilha sonora é excelente, e os desenvolvedores continuam trabalhando em melhorias e conteúdos gratuitos para todos os jogadores. É uma daquelas festas em que cabe todo mundo, mas nem todos vão se divertir (ou sair vivos, no caso das pessoas do game).

Resumo para os preguiçosos

Party Hard guarda algumas semelhanças com Hotline Miami, principalmente no visual e na trilha sonora – mas é só. A jogabilidade é completamente diferente, mais devagar e mais estratégica. Isto funciona no começo, mas logo se torna cansativa e repetitiva. Em compensação, a trilha sonora é excelente, e os desenvolvedores continuam trabalhando em melhorias e conteúdos gratuitos para todos os jogadores. As festas são vivas, bem animadas e cheias de referências. Apesar da dublagem não ser muito inspirada, ela é propositadamente “ruim”, lembrando filmes policiais dos anos 80, o que ajuda a diminuir um pouco a temática pesada do game (assassinato de pessoas inocentes em festas). Party Hard é uma daquelas festas em que cabe todo mundo, mas nem todos vão se divertir (ou sair vivos, no caso das pessoas do game).

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Nota final

65
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Trilha sonora excelente
  • Festas bem animadas, cheias de detalhes e referências
  • Completar as fases requer cuidado na execução, além de estratégia e bom planejamento

Contras

  • Jogabilidade não muito fluída
  • Fases finais se tornam cansativas e repetitivas
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Diego Melo
Diego Melohttp://criticalhits.com.br
Diego Melo é graduado em jornalismo pela Unesp de Bauru. Gosta de joguinhos eletrônicos desde que se entende por gente. Prefere o PC, mas não deixa de jogar em seu New 3DS, PS3, e Xbox One de vez em quando.