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No Man’s Sky – Review

No Man’s Sky é um dos jogos mais aguardados dos últimos anos. O amor dos jogadores pelo game surgiu praticamente quando o jogo foi revelado há alguns anos e, depois de alguns atrasos e muito, mas muito hype, o jogo está aqui. Será que ele consegue entregar o que prometeu? É o que vamos descobrir hoje.

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Em No Man’s Sky, você é um explorador planetário que começa o jogo com a sua nave quebrada. Sua primeira grande missão dentro do jogo é reparar o próprio equipamento e sair do planeta, apesar de explicar isso de uma forma extremamente mal executada. Basicamente, você é largado no planeta e deve descobrir as coisas por si só, enquanto tenta não morrer para as sentinelas que operam no planeta e que provavelmente vão te matar nas primeiras vezes que você der de cara com elas porque você não faz a mínima ideia de como enfrentá-las.

Boa parte do começo do jogo é uma grande estranheza com o mundo do game. O que você faz nele? Você não sabe e não te contam. Como você sai daqui? Você tem algumas direções no canto da tela, mas não muito mais do que isso. Logo, você começa a aprender os primeiros detalhes do jogo, e tudo começa fazer um pouco mais de sentido, mas infelizmente, No Man’s Sky raramente é claro com o que quer de você, e você provavelmente vai perder um bom tempo inicial tentando entender onde você está, o que você deve fazer e principalmente: como não perder um tempo gigantesco tentando entender tudo isso.

Eu sou uma pessoa que odeia perder tempo, seja dentro de jogos, seja na vida, logo, esse começo me desagradou. A falta de um tutorial tradicional, ou minimamente explicatório, é um grande problema, porque não tem como colocar de outra forma: o começo do jogo é muito chato, e você provavelmente vai ficar quase 2 horas nesse começo enquanto tateia no escuro e tenta entender mais ou menos o que você tem que fazer para primeiro sair do planeta, e depois sair da galáxia em que você se encontra.

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Para isso, você basicamente tem que minerar recursos espalhados pelo planeta. No começo, você deve fazer isso para consertar os itens do seu inventário. Após isso, é para abastecer a sua nave, seja para conseguir sair do planeta, seja para viajar de uma galáxia para a outra. Os recursos que você acumula em No Man’s Sky são bastante escassos por um simples motivo: o seu inventário é extremamente limitado. Praticamente toda vez que você entrar num planeta, você vai acabar tendo que reabastecer em alguma coisa, seja em plutônio (que é muito útil para combustível tanto da sua nave, quanto da sua arma e do seu traje) seja em erídio (que volta e meia acaba e é mais demorado de se encontrar por aí). Essa tarefa não chega a ser chata por si só, mas logo, você vai estar querendo avançar logo no jogo ao invés de ter que ficar repetindo os mesmos processos a cada 20~30 minutos, e essa rotina acaba sendo chata.

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Quando eu digo que o seu inventário é limitado, eu não estou exagerando ou reclamando de barriga cheia, logo você vai notar que o seu inventário do seu personagem está cheio, assim como o da sua nave. O problema é que todo planeta do jogo é cheio de itens para você pegar, e alguns deles não são itens que possam ser acumulados, como os elementos químicos do jogo, e sim artefatos, que servem para serem vendidos por créditos do jogo, e logo você não vai conseguir pegá-los, ou vai ter que começar a descartar certos elementos para ficar com eles. Ok, alguns desses elementos são facilmente obteníveis, como Carbono e Ferro, mas ainda assim, se você está planejando uma viagem espacial, uma mochila maior teria que ser o primeiro item da lista de viagem.

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Uma grande pergunta que eu tinha quando vi No Man’s Sky era: “mas o que você faz dentro do jogo?”. Basicamente, a resposta é: viaja. O jogo acaba sendo uma grande repetição de alguns passos: coletar recursos para viajar para o próximo planeta/galáxia, fazer contato com NPCs do jogo e ganhar alguma tecnologia que você precisa para a próxima viagem, ir até um planeta para pegar os recursos necessários para fabricar esse item, descobrir que você tem que ir até um posto comercial para comprar um item que você não sabe fabricar, finalmente fabricar o item, ir até a próxima galáxia, receber um novo objetivo e repetir os passos anteriores. Basicamente, essa é a sua missão em No Man’s Sky, e ela é chata.

Aliás, chato é o que descreve esse jogo com mais precisão para mim. O jogo é uma grande inércia chata. Você está jogando porque as tarefas em si não são tão chatas assim, mas também não chegam a ser legais. É possível ficar várias horas dentro do jogo repetindo os mesmos passos, mas sinceramente? Eu também conseguia fazer isso em Dead Island, mas isso não chegava a satisfazer, assim como em No Man’s Sky. A grande impressão que eu tenho é que eu estou perdendo o meu tempo jogando o jogo, seja porque as tarefas acabam se repetindo, seja porque o jogo tem algumas limitações impostas no jogador de maneira deliberada (como a limitação no inventário e os recursos acabando mais rápido do que um tanque de gasolina de um carro dos anos 70). Não que o jogo seja irritante a ponto de te fazer desligar o videogame e ter ir fazer outra coisa, mas ele não agrada, não empolga, até que você vê que poderia estar fazendo algo muito mais interessante e desliga o videogame.

