Mutant Mudds Deluxe – Review

“Os jogos antigos que eram difíceis de verdade, os de hoje são fáceis demais”. Quem aí nunca ouviu essa frase ou repetiu ela diversas vezes? Bom, então vocês certamente nunca jogaram Mutant Mudds Deluxe, um jogo que chuta bundas até dos mais experientes em jogos de plataforma das antigas e atual. Obviamente, isso não é tudo o que é necessário para tornar um jogo bom, mas, adiantando o serviço, Mutant Mudds vai muito além disso.

O jogo desenvolvido pela Renegade Kid começa com uma cena bem simples, onde Max, o personagem principal, e outro personagem estão em casa. Max está jogando videogame numa boa, quando um meteoro cai na terra e logo em seguida a televisão anuncia uma invasão de “lama alienígena”. Quem vai impedi-los de escravizar os humanos? Você, é claro.

Para isso, você deve coletar todos os Water Sprites espalhados pelos vinte níveis do jogo usando apenas uma arminha d’água e um jetpack, afinal, caso você saiba meia coisa de Pokémon é que água vence terra, então você usa os tiros da sua arma d’água para matar os monstros de lama.

Mutant Mudds tem um estilo de gameplay bem simples, você avança as fases nas plataformas, atira nos inimigos e tenta pular nos lugares certos. Até até, o jogo seria bem simples, né? A novidade é que o jogo funciona num esquema de três planos no cenário, um central, onde você começa, um mais aproximado da tela e um mais afastado, sendo que todos aparecem ao mesmo tempo, e podem inclusive esconder armadilhas que o jogo joga em você.

Além de coletar os Water Sprites para vencer os invasores, você também tem mais dois objetivos secundários no jogo: coletar os diamantes dourados de cada fase (há 100 por fase, não muito complicado, mas que vai acabar forçando você a jogar as fases pelo menos uma vez novamente em alguns casos) e completar as fases extras dentro de cada fase. Essas últimas costumam estar escondidas ou serem acessíveis apenas com certas habilidades especiais. Ao entrar numa dessas, você é transportado para um nível especial, e deve completar todos os níveis desse tipo do jogo para chegar aos 100%.

Parece simples, não? Bom, o jogo é de fato bem simples, mas bem difícil também. Você tem que medir os pulos de maneira correta, saber se o seu Jetpack vai durar o suficiente para chegar até a próxima plataforma, saber quando usá-lo, saber como derrotar cada um dos alienígenas de lama e tudo mais.

Quando você acha que acabou o jogo, ao terminar as primeiras vinte fases, o jogo te joga em mais vinte, que deixam as coisas mais interessantes ainda, já que as plataformas se movem e os inimigos são fantasmas que não podem ser atingidos, a não ser com armas especiais. Terminados esses níveis, ainda há mais 20, onde você controla a avó de Max e pode usar todos os Power Ups do jogo ao mesmo tempo, em níveis que dão vontade de atirar o PlayStation Vita na parede. Esses últimos níveis são exclusividade da versão Deluxe, que está disponível no Wii U, PC, PS3 e PS Vita. O 3DS vai receber uma atualização com esses níveis em 2014.

Para funcionar bem, Mutant Mudds necessita de uma jogabilidade precisa, e é isso que o jogo oferece, os controles respondem rápido e foram muito bem pensados para o jogo, tanto ele quanto o design das fases, já que o jogo te obriga a seguir um caminho mais ou menos pré-determinado, a menos que você tenha o power up certo e queira pular certas partes da fase.

Mutant Mudds conta com um estilo gráfico bem simples, mas bem simpático, que vai lembrar você mais da era 8 bit do que da 16 bit. Eu não sei bem porquê, mas esse jogo acaba me trazendo lembranças da época em que eu era bem novo e jogava Alex Kidd no meu Master System. Eu era ruim pra caramba e morria repetidamente, mas esse esquema de pular, morrer, recomeçar e ir treinando até finalmente ter os reflexos necessários tiveram uma indústria inteira construída em cima. Mutant Mudds é uma bela homenagem ao gênero.

O jogo ainda conta com uma trilha sonora de 20 músicas naquele estilo chiptune (ou seja, músicas feitas com os chips de som de consoles antigos, que tem “som de 8 bit”) bem divertidas, que casam bem com as fases. Elas não chegam a grudar na cabeça e certamente não vão fazer você ficar cantarolando as melodias por aí, mas são um belo complemento.

Mas então, vale a pena? Olha, eu gostei pra caramba de Mutant Mudds e você certamente vai se divertir com ele, mas fica a dica: o jogo é muito melhor de ser jogado em portáteis como o Nintendo 3DS e o PlayStation Vita (ou até no iOS, apesar de os controles de toque na tela provavelmente não ajudarem muito nas piores partes). No 3DS, os efeitos em três dimensões ficam legais pra caramba no esquema de múltiplos planos do jogo. Já no PS Vita, o jogo fica lindo na telona de OLED dele. Se você tem um dos portáteis, aproveite e compre o jogo.