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Mortal Kombat X – Review

A franquia Mortal Kombat foi uma das que não se adaptou muito bem ao mundo poligonal e, principalmente, à geração do PlayStation 2. Por anos, a franquia, assim como Sonic, virou meio que uma piada, ou uma lembrança de como algo que fez a alegria de muitos nos anos 90 acabou tornando-se decadente. Felizmente, com a chegada de Mortal Kombat em 2011, reiniciando a história da franquia e tomando novos rumos, as coisas voltaram ao seu lugar e Mortal Kombat voltou a ser um nome relevante no mundo dos jogos. Conseguirá Mortal Kombat X manter essa boa fase?

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Mortal Kombat X é um jogo que se passa em várias faixas de tempo, mas principalmente após os eventos de Mortal Kombat. O jogo coloca você diante de um novo oponente: Shinnok, um Deus Ancião que havia orquestrado sua volta após a queda de Shao Kahn. Apesar de focado em 20 anos após os eventos de Mortal Kombat, o jogo dá várias voltas no tempo, mas tem como foco a nova geração de lutadores que o game apresenta, como Cassie Cage, Jacqui Briggs, Kung Jin, D’Vorah, Kotal Kahn e outros.

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Além disso, diversos personagens que morreram no Mortal Kombat passado voltam como espectros de Quan Chi, justificando assim a presença deles no jogo até de uma forma interessante. Alguns desses são restaurados e têm que viver com esse fantasma, já outros, acabam nunca voltando ao normal, e têm suas almas presas nos corpos e condenadas a servir ao feiticeiro.

Eu não quero entrar muito em detalhes da história para não estraga-la para vocês principalmente pelo fato de Mortal Kombat realmente ter uma história, diferente de muitos outros jogos de luta, mas vale ressaltar que a campanha do jogo é bem menor do que a de Mortal Kombat de 2011. Ao todo, são 12 capítulos, e eu levei umas 4h30 para completa-la. Levando em consideração que Mortal Kombat teoricamente são 3 jogos em um, dá mais ou menos o mesmo tempo que a campanha de um jogo do antecessor, mas ainda assim, há vários momentos que poderiam ter sido explorados para mais lutas durante essa campanha.

Algo que eu gostei nela é que, diferente do antecessor, onde poucas pessoas morriam de fato (o que é meio estranho, considerando-se que estamos num “Kombate Mortal”), Mortal Kombat X não tem nenhum remorso em matar lutadores, e não apenas no final do jogo. Vários batem as botas durante a campanha mesmo, e alguns mal aparecem, já que essa história é bem mais focada na nova geração de lutadores.

No fim das contas, eu gostei da campanha. Ela, diferente de outros jogos de luta, tem confiança o suficiente em si para colocar novos protagonistas na história e dar as chaves do carro para eles. Não só isso, Mortal Kombat X inclusive coloca um personagem gay na história, ainda que essa revelação seja feita de forma bem sutil. Ponto pra franquia. Além da campanha, o jogo ainda tem uma cacetada de modos, como as torres de combate, teste your luck, modo online, a cripta de segredos, enfim, há realmente muito conteúdo para aproveitar além do modo história.

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Mas e o sistema de luta, presta? Bom, obviamente não tem como falar bem de um jogo de luta se é uma bosta de lutar nele, e Mortal Kombat X é seguramente o melhor Mortal Kombat em jogabilidade. O jogo realmente tem excelentes controles e um bom sistema de combos. Além disso, é possível usar elementos do cenário para o seu próprio proveito (a la Injustice: Gods Among Us). Felizmente, a Netherrealm não usou tudo o que colocou em Injustice nesse jogo, e aquele Quick Time Event dos infernos que o jogo colocava do nada não existe mais. Até há quick time events, mas apenas na campanha e em momentos específicos.

Como novidade, temos a volta dos Brutalities, que agora não são exatamente uma sequência infinita de golpes que acabam num gancho e numa chuva de ossos, e sim Fatalities novos mais brutais. Os X-Ray Attacks também marcam presença com golpes realmente agoniantes, e é bom ver como a Netherrealm aproveitou-se da potência que a nova geração de consoles dá para ousar nos efeitos especiais e no gore (ainda que tudo isso sejam vários filminhos que tocam durante a luta com um fundo transparente para o cenário continuar aparecendo).

Por falar isso, eu encontrei um bug bem chato na versão de PC do jogo. Quando você usa um X-Ray Attack, o jogo inicia um filme e o framerate do jogo desce dos 60 pros 30 frames por segundo. Até aí tudo bem, o problema é que, quando o ataque acaba, o jogo não volta pros 60 fps e o jogo fica lento pra cacete. Não, o jogo não roda normal nos 30 fps, como estamos no modo 60 fps, ele acha que estamos rodando com metade da potência, ou seja, ele acaba rodando efetivamente a 15 fps, até que você execute um novo especial e o jogo entenda que tem que voltar para 60 fps. Não é nenhum engasgo da máquina também, já que isso só acontece quando eu executo esses ataques.

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Mortal-Kombat-X-3

Graficamente, o jogo é muito bonito na versão de PS4, mas na versão de PC há alguns efeitos que ficaram bem estranhos, principalmente os de luz. Ao que tudo indica, a versão de PC está mais próxima do que as versões de Xbox 360 e PS3 serão. A movimentação é suave e, diferente do antecessor, não parece que todos os personagens não o mesmo modelo poligonal com uma skin diferente. Dessa vez, os personagens realmente parecem diferentes entre si e têm golpes diferentes também, então ponto pra Netherrealm que realmente fez um bom trabalho nesse departamento.

A trilha sonora do jogo tem umas músicas muito boas e bons efeitos sonoros também. O que deixou a desejar um pouco foi a dublagem brasileira. Assim, já falamos bastante em outros lugares sobre a dublagem da cantora Pitty, mas podemos notar que a dublagem como um todo pode ser dividida em duas: na campanha e nas lutas. Na campanha, a dublagem ficou boa. Não está espetacular e tem seus momentos com erros de tradução bem feios, mas está longe de ser horrível. Já antes das lutas, ela está bem ruim, bem ruim mesmo. O trabalho tanto de dublagem quanto de adaptação do roteiro antes dos combates ficou uma porcaria, e deveria ter sido descartado.

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Review elaborado com base numa versão de PS4 fornecida pela Warner Bros do Brasil e uma versão de PC adquirida pelo Critical Hits

Resumo para os preguiçosos

Mortal Kombat X é o melhor capítulo da franquia em termos de gameplay, e apresenta uma campanha que dá passos importantes no enredo. O jogo tem bons novos personagens e um sistema de combate bastante divertido. A campanha tem cerca de 4h30 e a dublagem poderia ter ficado melhor, mas não está tão horrível quanto nós imaginávamos ao ver os vídeos iniciais.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente gameplay
  • Bastante conteúdo além da campanha principal
  • Bons novos personagens
  • Fatalities e brutalities realmente muito bem feitos

Contras

  • A dublagem é muito ruim em alguns momentos específicos
  • Campanha bem menor do que a do jogo anterior. Em alguns momentos, ficou a sensação de que cortes foram feitos nela.
  • Problemas de framerate na versão de PC
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.