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Isso aconteceu comigo, por exemplo, quando eu estava procurando pelo meu primeiro buraco negro. O jogo colocou ele a umas 3 galáxias de distância e eu tinha combustível para viajar por duas galáxias. Quando ele acabou eu pensei “ah não, eu não estou nem um pouco afim de perder 30 minutos atrás de recursos só pra ver o que acontece agora” e desliguei o videogame. Esse tipo de barreira para o avanço não serve para nada, a não ser para fazer o jogo “render mais” às custas do tempo do jogador, e acaba não adicionado em nada à experiência do jogo além de tédio. Ok, estamos falando de um jogo de sobrevivência e de coleta de recursos, mas se o processo de coleta fosse divertido, isso seria um ponto legal do game, mas ele não é.

Por falar em sobrevivência, No Man’s Sky não é exatamente um jogo de sobrevivência. Tudo o que você precisa fazer para não morrer é não deixar os drones do jogo verem que você está destruindo a flora do planeta em que você está (eles são nervosos, não os provoque antes de ter uma arma para fuzilá-los) e volta e meia coletar um pouco de carbono (ou urânio) para recarregar o seu módulo de sobrevivência. E só. Não tem mais o que você precisa fazer para não morrer além disso, o que é bom se formos parar para pensar, afinal de contas, já é um saco ter que ficar indo atrás de combustível de meia em meia hora, pior ainda seria ter que ficar cuidando de medidores de sono, fome, sede etc.

Sobre a variedade de planetas do jogo, apesar de No Man’s Sky dizer que tem 18 quintilhões de planetas gerados proceduralmente, os que eu visitei não chegam a ser tão diferentes assim entre si. Na maioria dos planetas, você vai encontrar vários elementos comuns, como árvores rasteiras, pedras grandes, pedras flutuantes e pouca vida animal, além de alguns drones que estão lá para garantir que tudo está ok. O único planeta que fugiu a isso na minha jornada foi um planeta de gelo que eu encontrei no começo de uma jogada que acabou sendo abortada para um new game.

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Sobre o combate do jogo, ainda vale tecer algumas palavras sobre ele: ele não é bom. Você é extremamente lento e vulnerável a praticamente tudo o que decidir que você deve morrer, e você logo vai perceber isso quando deixar uma sentinela puta da vida com você. Além disso, a mira do personagem é bem ruim de acertar nos inimigos, seja pela falta de mobilidade do seu personagem, sela pela agilidade muito maior dos seus inimigos dentro do jogo. Para completar, o sistema de salvamento do jogo também não é muito intuitivo. Num jogo “gigante” (no sentido de te fazer viajar bastante para cumprir as tarefas), eu esperava que ele tivesse um autosave melhor do que saves em algumas conquistas e bandeiras onde você pode salvar quando encontrá-las.

Algo que merece ser ressaltado ainda é a falta de multiplayer dentro do jogo. Ao que tudo indica, a Hello Games não apostava que jogadores iriam se encontrar logo no dia do lançamento do jogo e, ou deixou para fazer esse componente depois, ou simplesmente definiu que o componente multiplayer do jogo seria você visitar planetas já visitados e batizados por outros jogadores. Seja como for o caso, talvez o jogo fosse um pouco menos chato em grupo, mas essa possibilidade não existe até o momento.

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Graficamente, No Man’s Sky é um jogo com gráficos ok. Eles não chegam a impressionar, mas não desagradam, e rodam fluentemente no PS4. Sendo um pouco chato e rigoroso nesse quesito, eu poderia reclamar do Draw Distance do game, que é baixo, e volta e meia você vai ver plantas e mais plantas se materializando do nada na sua frente enquanto você viaja com a nave dentro dos planetas (aliás, se você não quer perder tanto tempo assim, use a nave para se deslocar no planeta, você perde bem menos tempo). Já a trilha de No Man’s Sky é divertida, com belos arranjos, que certamente ajudam a atenuar um pouco a chatice geral em que você vai se encontrar. Além disso, o jogo ainda vem dublado e legendado em português, o que é sempre um grande bônus.

Review elaborado com uma cópia para PlayStation 4 comprada pelo autor do review.

Resumo para os preguiçosos

No Man’s Sky é um dos jogos mais chatos e tediosos que eu já joguei. Quase nada no jogo empolga, e você vai acabar se vendo repetindo as mesmas tarefas com um escopo maior ou menor, dependendo do seu progresso dentro do game. O jogo tem um componente de sobrevivência praticamente nulo e vários entraves no progresso que parecem estar lá mais para fazer o jogo durar do que para fazer o jogador se divertir. Não que ele chegue a irritar e ser tão ruim a ponto de você não conseguir jogá-lo, mas você certamente pode aproveitar o tempo de tédio encontrado no jogo para fazer algo melhor.

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Nota final

50
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Toneladas de planetas para explorar
  • Bela trilha sonora
  • Dublado e Legendado em Português

Contras

  • Chato e muito tedioso
  • Combate fraco
  • Ausência de multiplayer
  • Tutorial inicial praticamente inexistente
  • Escolhas de design que fazem o jogador perder muito tempo para avançar
  • Repetitivo
  • Sistema de salvamento mal projetado
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.