Octopath Traveler 2 vale a pena? Análise – Review

Octopath Traveler 2 foi lançado recentemente pela Square Enix para Nintendo Switch, PC, PS4 e PS5 com um grande desafio: mostrar que consegue evoluir a fórmula do jogo original e não ser apenas mais um RPG que acaba ficando maior do que deveria por causa do grinding excessivo. Será que essa sequência consegue?

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Em Octopath Traveler 2, você conhece a história de oito personagens diferentes. Cada um deles tem um arco e uma série de objetivos que inicialmente não se conectam aos outros personagens do seu grupo. Assim como em seu antecessor, conforme a história vai se desenrolando, essas histórias vão aos poucos se conectando, até o capítulo final, após a conclusão de cada um dos quatro capítulos desses personagens, onde esses destinos ficam completamente interlaçados mesmo.

No jogo, você conhece a história dos seguintes personagens: Ochette, uma caçadora que está procurando por três bestas lendárias. Cassiti, uma Apotecária que perdeu a própria memória e que está tentando descobrir quem ela é. Thorné, uma ladra que está buscando vingança. Osvald, um estudioso que também busca vingança e limpar o próprio nome. Partitio, um mercador que está viajando o mundo tentando fazer dinheiro e corrigir uma injustiça que aconteceu na terra natal dele. Agnea, uma dançarina que almeja ser uma estrela conhecida nos palcos do mundo todo. Temenos, um clérigo que está sendo perseguido pela própria congregação dele, e finalmente Hikari, um guerreiro e filho de um Rei que está tentando salvar o próprio reino da ganância de membros da família dele.

Cada uma dessas histórias se desenvolve em diferentes partes do mundo, e a ideia é você ir jogando os capítulos 1 de todo mundo primeiro, depois o capítulo 2 dos personagens cujos níveis forem menores e ir avançando naturalmente o jogo sem precisar perder tanto tempo assim upando personagens cujos níveis estejam mais baixos do que o recomendado. Ainda assim, a exemplo do primeiro jogo, será necessário um pouco de grinding conforme você avança nele.

No fim das contas, o capítulo 1 de cada personagem leva mais ou menos uma hora para ser concluído. Já o 2, leva mais ou menos uma hora e meia a duas. Depois disso, do três pra frente, você leva umas duas ou duas horas e meia entre viajar de uma cidade pra outra até o final do capítulo. Às vezes pode levar menos tempo se você der sorte de apenas um dos personagens estar abaixo do nível recomendado do capítulo e ele ser carregado pelos outros, mas também é importante lembrar que como estamos falando de oito personagens, cada um desses tempos deve ser multiplicado por oito, então Octopath Traveler 2, a exemplo do seu irmão mais novo, leva pelo menos umas 60 horas para ser concluído.

Nesses capítulos, você passa uma parte do jogo assistindo às conversas e histórias de cada um dos cenários. Os diálogos costumam ser bem escritos e as histórias envolvem temas que não são tão comuns assim em JRPG, até mesmo passando por temas como escravidão, tortura e morte de crianças. Depois das cutscenes iniciais de cada capítulo, você deve usar as habilidades do protagonista do capítulo pela cidade em que você se encontra. Uma novidade de Octopath Traveler 2 é que cada personagem possui duas habilidades agora, ao invés de uma. Um exemplo disso é Hikari, que de dia pode desafiar pessoas para duelos e de noite pode subornar pessoas para receber informações sobre o objetivo atual dele.

Mesmo fora dos capítulos, você ainda pode usar essas habilidades em outras pessoas espalhadas pelos cenários e cidades do jogo, seja para obter itens, habilidades e assim por diante. Além disso, trocar o cenário de dia para noite é simples, você só precisa apertar um botão e o jogo avança tudo em tempo real.

Além dos capítulos em si, o jogo apresenta uma quantidade bem grande de conteúdo extra, com dungeons especiais onde você enfrenta inimigos muito fortes para ganhar grandes recompensas, classes secundárias que podem ser desbloqueadas em certos pontos do mapa. Aqui inclusive temos outra diferença em relação ao primeiro jogo: ao invés de você ter as classes secundárias dos seus personagens, há classes novas aqui, então a possibilidade de aumentar a versatilidade dos seus personagens aumenta bastante.

