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Middle Earth: Shadow of Mordor – Review

A Terra Média e todo o rico universo contado por JRR Tolkien em sua obra nunca recebeu um jogo digno de sua grandeza. Quando Middle Earth: Shadow of Mordor foi anunciado, eu não tinha lá muitas expectativas pelo jogo, até porque muita gente estava comparando o game com Assassin’s Creed II, e eu nunca fui lá muito fã da franquia da Ubisoft. Um dia antes do lançamento do game, eu vi um vídeo que mostrava melhor como ele se parecia, e uma definição melhor para o game é “A jogabilidade de Batman Arkham na Terra Média com Jack Bauer como personagem principal” e essa combinação é responsável pelo melhor game do ano até o momento.

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Em Middle Earth: Shadow of Mordor, você controla Talion, um Ranger que vive no Portão Negro, em Mordor. Digamos que esse não seja lá o melhor lugar do mundo para se viver (o Iraque parece uma opção mais segura), ainda mais quando Sauron e seus horrores estão voltando à Terra Média. O jogo se passa entre os acontecimentos de O Hobbit e o Senhor dos Anéis, ou seja, Sauron está voltando, Gondor está se enfraquecendo e as forças das Trevas estão prestes a tomar de volta todos os territórios dentro de Mordor.

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Talion vive no Portão Negro juntamente com a sua família e logo no começo do jogo ele morre, vítima de um ataque dos capitães de Sauron. Primeiro Talion vê sua família ser morta e depois ele próprio é morto. Ao invés de ir para o mundo dos mortos, entretanto, Talion é possuído por um espírito poderoso que busca a vingança e que também busca descobrir quem ele é, já que o espírito não possui memórias do passado. E é assim que você começa a aterrorizar Mordor.

Middle Earth: Shadow of Mordor, como eu disse antes, é como Batman Arkham na Terra Média. Ou seja, a jogabilidade do jogo lembra bastante a dos games do Homem Morcego, até por ser outro jogo da mesma Publisher. O esquema de comandos foi adaptado para época medieval, então ao invés dos punhos, você usa sua espada e todos os recursos que o espírito que possuiu Talion disponibiliza, que vão de um arco e flecha espiritual ao poder de aterrorizar e até controlar os Orcs e Uruks do jogo (apesar dessa última habilidade ser desbloqueada mais pra frente na história).

Outra diferença entre Talion e o Homem Morcego é que o jogo é extremamente violento. Sério mesmo, eu nunca vi tanta brutalidade num jogo. Se você acha que God of War é um jogo violento, jogue Middle Earth e veja Kratos parecer um cara gentil perto de Talion. Você tortura e brutaliza inimigos com uma facilidade incrível, mas não ache que Middle Earth: Shadow of Mordor é um jogo fácil, pois ele é bem difícil.

Apesar de empregar o sistema de combate dos Batmans, a Monolith adicionou uma porrada de novidades a ele, como o sistema de Nêmesis, onde soldados especiais do exército de Sauron, os Capitães e Chefes de Guerra, caçam você por Mordor, afinal a sua presença lá não é nada bem-vinda. Esses inimigos especiais são muito mais fortes do que o comum, resistindo a certos tipos de ataque de Talion, como ataques Stealth ou tiros de arco e flecha e, para derrotá-los, você tem duas alternativas: ir na força bruta e achar o melhor método para enfrenta-los se arriscando ou torturando outros soldados e obtendo informações sobre esses capitães. Isso mesmo, torturando. Talion entra na mente dos Orcs e Uruks e aterroriza eles, obtendo o máximo de informações possível sobre os inimigos.

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Isso significa que você descobre, por exemplo, se o capitão X tem ou não medo do fogo. Caso ele tenha, você pode usar uma flecha de fogo no capitão e ele vai ficar com pedo, perdendo por alguns instantes parte das suas invulnerabilidades. Para vocês terem uma ideia, eu fiquei mais de uma hora tentando matar um Chefe de Guerra Orc que era praticamente invulnerável a todas as minhas habilidades. Daí eu fui olhar ao que ele era vulnerável e descobri que ele era vulnerável a abelhas. Atirei uma flechada num cacho de abelhas, ele ficou com medinho e eu trucidei ele com os mesmos golpes que ele era imortal até então.

