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Need for Speed Heat – Review

A franquia Need for Speed marcou uma geração inteira de gamers na época do PlayStation 2, mas desde a geração passada, parece que a EA não conseguiu ainda recapturar a magia de jogos considerados no Olimpo da marca. Com um Need for Speed focado em perseguições policiais e personalização de máquinas em Need for Speed Heat, será que a franquia reencontrar essa magia?

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Em Need for Speed Heat, você controla um jogador sem nome que chega a Palm City, cidade onde o jogo é situado, para concorrer no Speedhunter Showdown, um campeonato que atrai corredores de todo o país, e que distribui diversos prêmios em dinheiro.

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Logo de cara, você conhece os dois NPCs que serão os seus maiores companheiros dentro do jogo, os irmãos Lucas e Ana Rivera. O primeiro dos dois é o seu mecânico dentro do jogo, e a pessoa que te vende o seu primeiro carro nele.

Já Ana será a sua guia no submundo das corridas noturnas, que não são sancionadas pela prefeitura e que são combatidas pela força policial de Palm City. Aliás, Ana é a personagem que aparece logo no começo do jogo, e cujo grupo é desmantelado pela polícia após um dos amigos dela quase ser morto pelos policiais.

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Assim como você possui dois NPCs principais dentro do jogo, ele também funciona num esquema de dualidade bem interessante. Você deve se alternar entre correr de dia e de noite, e cada uma das partes do dia tem suas características próprias.

Começando pelas corridas de dia, elas são guiadas por Lucas e pelos companheiros dele. Lucas é um cara certinho que deixou de correr há muito tempo e que agora só faz negócios dentro da legalidade.

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São nas corridas de dia que você acumula dinheiro e vai desbloqueando novas modalidades de jogo, como drift, para cada vez mais melhorar o seu carro. A ideia aqui é bem básica, corra, ganhe dinheiro, melhore seu carro por meio da oficina comprando peças melhores, corra em corridas mais rápidas, ganhe mais dinheiro e repita o processo.

Para desbloquear estas peças, entretanto, você precisa aumentar a sua reputação dentro do cenário de corredores, e para isso, você precisa correr à noite no submundo das corridas. Aqui é onde você vai encontrar a maior parte da ação de verdade do jogo, pois como as corridas não são sancionadas pela cidade, você corre o risco de ser preso durante uma delas caso a polícia encontre você durante uma corrida.

Nesta parte do jogo é onde Need for Speed Heat colocou boa parte de sua campanha de marketing, e esta parte tem seus pontos positivos e negativos, os quais vamos analisar um a um a partir de agora.

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Começando pelo que é positivo, as corridas à noite ficaram bem legais, e estão com um que de Burnout Paradise Remastered, que foi lançado no ano passado também pela Electronic Arts. A jogabilidade e os controles são precisos e a sensação do jogo está bem longe da simulação, e muito mais pro lado do arcade.

Dependendo da corrida, é claro, o seu carro vai acabar ficando pra trás caso ele esteja baixo da performance recomendada do evento, mas é interessante notar que mesmo em corridas onde o seu carro está dentro ou um pouco acima da performance recomendada, você certamente vai encontrar dificuldades e até mesmo carros que correm mais rapidamente que o seu.

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Nesse sentido, encontramos o primeiro sintoma do grande problema de Need for Speed Heat, ele é um jogo bastante punitivo e frustrante. Não vai ser uma nem duas corridas que você vai ter que recomeçar por causa de um errinho, ainda mais caso o jogo queira realmente que você fique em primeiro, e se você não gosta de repetir coisas, bom, talvez não seja uma boa jogar Need for Speed Heat.

Durante o tempo em que eu fiquei com o jogo, eu tive que repetir várias das corridas, pois às vezes parece que o jogo simplesmente não quer que você vença, colocando uma dificuldade bem acima do esperado para um jogo do tipo, punindo você por erros pequenos e exigindo quase que perfeição para que você consiga chegar na linha de chegada.

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Isso, claro, quando não entramos em perseguições policiais. Quando uma dessas começa no meio de uma corrida, de duas uma, ou a perseguição vai te ajudar, eliminando todos os adversários que estão atrás de você, ou ela vai atrapalhar pra caramba.

Caso você seja preso, a noite em que você está correndo acaba automaticamente, e toda a reputação que você havia acumulado durante ela desaparece. Para realmente dar level up, você precisa chegar são e salvo em uma das safehouses espalhadas por Palm City, e se a polícia chega a você antes disso, pode dar adeus ao tempo de progresso que você havia gasto subindo o seu personagem.

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“Mas não é só fugir da polícia?” você pode estar se perguntando. Bom, se fosse tão fácil assim, seria tranquilo, mas há momentos em que é simplesmente impossível de despistar os policiais, ainda mais quando o jogo parece fazer eles grudarem em você. Caso você bata e fique com o carro parado, uma barrinha de “busted” acaba aparecendo na tela, e a menos que você consiga se afastar rápido o suficiente, o seu personagem acaba no chilindró.