A exemplo de outras franquias da Square Enix como Final Fantasy, você não precisa ter jogado o primeiro jogo da série para entrar de cabeça nesse mundo, e os mapas dos jogos também são completamente diferentes. Apenas alguns elementos do universo se conectam, como as classes dos oito personagens principais, que apesar de serem iguais às do primeiro jogo, apresentam novas habilidades, às quais falaremos a seguir.

O sistema de combate de Octopath Traveler 2 se manteve quase que o mesmo do jogo original. Cada classe tem proficiência em alguns tipos de arma e às vezes magia para causar dano nos adversários e ir quebrando as defesas deles para que você consiga causar mais dano. Além disso, você ganha pontos que podem ser gastos para atacar mais vezes num turno, ou aumentar o poder das suas habilidades, como causar muito dano num golpe, aumentar a quantidade de turnos que um buff opera num personagem ou curar mais vida com uma habilidade curativa.

A grande novidade no sistema de combate do jogo são as habilidades especiais de cada personagem, que funcionam semelhante aos Limit Breaks de Final Fantasy, onde você tem uma nova barra que vai subindo conforme você ataca e usa habilidades e que garantem alguma vantagem na hora que são usadas. Novamente, cada personagem tem sua habilidade em especial, como Hikari, que pode causar muito dano, ou Agnea que pode usar suas danças em todos os personagens ao mesmo tempo.

Outro ponto a se ressaltar do combate de Octopath Traveler 2 é que você pode ser pego completamente de surpresa se estiver mal preparado nas lutas, principalmente nos chefes do jogo, já que ter um grupo que possa colocar pressão na barra de defesa dele constantemente é essencial, e se você chegar nele com apenas um personagem que consiga fazer isso, a morte é quase certa. Dessa forma, o jogo te incentiva a não usar sempre um grupo favorito com apenas um personagem que vai rotacionando, e sim variar os grupos para ser o mais versátil o possível.

No fim das contas, o combate do jogo é bem divertido e eu gostei das evoluções naturais que a Square Enix colocou nele. Ela não tentou reinventar a roda, apenas aperfeiçoar o que já era bom, mas que claramente precisava de mais alguma variação para que as sessenta horas de jogo não ficassem maçantes, e foi exatamente o que foi trazido aqui. Com as classes novas e as novas técnicas, mesmo quem já jogou o primeiro jogo da série vai precisar repensar estratégias não cair na tentação de só ficar atacando sempre da mesma forma.

Graficamente, Octopath Travelver 2 é mais um belíssimo jogo a usar o estilo de arte 2D HD desenvolvido pela Square Enix. Os gráficos do jogo realmente são um dos pontos altos, e os efeitos especiais e animações realmente ficaram muito bons. Dá gosto de ver o jogo em movimento.

A trilha sonora de Octopath Traveler 2 é muito boa também, e a dublagem do jogo também é excelente. Só é uma pena que, a exemplo do jogo anterior, este também não veio nem com legendas em português, algo fundamental para quem não tem domínio do idioma inglês entender o desenrolar do enredo.

Mas e aí, Octopath Traveler 2 vale a pena?

Octopath Traveler 2 traz uma série de evoluções a conceitos já estabelecidos do primeiro jogo, aumentando a variação do gameplay e assim corrigindo uma das principais críticas que este havia recebido.

Combinado isso a uma forte história, personagens carismáticos, belíssimos gráficos e uma trilha sonora incrível, Octopath Traveler 2 tem tudo para estar na lista de melhores RPGs do ano de todo mundo que der uma oportunidade ao jogo. O único ponto negativo de verdade para ele é o fato do jogo não ter vindo com legendas em português, o que infelizmente priva uma quantidade importante de jogadores brasileiros de aproveitar este ótimo jogo em sua plenitude.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch fornecida pela publisher. Jogo disponível para PC, PS4, PS5 e Nintendo Switch.