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Aliás, como eu disse antes, Middle Earth: Shadow of Mordor não é um jogo fácil. Como você está no território inimigo, volta e meia a tela ENCHE de inimigos. Sério, enfrentar 30 inimigos ou mais é uma realidade possível e até constante no jogo, ou seja, ser discreto é uma boa ideia, mas é divertido pra caramba enfrentar uma cacetada de inimigos e ir transformando-os em seus servos tomando controle da mente deles e fazendo uma verdadeira guerra de exércitos de Orcs dentro de Mordor. Caso você morra (e isso vai acontecer várias vezes), o Capitão que te matou vai subir de nível. Ou seja, você pode dar level up nos inimigos ao morrer para eles. Caso um soldado normal mate você, ele é promovido a capitão e, caso não haja uma vaga disponível pra ele como capitão no exército de Sauron, ele desafia outro capitão pelo posto dele e o mata, ou morre tentando. A lição que podemos tirar disso é: não morra, obviamente, mas também que o jogo sempre está mudando e você sempre vai estar sendo caçado por novos inimigos.

Mas e tudo isso é divertido? É divertido demais. É muito legal explorar Mordor e ir enfrentando os diferentes tipos de inimigos (que passam entre Orcs, Uruks e suas diferentes classes, Caragors, Graugs e outros). Aliás, eu e muitas outras pessoas simplesmente ignoramos a história do jogo no começo para aproveitar um pouco da matança e sair por Mordor caçando os inimigos. Apesar dessa “sede de sangue” muita gente por aí talvez reclame um pouco da curva de dificuldade do jogo.

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No começo, há uma missão onde você deve caçar um certo número de War Chiefs de Sauron e cada um deles tem uma guarda composta por 2 ou 3 capitães. Para facilitar a sua vida, você pode matar os capitães antes de mais nada, mas isso acaba se tornando uma missão que vai gastar boas horas de você e que vai te fazer caçar pelo menos uns 10 capitães (às vezes mais, já que se você morre pra um soldado normal tentando matar um War Chief, esse soldado vira guarda costa dele) e isso é bem trabalhoso, ainda mais quando você não desenvolveu seus poderes e não é praticamente uma morte ambulante, como mais pra frente do jogo.

Além das missões principais, há bastante missões paralelas em Mordor, como a obtenção de melhorias para equipamentos e a ajuda aos escravos que estão sendo obrigados a trabalhar para os Orcs e sendo brutalmente oprimidos por eles. Fora que dá para você sair por aí simplesmente caçando Orcs simplesmente pela matança. Eu já falei que o jogo é violento? Pois nunca vale ressaltar outra vez, o jogo é realmente violento. Cabeças rolam por aqui.

Mas e a história? Bom, eu não sou um grande conhecedor do mundo de O Senhor dos Anéis (eu li a trilogia quando tinha 15 anos, isso faz 12 anos), mas a história é bem sólida. Talion e Celebrimbor (o espírito que toma conta de você e que te dá todos os poderes sobrenaturais) são personagens interessantes e, diferente de outros grandes lançamentos da atualidade, você realmente se importa e quer saber mais sobre a história de ambos, ainda mais Celebrimbor, que foi o forjador dos Anéis do Poder. Além deles, há um bom conjunto de coadjuvantes lhe ajudam a sobreviver aos perigos de Mordor e até há a presença de Gollum, que ajuda Celebrimbor a recuperar parte de sua memória por meio dos artefatos forjados por ele em algumas missões.

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Graficamente, Middle Earth: Shadow of Mordor é sensacional. Sério, o jogo tem visuais soberbos não apenas nas texturas, mas na realidade do combate, na movimentação e até nas expressões de verdadeiro terror que os Orcs apresentam quando você brutaliza um deles, mata o chefe deles ou faz a cabeça de um deles explodir no meio de um combate usando seus poderes élficos. Além disso, os cenários de Mordor são extremamente realistas e as criaturas muito detalhadas.

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A trilha sonora do jogo também ficou excelente, com as músicas combinando muito bem com os ambientes do game. Quanto à dublagem, a brasileira deixa bastante a desejar, ainda mais se comparada com a americana, que está muito bem feita e ajuda mais ainda para você entrar de cabeça no universo do jogo. É uma pena, entretanto, não haver a opção de jogar com a dublagem em inglês e as legendas em português, pois isso seria o ideal para quem não domina o idioma.

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Resumo para os preguiçosos

Middle Earth: Shadow of Mordor é o melhor jogo do ano té o momento e eu digo isso sem medo de ser feliz. O jogo combina uma história muito bem escrita com personagens carismáticos, ação sem descanso e um sistema de combate muito bem feito. Ok, o jogo pode ser frustrante em alguns momentos (principalmente no começo por causa da curva de dificuldade), mas mesmo morrer torna-se divertido em Mordor. Apenas um cuidado aqui: esse jogo é extremamente viciante, e vai fazer o tempo passar diante dos seus olhos sem você se dar conta.

Nota final

100
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Combate muito bem executado
  • História excelente e campanha principal duradoura (entre 20 e 30 horas)
  • Extremamente divertido
  • Dublagem (americana) impecável

Contras

  • Dificuldade bem elevada no começo talvez faça alguns desistirem ou se frustrarem por causa disso
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.