One Piece: Pirate Warriors 3 – Review

É inegável que One Piece tem sido um sucesso desde sua primeira aparição em 1997, mas será que seu mais recente jogo , Pirate Warriors 3, vai continuar com esse sucesso? É o que vamos saber.

Fazendo uma breve apresentação sobre a história, quando Gol D. Roger é executado e dá início à Grande Era dos Piratas, o jogo começa 10 anos antes do início da aventura, quando Luffy recebe seu chapéu de palha e faz a promessa de se tornar o novo Rei dos Piratas. Sem enrolações, o jogo já te leva para o combate enquanto ensina alguns comandos básicos como golpes, combos e ataques especiais.

A quantidade de inimigos para você socar a cara chega a ser absurda, sendo que em cerca de 10 minutos e ignorando alguns, eu já havia derrotado mais de 3 mil inimigos em uma partida só. Além disso, os mapas são bem extensos e com partes bem espaçosas, dando liberdade para descer a porrada em todo mundo sem medo de estar em um espaço limitado, o que é certamente bom visto a quantidade de inimigos na tela.

Apesar do tamanho do mapa, em alguns momentos o mesmo chega a ser confuso, fazendo com que eu corresse na direção errada ou chegasse em alguma parte bloqueada, me obrigando a voltar e tentar achar o caminho correto. Seu objetivo é basicamente o mesmo: correr, lutar, capturar territórios, derrotar capitães, correr, lutar, capturar territórios e por aí vai, trazendo um ar de repetição ao jogo. Vale ressaltar também o baixo nível de dificuldade, caso você queira ter um desafio à altura, então é melhor selecionar uma dificuldade a partir do hard, já que no modo normal alguns inimigos sequer levantam a mão para te atacar. Sério.

Além disso, foram poucos cenários realmente fiéis ao anime/mangá, mas isso deve ser levado em consideração já que o jogo precisa de alguns cenários espaçosos para você poder correr e lutar, mas a fórmula não fica muito bem aplicada em alguns lugares específicos da história original e fãs da série se identificariam com isso. Além do mais, os personagens não seguem as mesmas roupas que são usadas em determinados arcos do mangá. Isso não deveria ser um problema, mas para aqueles fãs mais exigentes como eu, seria algo legal de se ver, pois mostraria que o estúdio foi atento aos detalhes mas parece que apenas tiveram de preguiça de desenhar os demais figurinos. Ainda assim, há um ou dois figurinos adicionais para cada personagem e que podem ser selecionados sem maiores problemas.

A fórmula de combate é simples, com variações de combos que usam apenas dois botões e outro sendo reservado para os ataques especiais. A novidade em Pirate Warrios 3 fica por conta da implementação do Kizuna System, que permite que o jogador execute combos mais poderosos por um curto período de tempo ou mandar um ataque devastador junto com os personagens de suporte. E quando falo isso, é porque você pode chamar de 1 a 4 personagens para realizar um ataque podeoso de uma vez só e que pode derrotar centenas de inimigos em segundos. É uma implementação interessante e que pode ser usada contra bosses, mas depois de um certo tempo os golpes começam a ficar repetitivos e perdem sua graça.

Entre os modos de jogo estão o Legend Log, que conta a história original de One Piece onde você pode escolher entre os membros da tripulação de Luffy para jogar, o Free Log que é basicamente a mesma coisa que o Legend Log, com a diferença que você pode escolher qualquer personagem para jogar e o Dream Log, que te coloca a frente de diversos desafios a fim de obter bellies para subir seus personagens de nível, moedas especiais que aprimoram atributos como saúde, defesa e etc e também desbloquear outros novos personagens para serem jogados.

Há também um modo online, mas diferente de outros jogos onde os jogadores são colocados uns contra os outros, em Pirate Warriors 3 você pode ajudar outro jogador em apuros em alguma parte da aventura ou simplesmente descer a porrada junto com alguém apenas por diversão. Além disto, se o jogador em apuros for você, outros jogadores podem entrar no seu jogo para irem salvar sua pele. Há também a possibilidade de jogar em split-screen com algum amigo presente, mas no caso do PC, o recurso online ficou de fora e deu lugar somente a este modo. É uma opção divertida caso você não goste ou tenha se cansado de jogar sozinho, já que jogar com amigos é sempre melhor. A quantidade de personagens para serem usados é enorme, quase chegando aos 40 sem contar aqueles que são usados apenas como suporte.

O jogo em si tem alguns detalhes que falham com a fidelidade da história original, como personagens que são usados sem nem mesmo pertencerem àquela parte da história ou outros que não apareceram, como no caso do último capítulo onde Doflamingo deve ser derrotado mas nenhum de seus oficiais sequer é citado dentro do jogo. Está certo que o arco de Dressrosa ainda não foi concluído, mas a ausência de alguns personagens essenciais e as lutas que mais merecem destaque é algo que não pode passar sem ser notado. Alguns momentos do humor característicos do mangá/anime também estão ausentes, assim como as legendas em português que haviam sido citadas para o jogo mas depois desmentidas pela própria Bandai Namco , o que com certeza causou um certo descontentamento para os fãs e para aqueles que não falam inglês.

Vale a pena desembolsar R$ 230 no jogo? A resposta claramente é não. Não somente pelo absurdo cobrado, e sim porque o jogo não oferece tanto conteúdo para ter um preço tão elevado. Fora os problemas que todo jogo tem, Pirate Warriors 3 é sim um jogo bonito, com gráficos fiéis ao mangá, jogabilidade simples e uma trilha sonora que, mesmo sentindo falta da clássica trilha sonora do anime, também se enquadra bem dentro do jogo. Alguns fãs assim como eu podem sentir falta de elementos chave dentro do jogo, mas ainda assim vale a pena arriscar (mas seria melhor aproveitar uma promoção).