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P·O·L·L·E·N – Review

Quando uma nova tecnologia fica disponível no mercado, consumidores ávidos pro novidades acabam correndo para gastar suas economias e experimentar novas sensações nunca antes sentidas. Com a Realidade Virtual não poderia ser diferente, afinal de contas, é algo que todo jogador já sonhou em experimentar em algum momento da sua vida.

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Mas do que adiantar um novo console, sem os jogos? Nada. E do que adianta ter o equipamento de VR sem ter onde experimentá-lo? Nada também. Pra explorar o hype do momento, algumas desenvolvedoras estão aproveitando a oportunidade para lançar jogos compatíveis com a nova tecnologia, tentando conquistar o consumidor com uma nova premissa de jogabilidade e ganhar um dinheiro extra com os entusiastas da realidade virtual. É uma pena que isso venha acontecendo, e logo vou te dizer o por que.

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P.O.L.L.E.N é um jogo com proposta interessante. Ambicioso, apresenta um enredo elaborado mas pouco explorado. Mostra o não acontecimento de alguns dos principais fatos último século e o não acontecimento da Guerra Fria. Devido a isso, as potências mundias que antes disputavam poder, uniram-se resultando em um salto tecnológico capaz de levar o homem à explorar novos planetas, luas e asteroides.

Você encarna um personagem sem novo enviado até uma lua de Saturno com o objetivo de resolver alguns problemas técnicos. Chegando lá, você descobre que algo muito errado esta acontecendo tanto com a base, quanto com a equipe, e é ai que o jogo parece se confundir completamente.

A sensação que tive foi de que a pessoa responsável pelo roteiro foi mandada embora no meio do projeto. Algo que tinha tudo para ser interessante torna-se sem graça e confuso num piscar de olhos. O jogo não oferece uma interface que auxilie você a entender o que esta acontecendo, nem a identificar certos itens que por ventura você acaba coletando automaticamente, aparentemente, sem sentindo nenhum.

Fotos, fitas e registros visuais podem ser encontrados pelo meio do caminho, mas só são interessante àqueles jogadores que pretendem entender o que esta acontecendo. Alguns deles podem dar dicas interessantes, mas nada que vá ajudar na sua jornada. Como não sabia o que fazer, perdi cerca de uma hora andando de uma lado para o outro tentando encontrar um objetivo ou algo que me tirasse daquele pequeno mapa, mas não tive muito sucesso.

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Ao tentar entender um pouco melhor a história, descobri que a estação era responsável por realizar testes biológicos com plantas, e que as “abelhas” começaram a se manifestar de modo estranho e a produzir uma substância desconhecida. Entrar em contato com essa substância faz com que você de um salto temporal, sendo transportado entre o que imaginasse ser o presente, e o futuro. Grande ideia, pena que novamente foi mal executada.

P.O.L.L.E.N tenta conquistar o jogador pelos motivos errados. Apresenta gráficos bonitos e um sistema de interação com o cenário muito interessante, entretanto, o jogo peca na forma como tenta prender o jogador, já que dificulta propositalmente o andamento e o entendimento do enredo, obrigando-o a vasculhar um recinto cheio de escombros, no escuro, atrás de algo que lhe sirva de alguma coisa. Talvez seja interessante para quem tenha acesso à VR, mas jogar no PC foi realmente chato.

O game também parece não se decidir se vai apresentar elementos de terror, ou não. Em alguns momentos eu jurava que ia ser atacado por alguma coisa, mas não fui. O maior desafio que tive enquanto jogava P.O.L.L.E.N foi tentar abrir uma porta manualmente, no escuro, sozinho, e sem nenhum tipo de ajuda ou orientação.

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Quando finalmente achei que estava chegando a algum lugar, o jogo terminou. Sim, ele é realmente curto. Fui dar uma pesquisada no Youtube e percebi que existem jogadores chegando ao final do game em apenas 26 minutos, e vocês não imaginam a raiva que senti por ter dedicado quase 3 horas para chegar até o fim.

Novamente, tive a sensação de que o jogo sofreu cortes de orçamento e por isso foi lançado sem a maioria dos elementos que pretendia. Outro detalhe que me fez acreditar piamente nisso são os problemas de colisão e a tradução de legendas para português, que dão a impressão de terem sido realizadas diretamente no Google Translate. Se não bastasse, elas constantemente ultrapassam os limites da tela, impedindo que o jogador leia tudo até o final.

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E o que isso tem a ver com o VR? Tudo. Nunca antes na história da industria dos games tivemos lançamentos simultâneos de tantos “Walk Simulators” como nos últimos meses. Não me entenda mal, eu gostei bastante do que vi em Firewatch e ADR1FT, mas P.O.L.L.E.N falha justamente por acreditar que pode ser um bom jogo oferecendo um gameplay monótono, problemático, curto, repetitivo e difícil só por que a realidade virtual vai proporcionar uma maior sensação de imersão. Além disso, acredito que a realidade virtual tenha que servir para potencializar a experiência a qual já estamos acostumados, não criar um novo segmento de games mais simples e que não se encaixem no que já nos é habitual.

Por fim, P.O.L.L.E.N não é de todo ruim e pode acabar agradando alguns jogadores. Acredito que um patch de correção de bugs já ajude bastante, mas não acredito que um jogador padrão que jogue sem VR possa ver muita graça nesse jogo. Pra mim foi realmente uma decepção, pois esperava muito mais desse título indie que prometia ser uma mistura de SOMA com Firewatch. P.O.L.L.E.N não vale o preço da Steam, na minha sincera opinião.

Resumo para os preguiçosos

P.O.L.L.E.N é um jogo monótono que aposta na imersão proporcionada pela Realidade Virtual para agradar. Aposta tanto nisso, que vários elementos do jogo parecem ter sido deixados de lado devido a crença no poder da VR. Repetitivo, curto e monótono, o game é como um Walk Simulator nos trilhos, que poda a liberdade do jogador obrigando-o a vascular o cenário atrás de itens e informações ao invés de apresentar novos cenários com objetivos mais criativos e empolgantes. Decepcionante é a palavra certa para definir esse jogo.

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Nota final

45
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bons Gráfios
  • Suporte à VR

Contras

  • História curta
  • Enredo Fraco, monótono e repetitivo
  • Bugs de colisão
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1 COMENTÁRIO

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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.