Desenvolvido pelo mesmo estúdio responsável pela série Guacamelee, Nobody Saves the World é um RPG de ação inspirado pelos capítulos originais da série Zelda. No papel de um literal ninguém, o jogador se vê como o único capaz de acabar com uma grande ameaça que conseguiu derrotar até mesmo o maior mago do reino.
Para conquistar esse objetivo, você conta com os poderes mágicos de uma varinha bem especial. Ela dá ao protagonista o poder de transformar seu corpo em 15 formas distintas, cada uma trazendo características de poderes próprios que vão ser essenciais para vencer os desafios que surgem pela frente.
A evolução em uma forma serve tanto como pré-requisito para destravar outras quanto como uma fonte de alimentar os diferentes poderes do protagonista. Não demora muito para você descobrir que pode otimizar sua build combinando poderes com características elementais bastante variadas — essenciais para vencer os inimigos e chefes.
Isso porque, no mesmo ritmo que você vai destravando novas formas de Nobody Saves the World, seus oponentes também desenvolvem resistências e fraquezas. Assim, a cada novo dungeon explorado é bom estar pronto para alternar rapidamente seus poderes — ou ter uma leva complementar deles de prontidão — para não travar em algum momento.
Além se aventurar por uma série de labirintos temáticos (que se formam de maneira aleatória), você também vai encontrar um mundo aberto repleto de NPCs e barreiras. Muitas dos personagens encontrados vão propor missões com diferentes dificuldades e recompensas, e vale a pena dedicar seu tempo a eles.
Da mesma forma, é bastante recompensador anotar locais do mapa pelos quais você não consegue passar durante sua primeira visita. Quando você finalmente consegue a habilidade necessária para vencer essas barreiras, as recompensas que se apresentam atrás delas geralmente compensam o esforço de exercitar a memória.
Independentemente da ordem que você quiser encarar os desafios de Nobody Saves the World, uma de seus constantes é o foco no combate. Enquanto em outros jogos isso podia resultar em algo positivo, isso não acontece no trabalho da Drinbox. Isso acontece graças às diversas formas que o jogo oferece e o estímulo que ele dá à evolução constante delas.
Cada forma destrava vem acompanhada de pequenas missões, como matar certa quantidade de inimigos explorando uma fraqueza ou quebrar certa quantidade de vasos, por exemplo. Isso ajuda a tornar as atividades “normais” do jogo mais recompensadoras, ao mesmo tempo em que estimula sair da zona de conforto para testar ataques com os quais você não está acostumado.
Ao mesmo tempo, nem tudo é positivo no jogo. Não é incomum se deparar com alguns saltos de dificuldade inesperados, fazendo uma run por um dungeon terminar de maneira um tanto injusta. Da mesma forma, o estilo de humor da aventura é muito daquele tipo que acerta tanto quanto erra.
Assim, quem não está preparado para encarar comentários bobos ou um pouco “sem noção” pode se sentir afastado da história do game. No fim das contas, esse não foi um elemento que chegou a me irritar, mas ficou aquela sensação de que os desenvolvedores forçaram demais em alguns momentos.
Mas e aí, Nobody Saves the World vale a pena?
Bastante diferente da série Guacamelee, Nobody Saves the World mostra que a Drinkbox consegue acertar em outros estilos, sem perder sua personalidade. Com um sistema de gameplay viciante e muitas formas para descobrir, esse é um RPG de ação ideal para quem procura algo mais casual e focado em sistemas viciantes.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PC comprada pelo redator. Jogo disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e Nintendo Switch.
Resumo para os preguiçosos
Nobody Saves the World é um RPG de ação repleto de formas distintas para descobrir e poderes para desbloquear. No papel de um transmorfo, cabe ao jogador explorar o mundo descobrindo novas habilidades, derrotando inimigos e encarando NPCs com um estilo de humor peculiar. Fora alguns picos de dificuldade estranhos, o game oferece doses constantes de diversão.
Prós
- Muitas formas para descobrir
- Sistema de gameplay viciante e difícil de dominar
- Visuais estilizados muito bonitos
Contras
- Picos de dificuldade podem incomodar
- O humor nem sempre acerta na intensidade
- Alguns crashes pontuais no PC