Até aqui tudo bem, o problema é quando a barra de prisão continua funcionando mesmo que você esteja relativamente longe do carro do policial, aí realmente parece que o jogo resolveu atravancar a sua vida só para durar mais.

Outra forma da polícia te pegar também é destruindo o seu carro. Aqui mora uma das maiores inconsistências de Need for Speed Heat. Destruir muretas e outros obstáculos do mapa (aliás, parabéns para a EA por deixar você destruir postes, árvores e afins com o seu carro, o jogo seria realmente bastante frustrante se você parasse nesses obstáculos) quase não tira “vida” do seu carro, mas há momentos em que três ou quatro porradas de um carro policial simplesmente derretem a energia do seu veículo e ele acaba sendo destruído.

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Caso você tenha seu carro destruído, você perde toda a reputação que havia acumulado naquela noite e ainda tem que pagar uma grana para que o seu mecânico conserte o seu carro. Caso você seja preso, você também perde reputação, e ainda tem que pagar uma multa para sair da cadeia, mas ela é menor do que o conserto.

Caso você destrua os carros da polícia, uma barra de “Heat” (tipo as estrelas da série GTA) vai subindo, e quanto maior o seu Heat, mais atenção policial você acaba atraindo para si. Você pode acabar com diversos carros policiais na sua cola dessa forma, e há momentos em que simplesmente não tem muito o que fazer para fugir da polícia, é rezar pra chegar na Safehouse e dar adeus para aquele dia, ou ver todo o seu progresso na lata de lixo.

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Como o progresso da campanha é condicionado à sua reputação (a ideia toda do jogo é fazer o seu nome e fazer você competir nos campeonatos mais extremos do cenário de corridas), essa ideia de matar toda a sua reputação quando você é preso meio que é contraproducente com a ideia do jogo.

Há vários momentos em que você não tem como prosseguir a sua história sem ter que ficar um tempo correndo no mapa para aumentar de nível, e isso acaba inflando artificialmente o tempo de campanha do jogo. No geral, a história da campanha é interessante, e bem melhor do que as dos últimos jogos da franquia, mas talvez esse grind todo para avançar no jogo possa acabar contribuindo para que os jogadores desistam de ir até o final, ainda mais quando você perde o seu progresso pela terceira vez seguida faltando bem pouquinho para que você possa jogar mais uma missão da história (ou quando você recém terminou uma missão da história e a polícia te prendeu na sequência, sim, isso acontece, e o jogo finge que nada aconteceu e a história continua, pelo menos).

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Enfim, fora esse problema que acaba tornando o jogo bem mais frustrante do que ele deveria ser, Need for Speed Heat acaba sendo o melhor jogo da franquia em anos. Os controles e as corridas são realmente divertidas, e se essa questão acabar sendo atenuada em atualizações futuras, é bem provável que a experiência do jogador acabe melhorando bastante.

Graficamente, Need for Speed Heat é um jogo bem bonito que merece elogios pela construção de Palm City e dos efeitos visuais que você encontra. Mesmo correndo no mesmo mapa de dia e de noite, a cidade muda completamente dependendo do horário, graças às luzes de neon que dão o tom do lugar à noite. Além disso, jogando no Xbox One X, eu não encontrei nenhum problema de slowdown ou coisas do tipo, o que é sempre um ponto positivo pro pessoal do controle de qualidade.

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A trilha sonora do jogo infelizmente passou bem longe do meu gosto, e eu acabei desligando a música do jogo com menos de uma hora e ligando o Spotify, mas tem quem goste das músicas de “corredores de carro”. Fora isso, a dublagem e os efeitos sonoros estão dentro do esperado.

Mas enfim, Need for Speed Heat vale a pena? Bom, o jogo tem seus pontos positivos e negativos. Se você gosta de correr e curte a fórmula Need for Speed, você certamente vai gostar do jogo, mas se você é uma daquelas pessoas que tem pouca tolerância para jogos que tentam aumentar o seu tempo de jogo com mecânicas de frustração e que te fazem repetir uma parte muitas vezes, fique longe desse game.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One X fornecida pela Electronic Arts do Brasil.

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Resumo para os preguiçosos

Need for Speed Heat tem seus pontos positivos e negativos. Se você gosta de correr e curte a fórmula Need for Speed, você certamente vai gostar do jogo, mas se você é uma daquelas pessoas que tem pouca tolerância para jogos que tentam aumentar o seu tempo de jogo com mecânicas de frustração e que te fazem repetir uma parte muitas vezes, fique longe desse game.

Nota final

70
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belos gráficos
  • Corridas divertidas
  • Cidade cheia de desafios escondidos
  • Boa história na campanha

Contras

  • Há momentos em que parece que o jogo quer te sacanear pra te fazer perder tempo e rejogar a mesma parte muitas vezes
  • Apesar de boa, o progresso na campanha envolve um grinding gigantesco por exigir que você fique fazendo corridas para dar level up a todo momento
  • A mecânica de prisão do jogo é extremamente punitiva
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.